Acessibilidade / Reportar erro

Explorando o construto organização de aprendizagem no setor público: uma análise em órgão do poder executivo federal Brasileiro

Resumos

O artigo descreve os principais resultados de uma pesquisa, realizada no ano de 2000, com o objetivo de investigar em que medida o Ministério da Integração Nacional caracteriza-se como uma ‘organização de aprendizagem’. Discute-se o campo da aprendizagem nas organizações, suas características e suas relações com inovação e mudança organizacionais. Dentre os fatores indicados na literatura, por caracterizar uma ‘organização de aprendizagem’, foram explorados os seguintes: visão compartilhada, visão sistêmica, modelos mentais, compartilhamento do conhecimento e ambiente de incentivo à crítica. Foram realizadas 26 entrevistas com gestores e técnicos de diferentes níveis hierárquicos do Ministério, apoiadas em roteiro semi-estruturado. Os resultados mostram que a organização estudada, apesar de apresentar algumas características que favorecem a aprendizagem, esta ainda não se tornou uma prática institucionalizada. Ao final, são feitas recomendações para o Ministério estudado, discutidas as limitações do trabalho e sugeridos novos estudos, visando a aprofundar o debate e o conhecimento sobre o tema.


The article describes the main results of a research undertaken in the year 2000, aimed to investigate in what extent the Brazilian National Integration Department is a learning organisation. The characteristics of that field and its relationship to innovation and organisational change are discussed. Amongst the factors suggested by the literature to build a learning organisation, the following were analysed: shared vision, systemic vision, mental models, knowledge sharing and promoting criticise environment. 26 managers and staff members of that Department, from different hierarchical levels, were interviewed, supported by a semi-structured schedule. The results show that although some characteristics that push organisational learning are present in the Department investigated, learning is not an institutionalised practice in that organization yet. Suggestions to the organisation studied are made and work limits are discussed. New studies are suggested in order to deeper the debate and knowledge upon the field.


ARTIGO

Explorando o construto organização de aprendizagem no setor público: uma análise em órgão do poder executivo federal Brasileiro

Tomás de Aquino GuimarãesI; Gustavo Pereira AngelimII; Domingos Savio SpeziaIII; Gerlane de Azevedo RochaIV; Rodrigo Gomes MagalhãesV

IProf. Adjunto PPGA/UnB

IIMestre em Administração PPGA/UnB

IIIMestre em Administração PPGA/UnB

IVEspecialização em Administração PPGA/UnB

VGraduado em Administração UnB

R ESUMO

O artigo descreve os principais resultados de uma pesquisa, realizada no ano de 2000, com o objetivo de investigar em que medida o Ministério da Integração Nacional caracteriza-se como uma ‘organização de aprendizagem’. Discute-se o campo da aprendizagem nas organizações, suas características e suas relações com inovação e mudança organizacionais. Dentre os fatores indicados na literatura, por caracterizar uma ‘organização de aprendizagem’, foram explorados os seguintes: visão compartilhada, visão sistêmica, modelos mentais, compartilhamento do conhecimento e ambiente de incentivo à crítica. Foram realizadas 26 entrevistas com gestores e técnicos de diferentes níveis hierárquicos do Ministério, apoiadas em roteiro semi-estruturado. Os resultados mostram que a organização estudada, apesar de apresentar algumas características que favorecem a aprendizagem, esta ainda não se tornou uma prática institucionalizada. Ao final, são feitas recomendações para o Ministério estudado, discutidas as limitações do trabalho e sugeridos novos estudos, visando a aprofundar o debate e o conhecimento sobre o tema.

A BSTRACT

The article describes the main results of a research undertaken in the year 2000, aimed to investigate in what extent the Brazilian National Integration Department is a learning organisation. The characteristics of that field and its relationship to innovation and organisational change are discussed. Amongst the factors suggested by the literature to build a learning organisation, the following were analysed: shared vision, systemic vision, mental models, knowledge sharing and promoting criticise environment. 26 managers and staff members of that Department, from different hierarchical levels, were interviewed, supported by a semi-structured schedule. The results show that although some characteristics that push organisational learning are present in the Department investigated, learning is not an institutionalised practice in that organization yet. Suggestions to the organisation studied are made and work limits are discussed. New studies are suggested in order to deeper the debate and knowledge upon the field.

