RESUMO
O objetivo deste artigo é discutir a adesão ao acesso aberto nas Ciências da Comunicação tendo como recorte os artigos de periódicos publicados (n=990) entre os anos de 2013 e 2023 pelos docentes (n=59) dos dois programas de doutoramento com maior nota (7) na última avaliação da Capes, programas de referência no Brasil. Baseou-se em uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa e objetivos bibliométrico exploratórios. Os resultados apontaram que há forte tendência de publicação em acesso aberto em todas as categorias analisadas, como publicações por gênero, tempo de trabalho na instituição, por bolsistas em produtividade e o percentual publicado (n=65,96%) em periódicos de acesso aberto em relação ao total de publicações no período analisado. Conclui-se que, como apontaram outras pesquisas, nas áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas há uma maior aderência ao acesso aberto, mas não apenas por meio de artigos de periódicos, sua face mais visível.
Palavras-chave:
Ciências da Comunicação; Ciência Aberta; Acesso aberto; Doutorado em Comunicação
ABSTRACT
The aim of this article is to discuss adherence to open access in the Communication Sciences, looking at journal articles published (n=990) between 2013 and 2023 by professors (n=59) from the two doctoral programs with the highest score (7) in the last Capes evaluation, which are reference programs in Brazil. The research was based on a qualitative-quantitative approach and exploratory bibliometric objectives. The results showed that there is a strong tendency to publish in open access in all the categories analyzed, such as publications by gender, length of time working at the institution, by productivity fellows and the percentage published (n=65.96%) in open access journals in relation to the total number of publications in the period analyzed. It can be concluded that, as other studies have shown, there is greater adherence to open access in the Humanities and Applied Social Sciences, but not only through journal articles, which are its most visible aspect.
Keywords:
Communication Sciences; Open Science; Open Access; Doctorate in Communication
1 INTRODUÇÃO
Os primeiros projetos de computadores tinham diversas limitações. A participação e colaboração do matemático húngaro John Von Neumann foi importante para a proposta de armazenar o programa internamente na máquina, o que deu início à moderna arquitetura da primeira geração de computadores, e Von Neumann escreveu o artigo detalhando seu funcionamento (Kowaltowski, 1996).
O caráter colaborativo no desenvolvimento da moderna arquitetura dos computadores foi apenas um entre vários projetos em que Von Neumann participou desde o início de sua carreira iniciada na universidade de Budapeste, onde recebeu o Philosophy Doctor (PhD) em 1926 (Medeiros, 2020).
A conexão de Budapeste com a colaboração científica mundial também foi marcada pelo lançamento em 2002 da Budapest Open Access Initiative (BOAI), um movimento para que artigos como os de Von Neumann pudessem ser acessados por pessoas de todo o globo - por meio dos computadores que ajudou a desenvolver - e não mais ficassem restritos a um círculo de cientistas ou bloqueados por meio de taxas cobradas editoras científicas comerciais, contribuindo para a aceleração da ciência com uma maior partilha de dados (BOAI, 2002).
O objetivo deste artigo é identificar a adesão ao acesso aberto dos docentes dos doutorados em Comunicação no Brasil. Optou-se por analisar os programas com maior nota na avaliação da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Estes profissionais são responsáveis pelos processos formativos de outros docentes que irão atuar na graduação, nos projetos de iniciação científica e extensão, elementos importantes para a criação de uma cultura de acesso aberto. Assim, é relevante conhecer suas concepções de acesso aberto por meio do destino de suas publicações.
Para alcançar o objetivo esta pesquisa busca resposta para a seguinte pergunta: qual o percentual de publicações em periódicos de acesso aberto, entre os anos de 2013 e 2023, dos docentes dos doutorados em Comunicação com maior nota na Capes? Para responder esta pergunta delineou-se os seguintes objetivos: analisar a produção por gênero, por tempo na instituição, as publicações por ano no intervalo entre 2013 e 2023, o Qualis dos periódicos e por fim o percentual de publicações em acesso aberto em relação à toda a produção no período analisado.
Estes pesquisadores compõem a elite na academia uma vez que estão a formar outros pesquisadores e docentes, tendo o que Bourdieu nomeia por capital simbólico (Bourdieu, 2004). Mueller (2006) aponta também que em todas as áreas há uma elite de poucos membros que conquistaram este prestígio ao longo da carreira, tendo papel de liderança não apenas na instituição, por isso é importante verificar a escolha do destino de suas produções.
2 CONTEXTO HISTÓRICO DAS INICIATIVAS DE ACESSO ABERTO
A BOAI é utilizada como marco teórico por muito estudos (Costa; Leite, 2016; Gäal; Martins, 2022; Schöpfel, et al. 2023) porque estabeleceu o conceito de acesso aberto e a partir de sua publicação o movimento foi fortalecido com outras iniciativas como as declarações de Bethesda, de 2003, voltada para o acesso aberta na área biomédica, e Berlim, de 2003, com foco nas humanidades (Andrade; Muriel-Torrado 2017).
