Resumo
As pesquisas ainda são inconclusivas quanto à associação entre temperamento da criança e sintomas depressivos maternos. Este estudo teve por objetivo comparar o temperamento de bebês durante o primeiro ano de vida, diferenciando-os quanto à presença de sintomas depressivos maternos na gestação e/ou pós-parto e identificar fatores de risco para afeto negativo, extroversão e controle com esforço. Participaram 54 díades mãe-bebê, divididas quanto aos sintomas depressivos maternos em quatro grupos: sintomas na gestação, no pós-parto, nos dois momentos e sem sintomas depressivos. Utilizou-se a escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo e Infant Behavior Questionnaire. Filhos de mães com sintomas depressivos obtiveram maiores escores de afeto negativo, nível de atividade e menor escore de controle com esforço. Na análise de predição, o afeto negativo e controle com esforço foram explicados pelos sintomas depressivos maternos pós-parto, sinalizando que cuidar da mãe, em sua adaptação à maternidade, pode evitar prejuízos ao temperamento infantil.
Palavras-chave:
personalidade; desenvolvimento infantil; depressão; depressão pós-parto