Acessibilidade / Reportar erro

Tecnologias de gestão do conhecimento e sua relação com a inovação nas organizações: o caso de uma multinacional de consultoria

Resumos

Este trabalho procura relacionar duas estratégias de gestão do conhecimento, a de codificação e a de personalização, a percepções de tradição e de inovação por parte dos indivíduos envolvidos no processo de criação de conhecimento. Parte-se da difundida idéia de que a competitividade das empresas depende de inovações organizacionais e técnicas, o que faz com que o conhecimento e o aprendizado sejam crescentemente valorizados. Entretanto, as formas de gerir o conhecimento para apoiar a aprendizagem individual e coletiva nas organizações, visando a promover inovações, permanecem controversas. O trabalho tem por objetivo contribuir para essa ampla discussão ao investigar algumas variáveis relacionadas ao tema. Para tanto, além de uma revisão da literatura, são feitas entrevistas em profundidade com analistas da filial brasileira de uma grande multinacional de consultoria. Conclui-se que o discurso oficial de gestão do conhecimento como elemento catalisador de criatividade e inovação contrasta com apercepção dos sujeitos estudados.


The present work attemps to relate two knowledge management strategies, namely codification and personalization, to knowledge workers’ perceptions of tradition and inovation aspects present in their work. The departing point is the idea that corporate competitivity depends on technical and organizational inovations, rendering growing value to knowledge and learning. Yet, the ways of managing knowledge in order to support individual and colective learning, ultimately promoting inovation, remain controversial. This work´s objective is to contibute to this interweaving trail by empirically investigating some of the variables related to the subject. For that matter, analysts in the brazilian office of a major international consulting firm are interviewed. The conclusion drawn is that the ideal of knowledge management as a mean of leveraging creativity and inovation does notconcur with the perception of the subjects involved.


ARTIGOS / ARTICLES

Tecnologias de gestão do conhecimento e sua relação com a inovação nas organizações: o caso de uma multinacional de consultoria

Maria Mesquita Telles I ; Francisco Teixeira I I

IMestranda do Núcleo de Pós-Graduação em Administração da UFBA – NPGA/UFBA

IIProfessor Titular do Núcleo de Pós-Graduação em Administração da UFBA – NPGA/UFBA

R ESUMO

Este trabalho procura relacionar duas estratégias de gestão do conhecimento, a de codificação e a de personalização, a percepções de tradição e de inovação por parte dos indivíduos envolvidos no processo de criação de conhecimento. Parte-se da difundida idéia de que a competitividade das empresas depende de inovações organizacionais e técnicas, o que faz com que o conhecimento e o aprendizado sejam crescentemente valorizados. Entretanto, as formas de gerir o conhecimento para apoiar a aprendizagem individual e coletiva nas organizações, visando a promover inovações, permanecem controversas. O trabalho tem por objetivo contribuir para essa ampla discussão ao investigar algumas variáveis relacionadas ao tema. Para tanto, além de uma revisão da literatura, são feitas entrevistas em profundidade com analistas da filial brasileira de uma grande multinacional de consultoria. Conclui-se que o discurso oficial de gestão do conhecimento como elemento catalisador de criatividade e inovação contrasta com apercepção dos sujeitos estudados.

A BSTRACT

The present work attemps to relate two knowledge management strategies, namely codification and personalization, to knowledge workers’ perceptions of tradition and inovation aspects present in their work. The departing point is the idea that corporate competitivity depends on technical and organizational inovations, rendering growing value to knowledge and learning. Yet, the ways of managing knowledge in order to support individual and colective learning, ultimately promoting inovation, remain controversial. This work´s objective is to contibute to this interweaving trail by empirically investigating some of the variables related to the subject. For that matter, analysts in the brazilian office of a major international consulting firm are interviewed. The conclusion drawn is that the ideal of knowledge management as a mean of leveraging creativity and inovation does notconcur with the perception of the subjects involved.

Texto completo disponivel apenas em PDF.

Full text avaliable only in PDF.

R EFERÊNCIAS

ARGYRIS, C. Good Communication That Blocks Learning. In: Harvard business review on organizational learning. Boston, Harvard Business School Press, 1994. p. 87-109.

BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política. 9ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1985.

BOFF, LUIZ HENRIQUE; HOPPEN, Norberto. Desenvolvimento e validação de instrumentos de pesquisa para a área de trabalho do conhecimento. In: Anais do XXVI Encontro Nacional da ANPAD. Salvador, 2002.