Embora esta declaração seja relevante como marco teórico, eventos ocorridos desde a década de 1980 são também relevantes por iniciarem o movimento pela abertura das pesquisas científicas. Em 1987 foi lançada a New Horizons in Adult Education, revista de acesso aberto on-line e revisada por pares. Este lançamento, possibilitado pela popularização dos computadores, o desenvolvimento da internet e da criação de novas redes de pesquisa foi seguido pelo lançamento de vários periódicos on-line em universidades da Europa e dos Estados Unidos da América (EUA) (Suber, 2023). Para facilitar o compartilhamento do conteúdo das pesquisas, por meio de padrões de interoperabilidade, foi lançado em 1999 o Open Archives Initiative. Em 2001 criou-se o Open Journals Systems (OJS), um software livre que auxilia no gerenciamento de periódicos on-line (Fausto, 2013; Suber, 2023). Portanto, quando a declaração de Budapeste é lançada, já havia as bases para que o acesso aberto pudesse se desenvolver.
Após a declaração de Budapeste outros eventos importantes seguiram com o lançamento de compromissos públicos de governos, organizações internacionais como a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) e de plataformas que ajudariam a fortalecer o acesso aberto como Directory of Open Access Journals (DOAJ) em 2003, o Directory of Open Access Repositories (OpenDOAR) em 2006 e Education Resources Information Center (ERIC) em 2007, uma biblioteca digital financiada pelo governo dos EUA (Fausto, 2013; Suber, 2023).
Diante de tantos eventos técnicos e políticos nas duas últimas décadas o termo acesso aberto vem sendo debatido de forma constante na comunidade científica e de forma abrangente por todos os atores envolvidos, como governos, bibliotecas, agências de fomento, sociedades científicas e pesquisadores (Costa, 2006).
A abrangência das discussões resultou na ampliação do conceito de acesso aberto para uma noção mais ampla de ciência aberta, que propõe não apenas a abertura do acesso a pesquisas nos periódicos, mas em todo o processo científico, buscando mais transparência na obtenção dos resultados e a reutilização dos dados brutos (Silva; Silveira, 2019).
Diante da evolução do conceito, diversas inovações foram desenvolvidas para aumentar a transparência em todos os ciclos da pesquisa, tais como o preprint desenvolvido por Paul Ginsparg nos EUA ainda em 1991, avaliação aberta pelos pares, cadernos abertos de laboratorio, processamento dos dados e design metodológico transparentes e públicos (Clinio, 2019; Mueller, 2006; Sánchez-Tarragó, 2020; Suber, 2023).
A partir da evolução das técnicas e políticas podemos estruturar, de acordo com Fecher e Friesike (2013), as pesquisas sobre ciência aberta em cinco escolas de pensamento: a escola pública que reúne estudos que buscam tornar a ciência acessível a todos, a escola das métricas que abordam estudos sobre impacto científico das produções, a escola democrática que pesquisa a igualdade no acesso ao conhecimento, a escola pragmática que une estudos sobre colaboração científica e por fim, a escola de infraestrutura que estuda o desenvolvimento de ferramentas abertas para apoiar as pesquisas (Fecher, Friesike (2013). Esta proposição de escolas de pensamento busca facilitar o entendimento da ciência aberta, nomeada por Albagli (2019) como um "movimento de movimentos" em um processo construtivo que abriga diversas vertentes.
A dimensão da infraestrutura técnica é importante para todas as outras escolas porque o desenvolvimento tecnológico permite a evolução/ressignificação das práticas científicas (Fecher, Friesike, 2013).
Nas declarações iniciais, Budapeste, Berlim e Bethesda, a evolução da ciência e da humanidade por meio da colaboração científica, em um caráter universal, era prejudicada pela barreira técnica, de infraestrutura de acesso (Haider, 2018). Uma vez aberto esse acesso, afirma a declaração de Budapeste (BOAI, 2002), a educação seria enriquecida, haveria maior compartilhamento entre os conhecimentos produzidos por nações ricas e pobres e na humanidade seria estabelecido um diálogo intelectual comum.
Entretanto, estas declarações têm um caráter de fundação, muitas vezes abstratos, com reduzido nível de detalhamento do emaranhado em que estão envolvidas as práticas acadêmicas, que envolvem não apenas abrir o acesso às pesquisas, mas nas publicações estão envolvidos mérito científico, pertencimento, status, carreira e dinheiro. Todos esses aspectos complexificam o processo da ciência aberta presente dentro da comunidade científica (Haider, 2018).
E esta comunidade científica também está estabelecida dentro de determinada sociedade complexa, com seu sistema de comunicação e seus muito interesses; financeiros, das instituições por prestígio e outros interesses políticos e econômicos (Mueller, 2006).
Portanto, para analisar o acesso aberto e o que vem ocorrendo nas últimas décadas é preciso considerar que a comunidade científica está sujeita às forças existentes na sociedade, em um contingente processo histórico de transformações destas forças sociais e de seu aspecto organizacional, que está ancorado nas superestruturas do capitalismo (Clinio, 2019; Mueller, 2006).
