Open-access COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO NO COMBATE A DESINFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: ESTADO DA ARTE

INFORMATION LITERACY IN FIGHTING DISINFORMATION IN PROFESSIONAL AND TECHNOLOGICAL EDUCATION: STATE OF ART

RESUMO

A competência em informação é considerada o processo de desenvolvimento e aprimoramento das relações com o ecossistema informacional, fomentando uma visão crítica sobre a realidade que estão inseridas. Essa competência envolve habilidades como a identificação de informações relevantes, avaliação crítica de fontes de informação, organização e uso efetivo das informações, além de habilidades de comunicação para compartilhar informações com outros indivíduos e/ou grupos. A desinformação contempla a distorção, a omissão de contexto, o enviesamento de notícias, o excesso de informação, entre outros. Neste estudo, objetivamos realizar uma pesquisa denominada “estado da arte”, com o propósito levantar os trabalhos efetivados até o momento sobre a competência em informação no combate a desinformação na educação profissional e tecnológica. O estudo toma como base as produções publicadas no Portal de Periódicos da CAPES, na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação e na Biblioteca Brasileira de Teses e Dissertações, até maio de 2023, sobre a competência em informação como estratégia para combater a desinformação na Educação Profissional e Tecnológica. Pode-se constatar que o tema competência em informação e desinformação contemplaram um expressivo número de trabalhos, porém pouco foi encontrado quando se refere a essa temática na Educação Profissional e Tecnológica, sendo esse um motivo para que mais estudos sejam investigados nessa área.

Palavras-chave:
Competência em Informação; Desinformação; Formação Profissional; Fake News; Pós-verdade

ABSTRACT

Information literacy is considered the process of developing and improving relationships with the information ecosystem, fostering a critical view of the reality in which they are inserted. This competency involves skills such as identifying relevant information, critically evaluating information sources, organizing and effectively using information, as well as communication skills to share information with other individuals and/or groups. Disinformation includes distortion, omission of context, news bias, excess of information, among others. In this study, we aimed to carry out a research called "state of the art" with the purpose of surveying the work carried out so far on information literacy in combating misinformation in professional and technological education. The study is based on the productions published in the CAPES Journal Portal, in the Reference Database of Journal Articles in Information Science and in the Brazilian Library of Theses and Dissertations, until May 2023, on information literacy as a strategy for combat disinformation in Professional and Technological Education. It can be seen that the issue of competence in information and disinformation contemplated a significant number of works, but little was found when referring to this theme in Professional and Technological Education, which is a reason for further studies to be investigated in this area.

Keywords:
Information Literacy; Disinformation; Professional qualification; Fake News; Post-truth

1 INTRODUÇÃO

Na sociedade contemporânea, estamos imersos em um oceano repleto de informações, navegando por muitas vezes em mares turvos e turbulentos. É essencial saber direcionar nosso caminho em busca de águas límpidas, que revelem a verdadeira imensidão do mar. Fazemos essa analogia em relação ao universo informacional que envolve nosso cotidiano, no qual muitas informações não condizem com a realidade e o contexto em que estão inseridas. A esse fenômeno, denominamos "desinformação".

Embora o termo “fake news” foi amplamente popularizado, a desinformação é um conceito mais amplo, que abarca, além das fake news, diferentes tipos e níveis de desinformação, a exemplo da distorção, da omissão de contexto, do enviesamento das notícias, do excesso de informação, entre outros (Heller; Jacobi; Borges, 2020).

A desinformação é um problema presente na sociedade, e os cidadãos não podem ficar indiferentes a essa questão. No entanto, é necessário buscar soluções estratégicas que possam resolver esse problema de forma efetiva, levando em consideração a realidade social. Devemos nos tornar atores ativos nesse processo, para isso é fundamental estudar e compreender os fluxos de informação, assim como as diferenças, desigualdades e diversidades que compõem a sociedade.

Nesta perspectiva, percebemos a importância da Competência em Informação (CoInfo), para combatermos o fenômeno da desinformação, que vem se expandindo na sociedade contemporânea.

A CoInfo é um conjunto de habilidades integradas que abrangem a descoberta reflexiva da informação, a compreensão de como a informação é produzida e valorizada, bem como o uso da informação para gerar novos conhecimentos e contribuir eticamente para comunidades de aprendizado (ALA; ACRL, 2016).

