Importância da participação de todos
para implementação e continuidade da certificação FSC, em
processo coletivo e com o envolvimento de todos os níveis
hierárquicos |
"O cara no armazém logístico - ele está pensando no negócio dele
(...) que ele entenda a necessidade disto, que ele veja que isso
é para o cliente, que vai melhorar venda (...) esse é o trabalho
que eu vejo como mais importante." (Entrevistada 1, 2009) |
"Então [a responsabilidade social] muda de certo patamar para o
nível estratégico, né? Porém, é um erro em minha opinião, e o
FSC, os selos ajudam a isso, você ficar só no estratégico e
esquecer a operação, e no final de contas, quem vai fazer
acontecer a questão ambiental ou social é quem está apertando
aquela válvula, né?" (Entrevistado 4, 2009) |
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É necessário que todos estejam convencidos das ações a serem
tomadas. Assim, "para obter comprometimento, a atividade precisa
ser legitimada na comunidade; eles precisam percebê-la como
importante para a organização e para eles mesmos" (JARZABKOWSKI, 2005JARZABKOWSKI, P. Strategy as practice: an
activity-based approach. Londres: SAGE, 2005.) |
"Quando a gente pensou em estabelecer a visão do futuro, tem que
ser participativo, todo mundo tem que comungar de toda a visão
(...) e ai começou, como é que vamos fazer? Com o envolvimento
de todos, você, para liderar, você tem que convencer, você tem
que ser uma pessoa convincente, praticar e convencer, não
adianta só falar, você tem que praticar o que você diz, (...) o
sonho da companhia era o sonho de cada um..." (Entrevistado 6,
2009) |
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Valores de responsabilidade social |
"Nossa,... na minha vida inteira... bom eu falo que minha irmã é
"ecoxiita" ela acabou de defender o mestrado dela, também na
área ambiental... então é da família... (...) é besta isso que
eu vou falar: eu não cresci assistindo SBT ou Chaves, meu pai me
proibiu de assistir Chaves, a uma certa altura da vida eu tinha
que assistir Repórter Eco de domingo, entendeu? (...) o fato é
que dali começou a mudar a minha visão." (Entrevistada 1,
2009) |
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Atuação em projetos ou atividades de cunho socioambiental na
infância ou juventude |
"No colégio, desde meus oito anos de idade comecei trabalhar em
projetos sociais." (Entrevistada 3, 2009) |
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Moradia em local próximo à natureza |
"Eu sou do interior, sou meio caipira, eu fui criado em fazenda
e sítio até seis anos (...) eu acho que faz diferença essa
convivência." (Entrevistado 2, 2009) |
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Relacionamento com grupo sociocultural diferente do seu |
"Meus melhores amigos eram os filhos dos funcionários que
trabalhavam com meu avô na lida de gado." (Entrevistada 3,
2009) |
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Motivação em perceber que seu trabalho traz benefícios
socioambientais |
"Trabalhar no equilíbrio de vários aspectos sempre foi
motivação, vejo oportunidades no pensamento sistêmico –
interdependência." (Entrevistado 5, 2009) |
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Pessoas em suas vidas que transmitiram valores relacionados à
sustentabilidade (pais, educadores e outros) |
"Tem duas coisas que me influenciaram muito nessa questão de
visão de mundo mais integrada, pragmática sim, mas idealista,
tem a ver com a minha infância, (...) eu fiquei amigo do Glauber
Rocha (...) era um gênio e uma pessoa distante do tempo dele
(...) isso me influenciou bastante, foi muito importante na
minha visão de mundo e a outra coisa que também é curiosa eu
estudei em colégio religioso (...) e tinha um padre lá que era
da parte socialista, da ala do Leonardo Boff, então isso
influenciou minha formação (...)" (Entrevistado 4, 2009) |
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Humildade em aprender |
"Então, eu acho assim, a minha maior qualidade foi ter a
humildade de aprender, errar e fazer de novo, esse é um problema
complicado, quando você atinge uma determinada posição você
começa a se achar o dono da verdade, e não foi assim, teve mil
erros, mas a gente ia errando e aprendendo, né?" (Entrevistado
6, 2009) |
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Utilização da agência projetiva pelo praticante do alto
escalão |
"A primeira coisa é que você tem que ter a visão e acreditar
nela (...) tem um ditado que diz "se você não sabe para onde
quer ir, nenhum vento é a seu favor" e é uma verdade, como é que
você vai chegar lá se não sabe onde é lá?" (Entrevistado 6,
2009) |
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Praticantes gerais utilizam a agência prática-avaliativa e o
pragmatismo |
"Tem pedidos do FSC que são cabeludos de realizar, que impactam
em grandes custos e são difíceis de realizar (...) aí você
negocia o bom senso (...) Somos empresa, temos que gerar valor,
lucro, valor sustentável, não adianta gerar valor hoje e não
gerar amanhã, este é nosso papel, a gente é uma empresa, não é
uma ONG." (Entrevistada 1, 2009) |
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Idealismo |
"Mas em geral nessa área elas [as pessoas] têm algum idealismo
nas suas características, em geral. Então fogem ao pragmatismo
do resultado somente." (Entrevistado 4, 2009) |
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Visão de mundo sistêmico e complexo, importância da
diversidade |
"Vejo oportunidades no pensamento sistêmico, na diversidade da
participação, na interdependência." (Entrevistado 5, 2009) |
Achar legítima e necessária a
responsabilidade social |
"Eu não quero ser a maior empresa, destruindo o meio ambiente,
eu quero ter a melhor prática ambiental, e não digo só do meio
ambiente, mas um geral, acionistas, comunidade, etc...; hoje se
você não tiver uma comunidade envolvida ela destrói a empresa,
ela tem a capacidade de expulsar a empresa do local, tem que
estar em sintonia, em união com a empresa." (Entrevistado 6,
2009) |
"Mas as empresas não podem perder o foco de desenvolver e
resolver as questões e relações com a sociedade, caso contrário,
estará discriminando a própria espécie no desenvolvimento
sustentável." (Entrevistado 5, 2009) |
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Sensibilização dos indivíduos pelo contato direto (Roberts, 2003ROBERTS, J. The manufacture of corporate social reponsivity:
constructing corporate sensibility. Organization, v. 10, n. 2,
p. 249-65, May 2003.) |
"(...) É uma dificuldade que a gente tem de trazer essa
preocupação, esse cuidado, essa atenção pra dentro da empresa,
entendeu? Englobar no dia a dia. A florestal, na verdade eu sou
sortuda, porque a florestal, como as pessoas estão diretamente
no campo, eles acabam tendo contato muito mais próximo com a
comunidade do que uma pessoa da industrial por exemplo."
(Entrevistada 3, 2009) |