Um elemento importante e influente nesta superestrutura do capitalismo, são as editoras comerciais, os atores mais desafiados pelo movimento de acesso aberto, que reagiram por meio do que Haider (2018) nomeia como apropriação.
Um dos argumentos centrais para a adoção de práticas abertas na ciência era evitar altas cobranças realizadas por editoras científicas comerciais, valores não suportados há muitos anos pelas universidades dos países em desenvolvimento e que chegaram também às universidades americanas na segunda metade da década de 1980 (Mueller, 2006).
A concentração das publicações em poucas editoras de grandes grupos comerciais - nomeada por Silva e Silveira (2019) como oligopólio - foi um dos desafios enfrentados pelos proponentes do acesso aberto, que buscavam limitar o poder das editoras na disponibilização de pesquisas acadêmicas.
Contudo, o trabalho de Posada e Chen (2018), baseado nos conceitos econômicos de rent-seeking e value grabbing, mostra que as editoras promoveram uma reorientação em seus modelos de negócio obtendo lucros estáveis ao longo dos anos, quando esperava-se que com o acesso aberto seus lucros diminuíssem (Posada; Chen, 2018).
Os conceitos econômicos de rent-seeking e value grabbing, mostram que as editoras lucram com os ativos da ciência, os artigos acadêmicos, ao captá-los livremente, com um custo de produção que diminuiu drasticamente com processos digitais, transformando-os em ativos de propriedade intelectual. Assim, o lucro vem da propriedade e da manipulação dos dados do ativo e não de sua produção (Posada; Chen, 2018).
Deste modo, as grandes editoras continuaram ao longo dos anos com margens de lucro estáveis, por vezes crescente e tornaram-se relevantes na disponibilização de produções em acesso aberto. Neste movimento adotaram uma linguagem amigável ao acesso aberto, mas sem realizar mudanças estruturais (Clinio, 2019).
Simultâneo ao processo de busca de renda por meio da posse de grandes volumes de artigos científicos, as grandes editoras têm buscado rentabilidade por meio da aquisição de infraestruturas acadêmicas para oferecer plataformas de análise de dados que estão em todo o processo de pesquisa, da coleta à avaliação e publicação dos resultados, oferecendo serviços como gerenciadores de referência, por exemplo. Esta apropriação citada por Haider (2018), pode causar a dependência dos produtos e aumentar a vulnerabilidade de países marginais no cenário mundial da pesquisa científica (Posada; Chen, 2018). Esta é face mais discreta da reação das editoras ao acesso aberto.
Appel e Albagli (2019) demonstram que para sustentar seus negócios as editoras têm adotado também uma Taxa de Processamento de Artigo (APC), com o argumento de que o valor será utilizado para cobrir os custos da publicação e para sua disponibilização em acesso aberto, sejam por periódicos de acesso aberto ouro ou híbrido.
Este modelo tem se mostrado importante para os balanços comerciais das editoras. Zhang et al. (2022) analisaram, entre os anos de 2015 e 2020, seis nações (EUA, China, Reino Unido, França, Países Baixos e Noruega) com diferentes políticas de acesso aberto e mostraram que todos os países aumentaram os custos com APC, tornando-se uma tendência nas publicações de acesso aberto.
No Brasil há também, em menor número, revistas baseadas em APC. Appel e Albagli (2019) analisaram periódicos brasileiros presentes na base de dados DOAJ e mostraram que há variações nas taxas cobradas dependendo da área geográfica, de estudos e extensão dos artigos e o maior número de periódicos que adotam este modelo está nas áreas de Agricultura e Medicina. Os autores argumentam que estas áreas estão entre as que preferem publicar seus resultados em artigos de periódicos e não em livros como nas ciências humanas, por exemplo, uma pista que ajuda a explicar por que há maior presença de APC nas publicações destas áreas.
Este acesso aberto baseado em APC, mostrado pela pesquisa de Zhang et al. (2022), representa um risco para os pesquisadores do sul global que podem ser ainda mais excluídos da ciência mundial pela limitação em pagar altas taxas de publicação (Sánchez-Tarragó, 2020).
A apropriação pelas grandes editoras da infraestrutura do ciclo da pesquisa, a dificuldade inserida pela cobrança de publicação e outros elementos que já faziam parte dos desafios da ciência mesmo antes da discussão do acesso aberto - como a lentidão no processo de publicação e a pouca transparência na avaliação - complexificam o avanço de marcos teóricos para uma efetiva ciência aberta na prática e nas escolhas dos pesquisadores.