Devemos nos engajar no movimento da competência em informação, pois essa área é dinâmica e está em constante transformação. Portanto, devemos compreender que essa competência não é algo facultativo, mas sim imprescindível para o cotidiano das pessoas. É no dia a dia que a informação se estabelece e se consolida, sendo necessário interagir com esse ecossistema, com as tecnologias e com cada contexto, a fim de transformar as informações em conhecimento e eliminar a desinformação de maneira eficaz e consciente. Belluzzo (2021, p. 09), afirma que:

A CoInfo não é opcional e, nesse milênio, ela se torna o conceito fundamental em torno do qual outras competências se aglutinam. Gerenciar e usar as informações de maneira eficaz é uma habilidade básica de sobrevivência para todos nós, como indivíduos e como cidadãos.

Destarte, a competência em informação se destina a qualquer pessoa em qualquer ambiência, precisamos dessa formação para compreendermos os labirintos informacionais e não incorrer nos erros e descontextualizações que a desinformação apresenta. Essa competência precisa estar aliada ao protagonismo desenvolvido intrinsecamente, juntamente com o pensamento crítico e reflexivo, que selecione informações verídicas e de qualidade, que possam ser agregadas a nossa gama de conhecimentos.

A Educação Profissional e Tecnológica (EPT), proclama a formação humana integral, oposta à educação bancária (Freire, 1987), na qual o aluno é considerado como um depósito passivo de conteúdos transmitidos pelo professor. Sob o viés da formação defendida pela EPT, o estudante “é agente do processo ensino-aprendizagem e, consequentemente, da (re)construção do próprio conhecimento e, assim, de sua formação em um sentido mais amplo” (Moura, 2008, p. 30).

Nessa concepção, faz-se necessário o desenvolvimento da CoInfo nos estudantes da EPT, pois seus conceitos são convergentes no que tange à autonomia e emancipação, por meio de participação responsável e crítica perante as esferas sócio-econômico-políticas. O viés proposto envolve a compreensão do ser humano como um ator capaz de se posicionar diante da realidade histórica, a fim de responder à pressão social, questionar a validade das normas sociais, construir uma coesão de interesses e explorar novas estratégias de atuação solidária (Moura, 2008).

Em 2022, foi elaborado o “Manifesto Político sobre Competência em Informação (CoInfo) - Bibliotecário: Profissional Luz”, resultado de debates realizados no “I Fórum de Debate sobre Competência em Informação”. O manifesto aborda o papel social, educacional e mediador do bibliotecário e das unidades de informação no combate às fake news e à desinformação, além de elucidar o desenvolvimento da CoInfo:

As tecnologias digitais de informação e comunicação remodelaram a maneira com que lidamos com a informação. Além de consumidores, somos produtores de informação em uma sociedade interconectada, condição que nos coloca diante de uma possibilidade maior de disseminação de fake news e desinformação. Considerando esse contexto, o “Profissional Luz” desenvolve a Competência em Informação (CoInfo) para que as pessoas utilizem crítica, responsável e eticamente as informações de maneira que se compreendam como sujeitos históricos no mundo e, assim, possam exercer a cidadania, engajar-se civicamente, empoderar-se, tomar decisões, aprender a aprender e aprender ao longo da vida. É “luz”, pois a partir de sua função social, educadora e mediadora, deve incentivar o uso de informações fidedignas para promover o desenvolvimento humano, a inclusão, a igualdade, a justiça social, a solidariedade, a equidade, a democracia, o respeito, a ética e a paz (FEBAB, 2022).

Sob essa ótica, foi realizado um levantamento em base de dados científicas sobre a CoInfo na EPT no enfrentamento à desinformação, com o intuito de extrair os trabalhos publicados acerca dessa temática. A seguir, apresentaremos o percurso metodológico adotado na pesquisa.

2 PERCURSO METODOLÓGICO

Este trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva, bibliográfica em literaturas especializadas sobre competência em informação, desinformação e EPT em âmbito nacional.

Apropriou-se da pesquisa denominada “estado da arte” para mapear e discutir a produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados sobre o assunto a ser averiguado, com uma metodologia de caráter inventariante da produção acadêmica e científica sobre o tema que busca investigar (Ferreira, 2002). A pesquisadora Ferreira (2021, p. 09) afirma que:

O estado da arte busca inventariar, fazer um balanço, descrever, mas o sujeito (pesquisador) opera com as informações e dados coletados, recorta e identifica, cruza e une fios, questiona e interpreta por um ponto de partida escolhido por ele, cria uma narrativa plausível e coerente, mutável e inacabada, buscando dar uma organicidade compreensível aos leitores.

