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Ensacamento de inflorescências de copo-de-leite para proteção contra a abelha irapuá (Trigona spinipes)

RESUMO

A abelha irapuá Trigona spinipes (Hymenoptera: Apidae) é uma importante praga do cultivo do copo-de-leite, Zantedeschia aethiopica (L.), pois causa danos nas inflorescências, principalmente na espádice. O objetivo foi identificar a embalagem mais eficiente para o ensacamento de inflorescências de copo-de-leite, visando a proteção contra o ataque da abelha irapuá e a manutenção da qualidade pós-colheita. O experimento foi conduzido em cultivo de copo-de-leite plantado em solo sob 50% de sombreamento. Os tratamentos consistiram do ensacamento das inflorescências com: 1) papel kraft; 2) TNT branco (comercialmente denominado tecido não tecido); 3) plástico transparente; 4) plástico transparente microperfurado; 5) testemunha (sem ensacamento). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado contendo 25 repetições e uma inflorescência de copo-de-leite por parcela. As inflorescências receberam os tratamentos quando as mesmas apresentavam-se com a cor definitiva, mas ainda com a espata totalmente fechada. Sete dias após o ensacamento, as inflorescências foram colhidas e avaliadas quanto aos danos ocasionados pelos insetos no campo e quanto às características pós-colheita. As avaliações da qualidade pós-colheita das inflorescências foram realizadas por 12 dias, observando a expansão da espata em comprimento e largura, peso da haste e a qualidade visual expressa pelo número de dias que permaneceram em cada classe. O ensacamento das inflorescências de copo-de-leite foi eficiente no controle da abelha irapuá, independentemente do tipo de embalagem utilizada, pois nessas condições nenhuma inflorescência apresentou danos. Já na testemunha foram observadas 84% das inflorescências danificadas. Observaram-se diferenças nas características pós-colheita, sendo que as inflorescências permaneceram por maior período em fase de abertura da espata, que é caracterizada pelas medidas de comprimento e largura das mesmas, quando embaladas. Dentre as embalagens, destacou-se o TNT que possibilitou maior comprimento da espata ao 6° dia de avaliação, maior largura da mesma ao 7° dia de avaliação e menor perda de massa fresca ao final do experimento (8%). Já a testemunha teve murcha precoce caracterizada pela redução das medidas da espata à partir do primeiro dia de avaliação e perda de 11% da massa fresca. Conclui-se que o TNT mostrou-se como uma embalagem eficiente para proteção contra o ataque da abelha irapuá sem comprometer a qualidade das inflorescências na pós-colheita.

Palavras-chave:
Zantedeschia aethiopica; controle alternativo de pragas; floricultura; manejo de pragas

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