Buscando tornar o acesso aberto uma realidade, foi lançado em 2018 a cOAlition S com apoio da Comissão Europeia e do Conselho Europeu de Investigação (ERC). O objetivo de mais este movimento era exigir a publicação em acesso aberto, a partir de 2021, de todos as pesquisas financiadas com recursos públicos (cOAlition S, 2018). O quinto princípio, dos 10 em que se baseia a cOAlition S, diz que apoia variados modelos, inclusive a cobrança de APC, mas esta deve ser proporcional ao serviço prestado e transparente para que haja um potencial maior de padronização e limitação da cobrança dessas taxas, principalmente de países e pesquisadores que não possuem fontes externas de financiamento (cOAlition S, 2018).
Os planos da cOAlition S têm sido debatidos por diversas pesquisas desde que foram lançados (Bianco; Patrizii, 2020; Frantsvåg; Strømme, 2019; Korytkowski; Kulczycki, 2021). Para pesquisadores da América Latina o plano pode representar mais uma dificuldade uma vez que uma das iniciativas propostas é dividir os países em faixas de pagamentos diferenciados de APC, com alguns pagando menos na busca de preços equitativos. Mas para a América Latina, de acordo com Kowaltowski, Medeiros e Nussenzveig (2023), seria um desastre, pois na busca por preços equitativos países como Brasil e Argentina pagariam 110% do que contribuem atualmente para ajudar a reduzir os custos pagos por países mais pobres.
A cOAlition S está inter-relacionada com outra iniciativa, mais prática, o Plano S. Esta iniciativa detalha os mecanismos para acelerar a publicação em acesso aberto de pesquisas financiadas com dinheiro público. Contudo, o prazo inicial de 2020 foi alterado para 2021 (Couto; Ferreira, 2019).
Mas em termos de aceleração das publicações em acesso aberto a Pandemia da Coronavirus Disease 2019 (Covid-19) criou um contexto único no discurso sobre a importância do compartilhamento do conhecimento científico. Marshall et al., (2024) destacaram como a sociedade passou a visualizar uma maior conexão entre as pesquisas científicas e o cotidiano das pessoas. Deste modo, foi ampliado o debate em torno do entendimento da ciência aberta como um benefício social.
Um elemento já presente nas pesquisas científicas e nas discussões sobre ciência aberta também desempenhou um papel importante na pandemia, os preprints. Ainda de acordo com Marshall et al., (2024) a utilização desta modalidade durante um período de grave crise de saúde pública permitiu o aumento da colaboração e o desenvolvimento de soluções de forma mais rápida sem os atrasos causados pelos processos tradicionais de publicação.
Assim, a pandemia acelerou a visão sobre a importância do acesso aberto, que era o objetivo inicial da declaração de Budapeste e de outras iniciativas para que os pesquisadores preferissem publicar seus resultados em revistas de acesso aberto, mas estudos como o de Nicholas et al. (2017) e Boukacem‐Zeghmouri et al. (2018) demonstram que os pesquisadores, em função do meio acadêmico e de suas pretensões de carreira, ainda acabam optando por submeter seus trabalhos em revistas de alto impacto e não utilizam os periódicos de acesso aberto como um critério no momento de submeter seus trabalhos.
Portanto, é preciso ligar as ideias abstratas destas declarações com as micro decisões dos pesquisadores na prática, baseadas em busca por prestígio, advinda ainda por meio de publicações de alto impacto, que também são valorizadas por governos e agências de fomento em decisões sobre financiamentos e subsídios para pesquisa.
O prestígio é um elemento a ser considerado nas discussões sobre ciência aberta. Kowaltowski (1996) aponta que foi graças ao prestígio de Von Neumann que foi patrocinado no pós-guerra a construção do computador, utilizado para aplicações científicas em geral.
Deste modo, um conceito de ciência aberta precisa focar não apenas em abstrações, mas constituir-se de elementos que sejam capazes de alterar as práticas diárias dos pesquisadores e levem em conta a complexidade de sua realização, e ainda reconhecer o caráter econômico que influencia a forma como a ciência é feita.
O trabalho de Mueller (2006) publicado há quase duas décadas afirmava que à época as publicações de acesso aberto ainda não tinham conseguido alcançar legitimidade na comunidade científica. O estudo de Dias, Dias e Moita (2020) analisou seis milhões de artigos em 2019, a partir de currículos cadastrados na Plataforma Lattes, e apontou que 29,19% estão publicados em periódicos de acesso aberto, representando um maior interesse da comunidade científica, mas um crescimento ainda reduzido em relação à 2001, quando 24% de todas as publicações estavam em periódicos sem barreiras de acesso.
É possível adjetivar esse resultado como reduzido, no caso brasileiro, porque as revistas científicas nacionais em sua maioria são editadas em acesso aberto e financiadas com recursos públicos por meio das universidades federais. Estes resultados nos apontam pistas que as políticas de acesso aberto não estão efetivamente mudando as escolhas dos pesquisadores brasileiros. Silva e Silveira (2019) apontam que o Brasil é uma potência em termos de acesso aberto, não apenas porque 75% dos periódicos brasileiros não possuem barreiras de acesso, mas por iniciativas bem-sucedidas como a criação da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e de outros portais de periódicos de universidades púbicas que promovem acesso total à suas pesquisas. Portanto, há uma institucionalização crescente da ciência aberta no Brasil (Clinio, 2019).