A pesquisa foi realizada no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que reúne acervos científicos virtuais produzidos nacionalmente e outros assinados com editoras internacionais de instituições. Foram utilizados os descritores: (I) “Competência em informação”; (II) “desinformação”; (III) “fake news”; (IV) “pós-verdade”; (V) "Instituto Federal”; (VI) “Educação Profissional e tecnológica”, não houve recorte temporal, pois o propósito era recuperar toda a bibliografia publicada disponível.

Com esses critérios foram recuperados cinco artigos, porém, somente um realmente tratava do tema com o título “Sala de aula invertida no enfrentamento fake news, desinformação e infodemia em época de Covid-19”, descrito posteriormente neste artigo.

A Biblioteca Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), foi concebida e é mantida pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), integra em um portal de busca, textos completos de teses e dissertações defendidas nas instituições brasileiras. Para realizar a consulta na BDTD, utilizamos os descritores supracitados, porém nenhuma tese ou dissertação, abrangendo o tema pretendido foi recuperada.

Na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci), foram recuperados dois artigos, mas somente um condizia com o tema, e, por acaso, é o mesmo que foi encontrado no Portal de Periódicos da Capes.

Como foi encontrado apenas um trabalho com as vertentes CoInfo, Desinformação e EPT, optou-se por realizar uma nova busca com os seguintes descritores: (I) “Competência em informação” e (II) “Desinformação”. Com essa nova estratégia foram recuperados na BDTD 10 (dez) trabalhos, dos quais cinco foram considerados relevantes para esse estudo. No Portal de Periódicos da Capes foram encontrados 47 (quarenta e sete) resultados, sendo 12 (doze) contemplando os critérios deste estudo.

Com a execução da busca com os termos: (I) “Competência em informação” e (II) “Educação profissional e tecnológica”, foram encontrados 291 (duzentos e noventa e um) resultados na BDTD, sendo selecionados quatro que correspondiam aos requisitos da pesquisa em questão. No Portal de Periódicos da Capes, foram recuperadas 74 (setenta e quatro) publicações, das quais três atendiam ao propósito requerido.

Compreendendo os limites para a escrita deste artigo, optamos por apresentar uma análise quanti-qualitativa, realizada por meio da leitura dos títulos, resumos, palavras-chave e, quando necessário, do interior teor das publicações, de alguns aspectos que caracterizam o conjunto das publicações. Na seção que segue, apresentaremos os resultados encontrados.

3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Esta seção apresenta os resultados encontrados no estudo e as respostas às questões de pesquisa definidas para a realização deste estado da arte. Após a seleção das publicações recuperadas nas bases de dados pesquisadas, chegamos ao total de 22 (vinte e dois) trabalhos considerados pertinentes para esse artigo, dentre eles encontram-se artigos científicos, dissertações e teses. O Gráfico 1 demonstra tipologia das publicações eleitas.

Gráfico 1
Tipologia das publicações selecionadas

No Brasil, a CoInfo teve seus primeiros estudos nos anos 2000, com trabalhos de Caregnato (2000); Hatsbach (2002); Belluzzo (2001); Dudziak (2001) e Campello et al. (2002) (Belluzzo, 2018). Porém, os trabalhos com a temática investigada neste artigo são mais recentes, como nos mostra o Gráfico 2, no qual podemos observar a delimitação do período que os trabalhos foram publicados. É importante ressaltar que não houve restrição de período de tempo na busca, com o objetivo de abranger todas as produções relacionadas ao tema.

Gráfico 2
Períodos das publicações encontradas

A seguir, apresentamos a nuvem de palavras elaborada a partir das palavras-chave encontradas nas publicações que atendiam o escopo deste artigo, representada pela Figura 1. Nessa nuvem, as palavras em destaque são aquelas com maior incidência entre as palavras-chave escolhidas pelos autores para denotar seus trabalhos.

Figura 1
Nuvem de palavras elaborada a partir das palavras-chave contidas nas publicações selecionadas.

No Quadro 1, descreveremos o inventário das publicações recuperadas por meio das estratégias de busca utilizadas nas bases de dados do Portal de Periódicos da Capes, na BDTD e na Brapci. Listamos os trabalhos encontrados de acordo com a ordem apresentada pelas bases de dados. Na sequência, detalhamos, de maneira resumida, as produções inventariadas.

