As razões porque nos importamos com a fauna do solo estão relacionadas com seus valores intrínsecos, utilitários e funcionais. Os valores intrínsecos abrangem razões morais ou estéticas para conservar a biodiversidade subterrânea. Infelizmente, a proteção dos invertebrados do solo raramente tem sido um critério para evitar mudanças no manejo e uso da terra. Valores utilitários, ou de uso direto, têm sido pesquisados mais extensamente para fungos, bactérias e invertebrados marinhos do que para a fauna do solo. Contudo, alguns remédios tradicionais, enzimas novas e produtos farmacêuticos têm sido derivados de minhocas, cupins e outros grupos, e os simbiontes intestinais podem prover estirpes microbianas com propriedades interessantes para a biotecnologia. A importância funcional dos invertebrados edáficos nos processos ecossitêmicos tem sido foco de muita pesquisa em décadas recentes. Se sugere que raramente é possível identificar o papel dos invertebrados edáficos como determinantes de processos edáficos em escala de parcela e ecossistema (hectares) e em maiores escalas porque outros controles biofísicos superam seus efeitos. Porém, existem situações em que as atividades de grupos funcionais da fauna edáfica, ou mesmo de algumas espécies, estão sincronizadas no espaço ou no tempo com eventos vegetais, entrada de recursos, sazonalidade ou outras perturbações ao sistema, e seus efeitos emergentes são detectáveis como controles de ordem superior.
biodiversidade; preservação biológica; processos ecossistêmicos; funções da fauna edáfica; escalas