Outros estudos, como os de Nicholas et al. (2017) e Boukacem‐Zeghmouri et al. (2018) são significativos porque apontam que não é apenas no Brasil que a direção tomada não é essencialmente dos periódicos de acesso aberto. De acordo com estas pesquisas a direção tomada pelos cientistas após a conclusão de seus estudos é submeter seus trabalhos em revistas de alto impacto, não utilizando o acesso aberto como critério.
Nestas primeiras páginas falou-se essencialmente de comunicação. Todo o desenvolvimento tecnológico, a apropriação pelas editoras da infraestrutura do ciclo de pesquisa (Haider, 2018; Posasa; Chen, 2018), as escolas de pensamento que buscam organizar o estudo da ciência aberta (Fecher; Friesike, 2013), essencialmente movem-se em torno da melhoria da comunicação científica porque, de acordo com Santaella (2001), há uma onipresença dos fenômenos comunicacionais e as Ciências da Comunicação têm atuado como uma ciência piloto para onde convergem as demais áreas do saber.
Portanto, é essencial analisarmos as opções dos pesquisadores dentro desse ecossistema nativo em acesso aberto, financiado com recursos públicos, para apoiar possíveis alterações nas políticas que abordam o tema ou apontar se estas políticas de apoio ao acesso aberto estão efetivamente saindo da abstração e mudando as realidades da prática nos programas de doutoramento em Comunicação.
3 METODOLOGIA
Esta pesquisa, de abordagem quali-quantitativa e objetivos bibliométrico exploratórios, tem como foco analisar a adesão ao acesso aberto de docentes de dois programas brasileiros de doutoramento em Comunicação, sem distinção entre linhas de pesquisas.
O tipo de produto analisado foram os artigos de periódicos, fundamentais para a comunicação científica por serem avaliados por pares, o que aumenta a segurança e a confiabilidade dos dados (Chueke; Amatucci, 2022; Mueller, 2006).
O recorte temporal utilizado (2013-2023) objetivou apontar pistas sobre a produtividade dos docentes antes e durante a pandemia da Covid-19.
Os dados foram coletados entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024. Foram selecionados dois programas: o da Universidade Federal Fluminense (UFF) e o da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A escolha baseou-se no fato de ambos serem avaliados com nota sete pela Capes, a mais alta classificação para programas de doutoramento (Brasil, 2023; Chueke; Amatucci, 2022).
Essa classificação reflete a excelência acadêmica e a relevância científica desses programas, o que os torna representativos para a análise aqui apresentada. De acordo com Freire Filho (2011, p. 01):
Muitos de seus ex-alunos ocupam inegável posição de liderança dentro do campo da Comunicação - os atuais coordenadores da pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM-SP) fizeram, por exemplo, o seu mestrado e/ou doutorado no PPGCOM da UFRJ; dos três últimos presidentes da COMPÓS (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação) dois são egressos do nosso Programa.
Além disso, os dois programas estão inseridos em instituições de reconhecida tradição na pesquisa em Comunicação no Brasil, tendo, apenas o doutorado em Comunicação da UFRJ formado mais de mil mestres e doutores ao longo dos seus cinquenta anos de existência (Freire Filho, 2011).
Portanto, estes programas, pela sua longevidade, sua nota na Capes obtida com base em critérios como produção científica, inserção internacional e capacidade de formar novos profissionais, têm potencial para representar as melhores práticas acadêmicas no campo da Comunicação, e no caso deste estudo, potencial para influenciar práticas de acesso aberto.
A lista de todos os docentes (n=59) foi retirada do portal institucional dos programas e procedeu-se a eliminação de duplicidades, caso em que um mesmo docente atua nos dois programas. Assim, nos resultados apresentados não há divisão entre a produção dos programas.
Após esta etapa foi construído o instrumento de coleta de dados no software Microsoft Excel com os seguintes campos: nome, link do currículo Lattes, informação sobre bolsa de produtividade, data de conclusão do doutorado, orientador do doutorado, ano de ingresso na instituição (e não de ingresso no programa), título do artigo, periódico, International Standard Serial Number (ISSN), ano de publicação, Qualis Capes 2017-2020, presença no Portal DOAJ, nacionalidade do periódico, primeiro autor e demais autores.
Os dados da produção dos docentes foram coletados no currículo Lattes, sem eliminar as duplicidades, casos em que dois ou mais docentes do mesmo programa assinam um artigo.
Durante a coleta dos dados no currículo Lattes entraves foram encontrados, como a dificuldade para localizar alguns periódicos internacionais mencionados pelos docentes em seus currículos. Para solucionar casos assim utilizou-se o Portal ISSN (ISSN, 2023).
Após o preenchimento da base de dados em Excel com a produção docente (n=1.099), foram eliminadas as duplicidades de artigos que resultou em um total de 1.058 artigos.