Quadro 1
Inventário das publicações encontradas

As autoras Santos et al. (2021) apresentam um relato de experiência com o uso da metodologia ativa denominada “sala de aula invertida”, como intervenção pedagógica. Neste trabalho descreveram os conceitos de Fake News, desinformação e infodemia; e, as estratégias para identificação e não disseminação de informações falsas, sob o viés da competência em informação, e na perspectiva da emancipação para estudantes da EPT. Consideram a sala de aula invertida como possibilidade para o ensino remoto, evidenciam que estratégias de buscas informacionais e senso crítico são essenciais para a identificação de informações falsas, as quais podem impactar diretamente na vida das pessoas, sugerindo a necessidade do desenvolvimento ou aprimoramento da competência em informação para a utilização de informações de maneira ética e comprometida com a sociedade (Santos et al., 2021).

Na investigação realizada por Custódio (2020), foi discutido o papel das bibliotecas universitárias frente à competência em informação e desinformação em ambiente digital. Selecionaram a Comissão de Confiabilidade Informacional e Combate à Desinformação da Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina, e analisaram as atas documentais da comissão, o site institucional e o site institucional de outras bibliotecas universitárias federais do Brasil. A autora averiguou que a Comissão é vista como pioneira (2018-2019) no que diz respeito à desinformação, e enfatiza a relevância da ação das bibliotecas universitárias no desenvolvimento de competências e pensamento crítico da comunidade acadêmica, preparando-a para enfrentar os novos problemas informacionais das Sociedades da Informação (Custódio, 2020).

Pinheiro (2021) discorre que a internet e as mídias sociais disponibilizam o acesso e o compartilhamento exacerbado de informações, porém, constata que as informações nem sempre possuem conteúdos verossímeis, causando desinformação, que consiste em informação falsa produzida com ou sem intenção de prejudicar alguém ou algum grupo. A pesquisadora verifica que é relevante para o indivíduo o desenvolvimento da competência em informação para possibilitar o estímulo da cidadania através do fomento da autonomia de práticas críticas e éticas no ambiente informacional. Afirma ainda que, a universidade, como instituição promotora de saberes através do ensino, pesquisa e extensão, tem em sua biblioteca um centro de aprendizagem que atua na promoção do conhecimento de fontes e no reconhecimento da desinformação. Assim, questionou-se como a Biblioteca do Campus de Laranjeiras (BICAL) poderia contribuir para a (in)formação dos discentes.

Sabendo que “A busca por informações genuínas não é uma tarefa simples, visto que é necessário dispor de competências para o seu acesso e uso” (Pinheiro, 2021, p. 01), a pesquisadora teve como objetivo a realização de uma ação formativa para promover o desenvolvimento da competência em informação junto aos discentes do Campus de Laranjeiras da Universidade Federal de Sergipe, por intermédio de conhecimentos que auxiliem no reconhecimento da desinformação. Constatou-se que, apesar dos discentes compreenderem a desinformação como algo inverídico e prejudicial à sociedade, a maioria não se sente apta a reconhecê-la, como também desconhecem as técnicas para elaborar uma busca eficiente e em fontes de informações confiáveis. Essa condição contribui para uma formação deficitária, do ponto de vista informacional, bem como para a proliferação e o compartilhamento de notícias ou informações inverídicas. Conclui-se que a biblioteca cumpre seu papel de provedora de acesso à informação e que o bibliotecário é o profissional dotado de habilidades necessárias para nortear o usuário na formação da competência em informação. Neste estudo a autora propôs um vídeo animado, contendo orientações para a identificação da desinformação contribuindo para o desenvolvimento de raciocínios críticos na constituição da cidadania (Pinheiro, 2021).

Na dissertação de Heller (2021), são apontadas as competências infocomunicacionais como possibilidade de educar para a informação em bibliotecas universitárias, a partir de ações desenvolvidas por bibliotecários. A autora expõe que bibliotecas universitárias são propulsoras para promover as competências infocomunicacionais, possuindo um papel imprescindível na formação da comunidade acadêmica, servindo de suporte para informação, e amparando os quatro pilares da universidade: ensino, pesquisa, extensão e inovação. O objetivo da pesquisa foi analisar as implicações das competências infocomunicacionais no combate à desinformação no âmbito de ação dos bibliotecários que atuam em bibliotecas universitárias.