Texto completo disponivel apenas em PDF.

Full text avaliable only in PDF.

REFERÊNCIAS

ARGYRIS, C. Teaching smart people how to learn. Harvard Business Review, may-june, p. 5-15, 1991.

___________. Good communication that blocks learning. Harvard Business Review, july-aug., p. 77-85, 1994.

___________. e SCHÖN, D. A. Organizational leaning II: Theory, method, and practice. Reading. Massachusetts. Addison-Wesley Publishing Company, Inc, 1996.

BARZELAI, M. The new public management: improving research and policy dialogue. Oxford: University of California Press, 2001.

BASTOS, A. V. B., GONDIM, S. M. G., LOIOLA, E., MENEZES, I. G. e NAVIO, V. L. R. Aprendizagem organizacional versus organizações de aprendizagem: características e desafios que cercam essas duas abordagens de pesquisa. In: ENEO, 2., 2002. Recife. Anais... Recife: PROPAD/UFPE: ANPAD, 2002, 1 CD.

BERNARDES, M.E.B. Learning organization em empresa brasileira: Um estudo de caso. In: Encontro Nacional da ANPAD, 23. Foz do Iguaçu. Anais... ANPAD, 1999.

BRASIL, Presidente Fernando Henrique Cardoso. Plano Diretor da Reforma do Estado. Presidência da República. Câmara da Reforma do Estado. Ministério da Administração e Reforma do Estado. Brasília. 1995.

BRESSER PEREIRA, L. C. e SPINK, P. K. (org.) Reforma do Estado e administração pública gerencial. 2. ed. Rio de Janeiro. Editora Fundação Getúlio Vargas. 1998.

CABRAL, A. C. A. Aprendizagem organizacional como estratégia de competitividade: Uma revisão da literatura. In: S.B. Rodrigues e M.P. Cunha (org.) Estudos organizacionais: novas perspectivas na administração de empresas: uma coletânea luso-brasileira. São Paulo: Iglu, 2000, pp. 227-247.

CARTAXO, M. A. Ambiente de aprendizagem organizacional: análise do construto em uma organização militar. Brasília. Universidade de Brasília. Dissertação (mestrado em administração). 2000.

COOK, J. A.; STANFORTH, D. e STEWART, J. (eds.) The learning organization in the public services. Gower Publisher, 1997.

DOCHERTY, P. e NYHAN, B. (eds.) Human competence and business development: emerging patterns in european countries. London: Springer, 1997.

DRENTH, P.J.D. Research in work – and organizational psychology: principles and methods. In: P.J. D. Drenth et al. (ed.). Handbook of work and organizational psychology. John Wiley & Sons Ltd., pp. 13-50, 1984.

FERLIE, E.; ASHBURNER, L.; FITZGERALD, L. e PETTIGREW, A. The new public management in action. Oxford : Oxford University Press, 1996.

FLEURY, A. e FLEURY, M.T.L. Aprendizagem e inovação organizacional: as experiências de Japão, Coréia e Brasil. São Paulo. Atlas. 1995.

GARVIN, D. A. Building a learning organization. Harvard Business Review, julyaug. p.78-91. 1993.

GOH, S. e RICHARDS, G. Benchmarking the learning capability of organizations. European Management Journal, v. 15, n° 5, 1997.

KOLB, D.A. A gestão e o processo de aprendizagem. In: K. Starkey (org.). Como as organizações aprendem: relatos do sucesso de grandes empresas. São Paulo, Futura, 1997.

GUIMARÃES, T.A., ANGELIM, G.P., BARBOSA, R.J.C., ALVES, J.F.R. e MAGALHÃES, R.G. Aprendizagem nas organizações. A produção científica brasileira do período 1998 a 2001, na área de administração, controvérsias conceituais e metodológicas. Brasília. Universidade de Brasília. PPGA. Relatório de Pesquisa. 2002.