Em seguida foi realizada a busca do Qualis dos periódicos na Plataforma Sucupira, utilizando como filtro a avaliação quadrienal 2017-2020, a mais recente (Brasil, 2023). A partir da coleta do Qualis obtivemos o número final dos artigos a serem analisados (n=990). Este número é resultado da exclusão de 62 artigos não encontrados na Plataforma Sucupira (por nome ou ISSN) e outros seis que não participaram da avaliação quadrienal 2017-2020, por encerrarem suas atividades ou por terem sido recentemente lançados, ou ainda não se tratava de artigos de periódicos, mas de jornal/revista, sem emissão de ISSN.
Em seguida buscou-se no Portal DOAJ se os periódicos onde estes artigos foram publicados (n=404) estavam em sua base de dados, o que atesta que o periódico é de acesso aberto, mesmo que cobre APC. A busca foi realizada por meio do ISSN da publicação e não do nome, para evitar que erros de digitação produzissem também erros na pesquisa. A escolha deste portal justifica-se porque trata-se de uma infraestrutura importante para o acesso aberto global que é mantido por voluntários em 45 países e até a finalização desta pesquisa tinha indexado em sua base 20.399 periódicos, representando 135 países (DOAJ, 2023).
Importante pontuar as limitações metodológicas. O recorte temporal desta pesquisa (2013 a 2023) não considerou o ano em que os pesquisadores entraram nos programas analisados, mas o ano de ingresso na instituição, uma vez que a data de entrada no programa não é precisa em todos os casos no currículo Lattes.
Portanto, os resultados apresentados são da produção histórica destes pesquisadores ao longo da última década, não considerando suas produções prévias. Esta produtividade docente nem sempre reflete o impacto das políticas internas dos programas, mas a própria trajetória do sujeito como pesquisador.
A plataforma Lattes, embora se configure como uma importante base de coleta de dados, apresenta inconsistências e desatualizações, uma vez que a inserção de dados depende exclusivamente da agência dos pesquisadores. Estes elementos podem impactar na análise da produção científica, desta e de outras pesquisas que utilizem a mesma metodologia.
A coleta de dados e preenchimento do seu instrumento mostrou-se tarefa exaustiva para os pesquisadores, por isso optou-se por trabalhar nesta etapa durante três meses, diminuindo o ritmo da coleta para evitar erros e tendo as atitudes e competências para realização de pesquisas bibliométricas, apontadas por Hayashi (2013), como elaborar um instrumento de coleta adequado, desenvolver uma postura positiva durante esta etapa e suas dificuldades e ter expertise para recuperar estes dados, manipulando um grande número de informações em diversas bases, tais como a Plataforma Lattes, Sucupira, Portal DOAJ, Portal ISSN e portais das revistas (n=404).
Após a coleta dos dados procedeu-se sua análise e apresentação de resultados por meio de estatística descritiva, que nos auxiliou na caracterização e síntese das publicações.
Em complemento à estatística descritiva, apresentamos a análise exploratório descritiva dos dados. Este tipo de análise é importante quando a pesquisa se concentra em dados históricos buscando encontrar padrões e tendências, o que pode auxiliar na tomada de decisões informadas (Geetha; Sujatha, 2024).
Para encontrar tendências e padrões, apresentadas na seção a seguir, delineou-se as categorias com base nos objetivos específicos para responder à pergunta de pesquisa. As categorias utilizadas foram: produção por gênero, por tempo na instituição, as publicações por ano no intervalo entre 2013 e 2023, o Qualis dos periódicos e por fim o percentual de publicações em acesso aberto em relação à toda a produção no período analisado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados apresentaram um equilíbrio da produção por gênero. As 31 mulheres publicaram 53,7% dos artigos e os 28 homens foram responsáveis por 46,3% dos artigos no período analisado, entre acesso aberto e restrito.
Com relação à publicação em periódicos de acesso aberto os resultados são semelhantes aos apresentados pela pesquisa de Costa, Weitzel e Leta (2020) que mostraram as mulheres publicando mais em acesso aberto em relação aos homens.
Em nossa pesquisa as mulheres publicaram 67% em acesso aberto e os homens 64%. Há um equilíbrio, portanto, entre a publicação em acesso aberto ao considerarmos o gênero. Este resultado, contudo, carece de generalizações uma vez que aborda uma elite de pesquisadoras, apenas da Comunicação, e não analisa diferentes universos e níveis na hierarquia acadêmica.
Assim, outras cientistas em outros níveis, sem estabilidade e posições de destaque podem apresentar valores diferentes (Atchison, 2017). É preciso considerar também que as áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas possuem maior igualdade em relação a áreas da ciências duras. Nas áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas tradicionalmente há maior presença feminina (Wilson, et al. 2022).