Heller (2021) realizou uma pesquisa empírica e listou as ações promovidas pelos bibliotecários entrevistados, relacionando com as competências infocomunicacionais, e percebeu que são habitualmente mais promovidas competências em informação do que em comunicação. A pesquisadora observou que os entrevistados preocupam-se com o fenômeno da desinformação e consideram como um ponto forte para a sua atuação profissional, mas ainda não desenvolvem ações que eduquem para a informação, com viés autônomo ou político, e pouco promovem as competências infocomunicacionais nos seus fazeres cotidianos, tratando-se de iniciativas de nível com maior enfoque instrumental (Heller, 2021).

Na pesquisa conduzida por Dias (2021), definiu-se que os termos desinformação e fake news são usados ​​para denotar informações falsas ou boatos que são publicados em sua maioria nas redes sociais, que muitas vezes visam manipular a opinião pública ou difamar algo ou alguém. O estudo buscou relacionar o tema desinformação, fake news e competência em informação no Ensino Superior, identificar conteúdos de competência em informação na grade curricular do curso de graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos e verificar se tais conteúdos contribuem para diminuir o compartilhamento de desinformação e fake news pelos alunos. Com os dados obtidos no estudo, foi comprovada a hipótese de que existem disciplinas no referido curso que possuem conteúdos que se relacionam com o desenvolvimento de habilidades relacionadas à competência em informação. O autor identificou que as disciplinas estão relacionadas ao uso das Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC); o reconhecimento de como a informação é desenvolvida, manipulada, organizada, armazenada, disponibilizada e disseminada; habilidades relacionadas às técnicas de pesquisa e consciência do uso ético e legal da informação. O autor concluiu que essas disciplinas contribuem para o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao desenvolvimento da competência em informação ao abordar o tema em seus conteúdos (Dias, 2021).

A pesquisadora Oliveira (2020) teoriza que o cenário informacional, permeado por tecnologias digitais, desafia até mesmo os sujeitos considerados competentes em informação. Diante desses fenômenos, considera-se a possível relação entre a competência crítica em informação e as práticas de disseminação de fake news, tomando-se como referência de análise as estratégias metodológicas de auditabilidade da informação adotadas por serviços de fact-checking. O objetivo do estudo foi analisar as estratégias metodológicas de auditabilidade da informação adotadas por serviços de fact-checking nas práticas de disseminação de fake news, tomando como referência teórica a competência crítica em informação. A autora mapeou as metodologias de checagem de notícias adotadas por serviços de fact-checking; caracterizou as estratégias utilizadas por esses serviços; identificou os elementos recursivos que validam a informação criada e veiculada por meio de comunidades virtuais; e, estabeleceu, a partir da competência crítica em informação, elementos determinantes para o trato da informação no ciberespaço. As discussões viabilizaram um aprofundamento conceitual sobre a competência crítica em informação, e, com isto, chegou-se aos resultados que apontaram o excesso de evidência como um complicador do processo de auditabilidade, bem como a presença de um componente subjetivo fundamental, a confiança. As metodologias utilizadas na atividade de checagem de fatos se aproximam de maneira mais realística da atuação dos sujeitos no ciberespaço, principalmente dos que não são formalmente considerados competentes em informação, ou seja, que não passaram por ensino ou treinamento que contemplasse especificamente as dimensões abordadas pela information literacy (Oliveira, 2020).

Santos (2017) discorre que o mundo do trabalho se desenvolve em função das mudanças sociais, políticas, econômicas e inovações científico-tecnológicas. Nesse cenário, a informação e o conhecimento ganham importância primordial na produção e desenvolvimento econômico, na dependência deles para cumprimento de suas funções. Dessa maneira, a EPT deve reconfigurar seus objetivos para oferecer uma aprendizagem crítica, permanente e autônoma aos discentes frente às demandas do mundo do trabalho. Os documentos governamentais desse nível de ensino apontam que o currículo deve ser orientado por competências críticas e de autonomia para que os discentes possam atribuir sentido, a partir do uso inteligente e ético da informação, à sua prática profissional. A autora refletiu sobre os desafios no desenvolvimento da competência em informação nos cursos de EPT para atender o mundo do trabalho e como essa competência pode se tornar um elemento capaz de tornar inovador esse nível de ensino. O objetivo foi analisar as concepções e práticas da competência em informação aplicadas à EPT, a fim de oferecer subsídios àqueles interessados na existência de parâmetros de inserção, desenvolvimento e mapeamento dessa competência como contribuição à estrutura desse nível de ensino. A pesquisa documental demonstrou que há elementos da competência em informação presentes nos princípios pedagógicos e nos planos de aulas do universo pesquisado, embora não estejam institucionalizados. Com os resultados obtidos com o estudo, Santos (2017) desenvolveu um Framework como contribuição à inserção e desenvolvimento da competência em informação nas ações de ensino e aprendizagem, em nível institucional, à estrutura da EPT.