CARDOSO, C. Cadeias cooperativas nos negócios eletrônicos. In: LEMOS, A.; PALÁCIOS, M. (orgs). Janelas do ciberespaço: comunicação e cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2001. p.39-50.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. 4ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

DAVENPORT, T; PRUSACK, L. Ecologia da informação. São Paulo: Futura, 1998.

DOSI, G.; NELSON, R.; WINTER, S. The nature and dynamics of organizational capabilities. Oxford: Oxford University Press, 2000.

DRUCKER, P. The coming of the new organization. In: Harvard business review on knowledge management. Boston, Harvard Business School Press, 1987. p. 1-19.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 16a ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

FREEMAN, C. The nature of the innovation and the evolution of the productive system. In: Technology and productivity: the challenge of economic policy. Paris: OCDE, 1991.

GUARIDO FILHO, E.; MACHADO-DA-SILVA, C. A influência de valores ambientais e organizacionais sobre a aprendizagem organizacional na indústria alimentícia paranaense. Revista de Administração Contemporânea, São Paulo, v.5, n.2, p. 33-63, maio/ago 2001.

HANSEN, MORTEN; NOHRIA, NITIN; TIERNEY, THOMAS. What’s your strategy for managing knowledge? In: Harvard business review on organizational learning. Boston, Harvard Business School Press, 1999. p. 61-86.

KANT, I. Crítica da razão pura. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1974.

KLING, R.; IACONO, S. Computing as an occasion for social control. Journal of Social Issues, v. 40 (3), 1984.

KURZ, R. A ignorância da sociedade do conhecimento. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 de janeiro de 2002. Caderno Mais, p. 14-15.

LATOUR, B. Jamais fomos modernos. São Paulo: Editora 34, 1994.

LÉVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Edições Loyola, 1994.

_______; AUTHIER, M. As árvores de conhecimentos. 2a ed. São Paulo: Escuta, 2000.

_______. Os fundamentos da economia do conhecimento. Exame, São Paulo, dezembro, 2001. Caderno Exame Negócios, edição 15, ano 2, número 12, p. 38-41

MACHLUP, F. The production and distribution of knowledge in the United States. Princeton: Princeton University Press, 1962.

MANSELL, R.; WEHN, U. Knowledge societies: information technology for sustainable development. New York: Oxford University Press, 1998.

MCGEE, J.; PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação. 4a ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

ORLIKOWSKI, W. Integrated information environment or matrix of control: the contradictory implications of onformation technology. Accounting, Management and Information Technologies, v. 1 (1), p. 9-42, 1991.

_______. The duality of technology: rethinking the concept of technology in organizations. Organization Science, v. 3 (3), p. 398-427, 1992.

PORTER, M. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Campus, 1990.

REINHARD, N. Recurso de groupware: contexto e pesquisas na FEA/USP. Revista de Administração, São Paulo, v.35, n.2, p. 5-6, abril/junho 2000.

SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e ciclo econômico. 3a ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. (Os economistas)

SENGE, P. A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende. 5a ed. São Paulo: Best Seller, 1990.

TEIXEIRA, F. Tecnologia, organizações e produtividade: lições do paradoxo de Solow. Revista de Economia Política, v.21, n.2 (82), abril-junho, p. 134-153, 2001.

TIGRE, P. Inovação e teoria da firma em três paradigmas. Revista de Economia Contemporânea, n.3, p. 67-111, janeiro-junho, 1998.

VASCONCELOS, F. Da gestão do cohecimento à gestão da ignorância: uma visão co-evolucionária. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 41, n. 4, p. 98-102, out./dez. 2001.

WOOD JR., T. Nota técnica: frutas maduras num supermercado de idéias mofadas. In: CLEGG, Stewart. et al. (orgs.) Handbook de estudos organizacionais. Volume 1. São Paulo: Atlas, 1999. p. 267-271.

ZUBOFF, S. In the age of the smart machine: the future of work and power. New York: Basic Books, 1988.