Outros aspectos, apresentados na pesquisa de Szymula e Simova (2023), apontam para a complexidade da utilização do gênero como categoria para análise de publicações em acesso aberto. De acordo com os pesquisadores além do campo de estudo, outros aspectos podem influenciar a escolha por periódicos de acesso aberto, como o apoio institucional e disponibilidade financiamento por meio de bolsas de pesquisa. Em nosso estudo, 64% das publicações em acesso aberto foram realizadas por mulheres que receberam bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Assim como nos indicadores por gênero percebe-se que há uma preferência pela publicação em acesso aberto nos doutorados pesquisados, mesmo para docentes que estão na universidade há mais de 20 anos, quando as práticas de acesso aberto não estavam totalmente desenvolvidas política e tecnicamente.
Este dado pode ser correlacionado com as conclusões da pesquisa de Silva e Silveira (2019), citada no referencial desta pesquisa, que demonstraram que 75% dos periódicos brasileiros são de acesso aberto e o país também colaborou com a área ao criar iniciativas como a base de dados SciELO. Portanto, a escolhe do pesquisador pode não ter relação com a modalidade do periódico, mas sim pelo ecossistema nativo em acesso aberto em que realiza suas pesquisas.
A relação entre a idade dos pesquisadores, tempo na instituição e sua adesão ao acesso aberto tem sido foco de diversas pesquisas (Cuschieri; Grech, 2018; Eger; Scheufen; Meierrieks, 2015; Lwoga; Questier, 2015; Olejniczak; Wilson, 2020; Serrano-Vicente; Melero; Abadal, 2016) que têm revelado uma conexão entre maturidade e maior participação em publicações de acesso aberto e não apenas elementos como percepção de direitos autorais e sistemas de recompensa para a profissão. O Quadro 1 mostra a produção dos docentes em acesso aberto de acordo com o tempo de trabalho na instituição.
Este dado não apresenta uma diferença significativa, o que pode ser atribuído a diversos fatores, como a assunção de responsabilidades administrativas por pesquisadores sêniores, e a própria área de estudo que como demonstrou Appel e Albagli (2019) tem certa preferência pela publicação de livros, muitos frutos de uma rede de colaboração científica que tende a ser construída ao longo do tempo na vida acadêmica. Portanto, é fundamental analisar fatores contextuais.
O Quadro 1 demonstra ainda que a média de tempo de atuação dos docentes com maior tempo na instituição é quase quatro vezes superior à daqueles com até 10 anos de atuação, refletindo possíveis mudanças estruturais na trajetória acadêmica que podem influenciar a produção científica em geral, e não apenas as publicações em acesso aberto. Destaca-se, por exemplo, a presença de sete docentes com uma média de 33 anos de trabalho na instituição, o que pode indicar desafios específicos relacionados à carreira e à evolução das demandas acadêmicas ao longo do tempo.
Outros elementos que podem influenciar a adesão às práticas de acesso aberto - além de tempo na instituição, maturidade e a percepção de ganhos - são questões de saúde, como a pandemia da Covid-19 que teve impacto no trabalho dos pesquisadores e na publicação de resultados (Moura; Cruz, 2020; Shoukat et al., 2021). Nesta pesquisa optou-se por um recorte temporal de 10 anos para analisarmos as tendências de publicações antes da pandemia, como demonstra o Gráfico 1.
No intervalo pesquisado a média de artigos publicados foi de 59,36 por ano, e desde 2016 havia uma tendência de crescimento. Este gráfico mostra que o pico da produção foi o ano de 2019, mas houve uma redução acentuada a partir de 2020, até o final de 2021.
Estes resultados apontam para pistas de um movimento decrescente entre os anos críticos da pandemia e os resultados de 2020, com queda menos acentuada, podem ser publicações submetidas para avaliação no ano anterior já que havia uma tendência de crescimento. Os periódicos com avaliação duplo cega tendem a ter respostas mais lentas, o que pode explicar estes números.
Outro elemento a ser considerado para a análise de aderência de pesquisadores ao acesso aberto é a escolha do periódico. Este indicador é importante porque envolve não apenas avaliação e progressão de carreira, mas prestígio e capital simbólico no campo (Bourdieu, 2004). As publicações em revista Qualis A representaram, para os docentes e programas de doutoramento pesquisados, 69,70%, enquanto as de Qualis B, 29,09% e apenas 1,21% em Qualis C.
E o prestígio buscado por estes pesquisadores é resultado da maior parte de publicações em acesso aberto. O percentual total de publicações em acesso aberto durante o recorte desta pesquisa foi de 65,96%. Este número responde à questão principal desta pesquisa que buscou analisar a participação de periódicos de acesso aberto na produção de docentes dos dois programas de doutoramento em Comunicação mais bem avaliados pela Capes.
Estes números demonstram, portanto, que a produção desta elite na área de Ciências da Comunicação tem maior presença em periódicos de acesso aberto. O resultado complementa o estudo de Costa, Weitzel e Leta (2020) que apresentaram números da produção de todas as áreas com base na coleta de dados dos currículos Lattes, analisando apenas os bolsistas em produtividade CNPq 1A.
