A variação espacial e temporal da composição da assembléia de peixes bentônicos, assim como a riqueza de espécies, densidade e biomassa foram estudadas ao longo de uma estação de forte seca no baixo rio Branco e na sua confluência com o rio Negro (setembro 1997 a fevereiro 1998). As amostras foram realizadas com uma rede de arrasto de fundo em três expedições ao rio Negro e duas ao rio Branco, a duas profundidades previamente definidas (<7m e >7m). Em cada época e área foram realizados de cinco a sete arrastos em cada estrato de profundidade. Foram realizados no total 58 arrastos capturando 5.657 peixes (22 Kg), distribuídos em 25 famílias e 134 espécies. Os Siluriformes foram mais diversos com 59 espécies, seguidos pelos Gymnotiformes (30), Characiformes (30), Perciformes (9), Clupeiformes (4), Pleuronectiformes (1) e Tetraodontiformes (1). As amostras apresentaram mudanças na composição, riqueza de espécies, densidade e biomassa ao longo do período de seca, mas não apresentaram uma clara diferença entre os estratos de profundidade a não ser a composição e riqueza de espécies que foi diferente entre os estratos estudados. As ordens Siluriformes e Gymnotiformes, que foram as mais abundantes no início das coletas, apresentaram forte redução nas suas populações ao longo desse período. Já os Perciformes e Characiformes aumentaram suas densidade e tornaram-se os mais abundantes no final da seca, sendo representados, principalmente, por pós-larvas e juvenis. Foi sugerido que a principal causa da redução na comunidade de peixes bentônicos pode ter sido por predação ou migração.