A pesquisa produzida por Silva (2019), sugeriu que a Educação Profissional, enquanto modalidade educacional voltada para a formação de trabalhadores, deve incluir a CoInfo como requisito para que os estudantes saibam tomar decisões ou resolver problemas baseados em informação. Com o questionamento de que maneira as habilidades informacionais são trabalhadas na formação de estudantes no contexto da EPT, investigou o papel da CoInfo na formação de estudantes no contexto da educação profissional. Obteve os seguintes resultados: o Projeto Pedagógico inclui as dimensões da vida no processo educativo, mas não as utiliza como princípios norteadores de sua criação e também não aborda a CoInfo; os docentes buscam estar alinhados aos Eixos Norteadores da Educação Profissional (Brasil, 2007), incluem em seu fazer pedagógico práticas relacionadas às habilidades informacionais, entretanto ainda existe uma dicotomia entre os professores da Base Comum e da Base Técnica; e os alunos apresentam habilidades informacionais bem desenvolvidas e as consideram importante para a sua atuação no mundo do trabalho. Silva (2019) concluiu que a inserção da CoInfo na Educação Profissional é essencial por discutir a formação de futuros trabalhadores que atuarão em um mundo do trabalho permeado por uma gama variada de informações e que é necessária a criação de modelos e padrões que facilitem a sua inserção, avaliação e o aprimoramento de práticas voltadas para o ensino de habilidades informacionais, tendo o trabalho como princípio educativo.

A investigação de Santos Júnior (2021) teve como objetivo implementar um curso on-line para capacitar os usuários da biblioteca do Instituto Federal de Sergipe, no desenvolvimento da CoInfo no âmbito da EPT. Para tanto, foram identificadas as necessidades informacionais dos estudantes, a fim de estabelecer interlocução entre a Coinfo, a EPT e o Bibliotecário na mediação das informações através da Educação on-line. O autor concluiu que capacitações on-line, ofertadas pela biblioteca, podem trazer resultados satisfatórios para o desenvolvimento de habilidades de Coinfo em estudantes da EPT, pois, as análises das percepções dos participantes demonstram que o curso propiciou o aprimoramento de competências para a realização de pesquisas eficientes, principalmente através da descoberta de estratégias de pesquisas mais avançadas (Santos Júnior, 2021).

O trabalho elaborado por Cavalcanti (2022) expõe que a Sociedade da informação, além de introduzir um vasto repertório tecnológico no cotidiano global, evidenciou a informação como insumo para conhecimento. Buscar e usar a informação de maneira efetiva tornou-se essencial para o indivíduo constituir-se como cidadão. Nessa perspectiva, o letramento informacional deve ser visto como movimento salutar para a formação de indivíduos com senso crítico, com autonomia de aprendizagem e capazes de discernir uma boa fonte de informação. Para tanto, esta deve ser desenvolvida ainda no período escolar e levada ao longo da vida, porém muito se fala em sua aplicação nas séries iniciais ou no ensino superior, deixando uma lacuna sobre como desenvolver seus aspectos na EPT. Objetivo do trabalho foi analisar o comportamento informacional dos estudantes do ensino técnico em uma escola pública de educação profissional e avaliar as contribuições do letramento informacional para a melhoria do processo de aprendizagem, especialmente no que se refere ao desenvolvimento de habilidades e competências informacionais na produção do Trabalho de Conclusão de Curso. A autora entende que para o alcance da competência em informação dos estudantes da Educação Profissional, é necessário empenho de uma equipe multidisciplinar, com professores e bibliotecários centrados em minimizar as lacunas de aprendizagem desse público com características sociais e educacionais heterogêneas (Cavalcanti, 2022).

