Efeitos da irradiação de luz UV-C em duas cultivares de rosas infectadas com Botrytis cinerea

Resumo

O mofo cinzento (Botrytis cinerea Pers.: Fr) é uma das doenças mais importantes que causam grandes perdas econômicas em rosas de corte. Os fungicidas químicos são amplamente utilizados para o manejo da enfermidade. No entanto, estes produtos apresentam grande acúmulo de resíduos e selecionam estirpes resistentes do patógenos aos defensivos. Neste contexto, a irradiação de plantas com luz UV-C (254 nm) tem se mostrado um tratamento eficaz para o controle de diversos fitopatógenos. Neste estudo, avaliou-se o efeito in vitro de três doses de luz UV-C (1,0, 1,5 e 2,0 kJ m^-2) na germinação de conídios e no crescimento micelial de B. cinerea. Além disso, foram realizados ensaios in vivo em duas cultivares de rosa branca “Polar Star” e “Proud”. Para isso, os caules das rosas foram irradiados com luz UV-C antes da inoculação de B. cinerea ou inoculados diretamente com conídios irradiados. Os experimentos in vitro mostraram inibição de mais de 90% da germinação de conídios e a inibição total do crescimento micelial, em qualquer uma das doses avaliadas Além disso, a infecção dos botões de rosa foi significativamente reduzida ou evitada quando estes foram inoculados com conídios irradiados. Quando as rosas foram irradiadas com as mesmas doses e inoculadas com conídios viáveis, os sintomas apareceram mais rapidamente e as diferenças entre as variedades foram mais evidentes. A análise histológica das pétalas de rosa mostrou que as pétalas das rosas cv. Proud possuíam epiderme abaxial e adaxial mais espessa, com numerosas papilas alongadas em formato de cone, o que pode conferir maior tolerância a infecções por Botrytis.

Palavras-chave:
epiderme; mofo cinzento; estrela polar; pós-colheita