LÄHTEENMÄKI, S., TOIVONEN, J. e MATTILA, M. Critical aspects of organizational learning research and proposals for its measurement. British Journal of Management, v. 12, pp. 113-129, 2001.

MARQUARDT, M.J. Building the learning organization: a systems approach to quantum improvement and global success. New York: McGraw-Hill, 1996.

MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B e LAMPEL, J. Strategy safari: a guided tour through the wilds of strategic management. New York. The Free Press. 1998.

PRANGE, C. Aprendizagem organizacional: desesperadamente em busca de teorias? In: M. Easterby-Smith, J. Burgoyne e L. Araujo (org.). Aprendizagem organizacional e organização de aprendizagem. Desenvolvimento na teoria e na prática. São Paulo: Atlas, pp. 41-63. 2001.

PEDLER, M., BURGOYNE, J. e BOYDELL, T. The learning company: a strategy for sustainable development. London, McGraw-Hill, 1991.

SENGE, P. M. The fifht discipline. The art and practice of learning organization. Double Day/Currency. New York. 1990.

SENGE, P.M. A quinta disciplina - caderno de campo. Estratégias e ferramentas para construir uma organização que aprende.1. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.

SMITH, K.D.; TAYLOR, W.G.K. The learning organisation ideal in Civil Service organisations: deriving a measure. The Learning Organisation, v. 7, n. 4, pp. 194- 205, 2000.

TIDD, J.; BESSANT, J. e PAVITT, K. Managing innovation. Integrating technological, market, and organizational change. Chichester : John Wiley & Sons Ltd, 1999.

VINCE, R., KATHLEEN, S. e OLIVERA, F. Organizational learning: new directions. British Journal of Management, v. 13, pp. S1-S6, 2002.

WEICK, K. E. e WESTLEY, F. Organizational learning: affirming an oxymoron. In: S. R. Clegg, C. Hardy e W. R. Nord (ed.) Handbook of organization studies. London. SAGE Publications, pp. 440-458, 1996.