O artigo escrito por Silva et al. (2022) aborda a relação entre a competência em informação e as fake news no universo das mídias redes sociais, por meio das fontes relativas à competência em informação, fake news e desinformação na era da informação. Com o objetivo de apresentar as relações existentes entre as fake news e a competência em informação, sugerindo diretrizes para identificação e redução das fake news no contexto das mídias e redes sociais. Para tanto, buscou enfatizar o impacto que as notícias falsas correntes nas mídias e redes sociais geram à sociedade, destacando-se a competência em informação como a principal ferramenta de combate às fake news e de capacitação informacional humana. Os resultados demonstraram que é papel dos cientistas e profissionais da informação trabalhar em prol do combate às fake news no ambiente das mídias e redes sociais, visto que os efeitos desse tipo de notícia podem ser perigosos e oferecerem riscos à consistência da sociedade. Como considerações finais, afirmaram que a competência em informação é o processo norteador para preparo e capacitação humana acerca do acesso e do uso eficaz da informação nos seus multivariados contextos e que esse processo é essencialmente importante na causa de combate às fake news (Silva et al., 2022).

Em seu artigo, Santos (2023) teve como objetivo traçar um campo dialógico entre os preceitos dos Estudos Culturais de Stuart Hall e dos princípios da CoInfo e em Mídia como uma proposta de criação de um espaço interrogatório acerca da veracidade das informações e dos conteúdos midiáticos, em que centraliza o sujeito como protagonista no processo de reflexão crítica no combate à desinformação. A autora inferiu que a articulação dialógica entre os Estudos Culturais de Stuart Hall e a CoInfo e em Mídia fez compreender a necessidade de operar ações contundentes no combate à desinformação, uma vez que as estruturas de poder embatem uma luta para se apropriarem das representações socioculturais simbólicas dos sujeitos para atingir seus objetivos (Santos, 2023).

Considerando o cenário contemporâneo, de revolução tecnológica, onde as informações, bem como seus canais e formas de disseminação, configuram-se como solo fértil para propagação de desinformação, Furtado e Oliveira (2020) realizaram uma pesquisa com o objetivo de compreender a percepção dos arquivistas sobre o fenômeno desinformação e o papel da CoInfo nessa interação. A partir da análise dos dado, as autoras ponderam sobre a percepção dos arquivistas a respeito do fenômeno desinformação, além de identificar os efeitos que esse fenômeno pode causar em sua atuação profissional. Aferiram que os arquivistas entendem a desinformação tanto quanto reconhecem que sua atuação pode ser afetada por esse fenômeno, bem como compreendem a importância de se desenvolver novas habilidades para lidar com os impactos da desinformação em suas práticas (Furtado; Oliveira, 2020).

No artigo de Mata, Grigoleto e Lousada (2020) as autoras refletem, com base na Sociologia da Ciência e na Ciência da Informação, sobre as condições de produção, divulgação e validação de enunciados, discursos e fatos científicos dentro e fora dos laboratórios. Em continuidade, pretendeu-se abordar a informação na sociedade contemporânea, apresentando as concepções de infodemia e desinformação, bem como apresentar possíveis formas de mobilização dos indivíduos por meio das dimensões da competência em informação frente à pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). A partir dos dados analisados, concluíram que a pandemia demonstrou que uma parcela significativa da população está vulnerável à infodemia e à desinformação. As fontes de informação institucionalizadas são o melhor canal de comunicação para reverter essa situação. Desse modo, torna-se cada vez mais urgente fomentar e implementar políticas informacionais voltadas para formação da competência em informação (Mata; Grigoleto; Lousada, 2020).

No contexto pandêmico, Zattar (2020) expôs que a educação no âmbito informacional pode ser um caminho para o controle da infodemia e da desinfodemia. Indicaram duas ações de competência em informação, no âmbito da desinfodemia da COVID-19. A competência em informação é apresentada no escopo das ações voltadas para o público-alvo das informações falsas sobre a COVID-19, com o objetivo de promover o pensamento crítico e a avaliação de fontes de informação, em diferentes ambientes e dinâmicas informacionais. Como resultado do estudo, foram apresentadas as iniciativas da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) e do VI Fórum sobre Competência em Informação: pesquisas e práticas, realizado no Rio de Janeiro, na perspectiva da educação em informação. A autora encerra concluindo que iniciativas de competência em informação devem ser vistas sob a perspectiva da promoção dos direitos dos cidadãos na medida em que a educação em dinâmicas informacionais pode promover práticas informacionais críticas, éticas e solidárias (Zattar, 2020).