Os artigos publicados por bolsistas em produtividade nos dois programas de doutoramento pesquisados representaram 66,77% da produção total e 67,93% estão em periódicos com acesso aberto. Para os pesquisadores sem bolsa de pesquisa o percentual de publicações em acesso aberto também é alto, 62,01%.
Estes dados dos bolsistas em produtividade não diferenciam o nível das bolsas, mas são relevantes para demonstrar o impacto das políticas públicas de financiamento e fomento às pesquisas. Dito de outra forma, as bolsas que o Estado brasileiro oferece a estes pesquisadores têm resultado em pesquisas abertas e de fácil acesso ao público. Este dado justifica sua inclusão e análise nestes resultados.
Quando selecionados apenas os dois bolsistas em produtividade 1A, que demonstram capacidade, experiência e liderança não apenas na instituição, mas no plano nacional, sua produção em artigos de periódico representa apenas 3,54% de toda a produção dos pesquisadores que possuem algum tipo de bolsa. Este resultado oferece pistas para a concordância com os estudos de Appel e Albagli (2019) e Kama e Leite (2023) que apontam a publicação de livros, muitos em acesso aberto, como o principal meio de comunicação das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
O percentual de publicações em acesso aberto pode ser maior na produção dos programas analisados. Apontamos, acima, que 65,96% das publicações ocorreram em periódicos indexados no DOAJ. A maioria dos periódicos não indexados no DOAJ (74,78%), são brasileiros e a pesquisa de Clinio (2019) apontou que 75% dos periódicos brasileiros são de acesso aberto. Portanto, estes números indicam uma maior produção sem barreiras de acesso.
O processo de indexação no DOAJ é feito por meio seu portal com o preenchimento de um formulário de seis páginas com informações editoriais e técnicas, como direitos, licenças e modelos de negócio. Quando o periódico é reprovado no processo de indexação deve aguardar seis meses para um novo pedido (Santos, 2021). Portanto, estes elementos podem dificultar o processo de indexação, uma vez que as revistas brasileiras são mantidas, em sua maioria, por universidades públicas que tem passado por precarizações, restrições orçamentárias e déficit de servidores técnicos-administrativos nos últimos anos (Tessarini Júnior; Saltorato, 2021).
Os dados sugerem, portanto, que há uma tendência para publicação em acesso aberto nos doutorados em Comunicação mais bem avaliados pela Capes no Brasil e que podem ser maiores se o filtro utilizado não for a indexação na base de dados DOAJ.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste artigo foi analisar a aderência ao acesso aberto dos doutorados em Comunicação de maior nota na avaliação da Capes, em um recorte temporal de 10 anos, entre 2013 e 2023, por meio da análise das publicações de seus docentes.
Os principais resultados apontam para uma forte tendência de publicação em acesso aberto (65,96%). Nos resultados apresentou-se a produção por gênero, tempo dos docentes na instituição, publicações por ano e Qualis Capes das revistas. Em todos estas categorias a adesão ao acesso aberto foi superior à 60%.
A escolha da apresentação de resultados por gênero e tempo na instituição justificou-se porque o estudo da adesão de determinado grupo às práticas de acesso aberto deve analisar sua relação com a sociedade capitalista e com o ambiente acadêmico, que tensiona as pesquisas científicas. Por isso, apresentou-se também a relação com a pandemia da Covid-19, porque elementos de saúde e bem-estar social são importantes na construção de estudos científicos.
Os resultados por gênero são semelhantes aos apresentados por outras pesquisas. Assim, estudos futuros podem entrevistar tais docentes para entender como o contexto local influencia suas escolhas, apontando dados que não são observáveis pela estatística, mas que tem relevância no destino de suas publicações.
Novas pesquisas podem se aprofundar neste e em outros temas como analisar as redes de colaboração em acesso aberto, temas mais estudados com base nos títulos dos artigos, entrevistar docentes em busca de respostas sobre sua percepção em relação ao tema e o economicismo na produção científica por meio da discussão sobre cobrança de APC nas humanidades.
As limitações desta pesquisa são representadas pelos limites próprios das pesquisas exploratórias, que são aproximativas. Assim, apontamos a adesão e percentual de acesso aberto na produção de dois programas de doutoramento em Comunicação. Mas não foi possível analisar, por exemplo, o nível de adesão dos periódicos aos princípios da ciência aberta, como revisão aberta por pares.
Apesar dos limites, esta pesquisa pode subsidiar, também nas instituições pesquisadas, debates para entender por que os pesquisadores adotam ou não o acesso aberto, principalmente em questões de progressão na carreira e prestígio, que podem ser barreiras para o acesso aberto, que é uma forma de aumentar a visibilidade e disseminação das pesquisas realizadas pelos programas de doutorado.
Por fim, este trabalho contribui com as Ciências da Comunicação por analisar e corroborar, como mostraram outras pesquisas, que nas áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas há uma adesão maior ao acesso aberto, não apenas por meio de artigos de periódico.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
17 Jan 2025 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
-
Recebido
16 Abr 2024 -
Aceito
11 Dez 2024