  • ARGYRIS, C. Teaching smart people how to learn. Harvard Business Review, may-june, p. 5-15, 1991.
  • ___________. Good communication that blocks learning. Harvard Business Review, july-aug., p. 77-85, 1994.
  • ___________. e SCHÖN, D. A. Organizational leaning II: Theory, method, and practice. Reading. Massachusetts. Addison-Wesley Publishing Company, Inc, 1996.
  • BARZELAI, M. The new public management: improving research and policy dialogue. Oxford: University of California Press, 2001.
  • BASTOS, A. V. B., GONDIM, S. M. G., LOIOLA, E., MENEZES, I. G. e NAVIO, V. L. R. Aprendizagem organizacional versus organizações de aprendizagem: características e desafios que cercam essas duas abordagens de pesquisa. In: ENEO, 2., 2002. Recife. Anais... Recife: PROPAD/UFPE: ANPAD, 2002, 1 CD.
  • BERNARDES, M.E.B. Learning organization em empresa brasileira: Um estudo de caso. In: Encontro Nacional da ANPAD, 23. Foz do Iguaçu. Anais... ANPAD, 1999.
  • BRASIL, Presidente Fernando Henrique Cardoso. Plano Diretor da Reforma do Estado Presidência da República. Câmara da Reforma do Estado. Ministério da Administração e Reforma do Estado. Brasília. 1995.
  • BRESSER PEREIRA, L. C. e SPINK, P. K. (org.) Reforma do Estado e administração pública gerencial 2. ed. Rio de Janeiro. Editora Fundação Getúlio Vargas. 1998.
  • CABRAL, A. C. A. Aprendizagem organizacional como estratégia de competitividade: Uma revisão da literatura. In: S.B. Rodrigues e M.P. Cunha (org.) Estudos organizacionais: novas perspectivas na administração de empresas: uma coletânea luso-brasileira. São Paulo: Iglu, 2000, pp. 227-247.
  • CARTAXO, M. A. Ambiente de aprendizagem organizacional: análise do construto em uma organização militar. Brasília. Universidade de Brasília. Dissertação (mestrado em administração). 2000.
  • COOK, J. A.; STANFORTH, D. e STEWART, J. (eds.) The learning organization in the public services Gower Publisher, 1997.
  • DOCHERTY, P. e NYHAN, B. (eds.) Human competence and business development: emerging patterns in european countries. London: Springer, 1997.
  • FERLIE, E.; ASHBURNER, L.; FITZGERALD, L. e PETTIGREW, A. The new public management in action Oxford : Oxford University Press, 1996.
  • FLEURY, A. e FLEURY, M.T.L. Aprendizagem e inovação organizacional: as experiências de Japão, Coréia e Brasil. São Paulo. Atlas. 1995.
  • GARVIN, D. A. Building a learning organization. Harvard Business Review, julyaug. p.78-91. 1993.
  • GOH, S. e RICHARDS, G. Benchmarking the learning capability of organizations. European Management Journal, v. 15, n° 5, 1997.
  • KOLB, D.A. A gestão e o processo de aprendizagem. In: K. Starkey (org.). Como as organizações aprendem: relatos do sucesso de grandes empresas. São Paulo, Futura, 1997.
  • GUIMARÃES, T.A., ANGELIM, G.P., BARBOSA, R.J.C., ALVES, J.F.R. e MAGALHÃES, R.G. Aprendizagem nas organizações A produção científica brasileira do período 1998 a 2001, na área de administração, controvérsias conceituais e metodológicas. Brasília. Universidade de Brasília. PPGA. Relatório de Pesquisa. 2002.
  • LÄHTEENMÄKI, S., TOIVONEN, J. e MATTILA, M. Critical aspects of organizational learning research and proposals for its measurement. British Journal of Management, v. 12, pp. 113-129, 2001.
  • MARQUARDT, M.J. Building the learning organization: a systems approach to quantum improvement and global success. New York: McGraw-Hill, 1996.
  • MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B e LAMPEL, J. Strategy safari: a guided tour through the wilds of strategic management. New York. The Free Press. 1998.
  • PRANGE, C. Aprendizagem organizacional: desesperadamente em busca de teorias? In: M. Easterby-Smith, J. Burgoyne e L. Araujo (org.). Aprendizagem organizacional e organização de aprendizagem Desenvolvimento na teoria e na prática. São Paulo: Atlas, pp. 41-63. 2001.
  • PEDLER, M., BURGOYNE, J. e BOYDELL, T. The learning company: a strategy for sustainable development. London, McGraw-Hill, 1991.
  • SENGE, P. M. The fifht discipline The art and practice of learning organization. Double Day/Currency. New York. 1990.
  • SENGE, P.M. A quinta disciplina - caderno de campo. Estratégias e ferramentas para construir uma organização que aprende.1. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
  • SMITH, K.D.; TAYLOR, W.G.K. The learning organisation ideal in Civil Service organisations: deriving a measure. The Learning Organisation, v. 7, n. 4, pp. 194- 205, 2000.
  • TIDD, J.; BESSANT, J. e PAVITT, K. Managing innovation Integrating technological, market, and organizational change. Chichester : John Wiley & Sons Ltd, 1999.
  • VINCE, R., KATHLEEN, S. e OLIVERA, F. Organizational learning: new directions. British Journal of Management, v. 13, pp. S1-S6, 2002.
  • WEICK, K. E. e WESTLEY, F. Organizational learning: affirming an oxymoron. In: S. R. Clegg, C. Hardy e W. R. Nord (ed.) Handbook of organization studies London. SAGE Publications, pp. 440-458, 1996.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Nov 2014
  • Data do Fascículo
    Ago 2003
Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia Av. Reitor Miguel Calmon, s/n 3o. sala 29, 41110-903 Salvador-BA Brasil, Tel.: (55 71) 3283-7344, Fax.:(55 71) 3283-7667 - Salvador - BA - Brazil
E-mail: revistaoes@ufba.br