  • ARGYRIS, C. Good Communication That Blocks Learning. In: Harvard business review on organizational learning Boston, Harvard Business School Press, 1994. p. 87-109.
  • BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política. 9ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1985.
  • BOFF, LUIZ HENRIQUE; HOPPEN, Norberto. Desenvolvimento e validação de instrumentos de pesquisa para a área de trabalho do conhecimento. In: Anais do XXVI Encontro Nacional da ANPAD Salvador, 2002.
  • CARDOSO, C. Cadeias cooperativas nos negócios eletrônicos. In: LEMOS, A.; PALÁCIOS, M. (orgs). Janelas do ciberespaço: comunicação e cibercultura Porto Alegre: Sulina, 2001. p.39-50.
  • CASTELLS, M. A sociedade em rede 4ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
  • DAVENPORT, T; PRUSACK, L. Ecologia da informação São Paulo: Futura, 1998.
  • DOSI, G.; NELSON, R.; WINTER, S. The nature and dynamics of organizational capabilities. Oxford: Oxford University Press, 2000.
  • DRUCKER, P. The coming of the new organization. In: Harvard business review on knowledge management Boston, Harvard Business School Press, 1987. p. 1-19.
  • FOUCAULT, M. Microfísica do poder 16a ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
  • FREEMAN, C. The nature of the innovation and the evolution of the productive system. In: Technology and productivity: the challenge of economic policy. Paris: OCDE, 1991.
  • GUARIDO FILHO, E.; MACHADO-DA-SILVA, C. A influência de valores ambientais e organizacionais sobre a aprendizagem organizacional na indústria alimentícia paranaense. Revista de Administração Contemporânea, São Paulo, v.5, n.2, p. 33-63, maio/ago 2001.
  • KANT, I. Crítica da razão pura Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
  • KLING, R.; IACONO, S. Computing as an occasion for social control. Journal of Social Issues, v. 40 (3), 1984.
  • KURZ, R. A ignorância da sociedade do conhecimento. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 de janeiro de 2002. Caderno Mais, p. 14-15.
  • LATOUR, B. Jamais fomos modernos São Paulo: Editora 34, 1994.
  • LÉVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Edições Loyola, 1994.
  • _______; AUTHIER, M. As árvores de conhecimentos 2a ed. São Paulo: Escuta, 2000.
  • _______. Os fundamentos da economia do conhecimento. Exame, São Paulo, dezembro, 2001. Caderno Exame Negócios, edição 15, ano 2, número 12, p. 38-41
  • MACHLUP, F. The production and distribution of knowledge in the United States Princeton: Princeton University Press, 1962.
  • MANSELL, R.; WEHN, U. Knowledge societies: information technology for sustainable development. New York: Oxford University Press, 1998.
  • MCGEE, J.; PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação 4a ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
  • NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
  • ORLIKOWSKI, W. Integrated information environment or matrix of control: the contradictory implications of onformation technology. Accounting, Management and Information Technologies, v. 1 (1), p. 9-42, 1991.
  • _______. The duality of technology: rethinking the concept of technology in organizations. Organization Science, v. 3 (3), p. 398-427, 1992.
  • PORTER, M. A vantagem competitiva das nações Rio de Janeiro: Campus, 1990.
  • REINHARD, N. Recurso de groupware: contexto e pesquisas na FEA/USP. Revista de Administração, São Paulo, v.35, n.2, p. 5-6, abril/junho 2000.
  • SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e ciclo econômico. 3a ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. (Os economistas)
  • SENGE, P. A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende. 5a ed. São Paulo: Best Seller, 1990.
  • TEIXEIRA, F. Tecnologia, organizações e produtividade: lições do paradoxo de Solow. Revista de Economia Política, v.21, n.2 (82), abril-junho, p. 134-153, 2001.
  • TIGRE, P. Inovação e teoria da firma em três paradigmas. Revista de Economia Contemporânea, n.3, p. 67-111, janeiro-junho, 1998.
  • VASCONCELOS, F. Da gestão do cohecimento à gestão da ignorância: uma visão co-evolucionária. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 41, n. 4, p. 98-102, out./dez. 2001.
  • WOOD JR., T. Nota técnica: frutas maduras num supermercado de idéias mofadas. In: CLEGG, Stewart. et al. (orgs.) Handbook de estudos organizacionais. Volume 1. São Paulo: Atlas, 1999. p. 267-271.
  • ZUBOFF, S. In the age of the smart machine: the future of work and power. New York: Basic Books, 1988.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Fev 2015
  • Data do Fascículo
    Dez 2002
Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia Av. Reitor Miguel Calmon, s/n 3o. sala 29, 41110-903 Salvador-BA Brasil, Tel.: (55 71) 3283-7344, Fax.:(55 71) 3283-7667 - Salvador - BA - Brazil
E-mail: revistaoes@ufba.br