A pesquisa de Teixeira, Santos e Mata (2023) teve como objetivo analisar a presença da temática de competência em informação e aquelas relacionadas à avaliação da informação e à desinformação nos cursos de Biblioteconomia das instituições de ensino superior federais brasileiras. Tratou-se de uma pesquisa documental e descritiva, em que os documentos institucionais como ementas, projetos político-pedagógicos, e planos de ensino foram utilizados como principais fontes de informação. Como resultado, constatou-se a existência de 82 disciplinas que trabalham aspectos referentes à busca, seleção, avaliação, uso e disseminação da informação. Contudo, apenas oito tratam especificamente da competência em informação e nenhuma das disciplinas trabalham diretamente a questão da desinformação. Apesar deste ser um número reduzido, identificaram-se outros componentes curriculares que desenvolvem esses conteúdos de forma indireta e podem contribuir para a formação do profissional bibliotecário, como as disciplinas relacionadas às fontes de informação e ao seu uso ético. Considera-se que os resultados obtidos nesta pesquisa podem contribuir para o fortalecimento dos currículos de Biblioteconomia das universidades federais, bem como de outras instituições de ensino superior quanto à inserção de disciplinas que contemplem o desenvolvimento de habilidades informacionais e o pensamento crítico dos futuros bibliotecários (Teixeira; Santos; Mata, 2023)

Em seu artigo, Zattar (2017) apresenta as principais estratégias para avaliação dos conteúdos das fontes de informação. A autora utiliza as noções de competência em informação, fontes de informação e desinformação para o desenvolvimento do referencial teórico. Apresenta como resultados a indicação de três critérios para avaliação de fontes de informação para que sejam evitados os compartilhamentos e usos de desinformações na prática informacional. Por fim, evidencia que a necessidade de avaliação é essencial para a solidariedade na produção e para o uso crítico e ético da informação (Zattar, 2017).

Watari, et al. (2022) abordam o uso da informação no contexto das redes sociais digitais trazendo a competência em informação e digital como mecanismos de atuação para o combate à desinformação. Considerando o contexto da sociedade contemporânea a qual evidenciam-se uma avalanche de informações e o aumento de notícias falsas no ambiente digital, torna-se imprescindível identificar a veracidade das informações, a fim de não ser absorvido nas armadilhas da desinformação e fake news. Problematizam como pensar estratégias para o combate à desinformação por meio das práticas em competência em informação. No artigo objetivam propor alternativas para o combate à desinformação. Ao final, concluem a importância de investimentos em formação dos indivíduos para o desenvolvimento da competência em informação e digital à luz da fundamentação das quatro dimensões da competência, possibilitando aos indivíduos se tornarem capazes de lidar com ferramentas tecnológicas e redes sociais digitais de forma responsável e crítica ante à desinformação (Watari et al., 2022)

Os autores, Ferreira, Lima e Souza (2020) declaram que os meios digitais promovem a disseminação de informação em grande escala, inclusive fake news, gerando desinformação, infodemia e caos social. O artigo evidencia a correlação entre essas temáticas, tomando como exemplo o cenário caótico marcado pela pandemia da COVID-19; identifica impactos negativos no cenário da pandemia promovidos por informações imprecisas e inverídicas. Consideram que a competência crítica em informação e a atuação das agências de fact-checking se destacam como elementos indispensáveis para lidar com os danos provenientes da combinação desses elementos (Ferreira; Lima; Souza, 2022).

Silva, Cavalcante e Alcará (2023) publicaram com o objetivo de discutir o conceito de CoInfo na EPT, refletir sobre o papel educativo dos multiplicadores de CoInfo e apontar para a possibilidade de uma formação de multiplicadores pensada a partir de um modelo de CoInfo na EPT. Conceituam CoInfo na EPT e Multiplicadores de CoInfo. Apresentam o Modelo de CoInfo na EPT de Silva (2021) e discutem a possibilidade de seu uso na formação de multiplicadores. Encerra apontando para o fato de que o processo de formação continuada facilita aos profissionais da informação a implementação de ações de CoInfo ao mesmo tempo em que compreendem e apreendem a história, a filosofia e as dinâmicas próprias da Educação Profissional (Silva; Cavalcante; Alcará, 2023).

No artigo publicado por Santos e Lima (2020), as autoras identificaram as produções científicas a respeito da CoInfo na EPT, com o intuito de revelar os trabalhos inerentes ao tema. CoInfo é definida pela capacidade de reconhecer a necessidade da informação e possuir habilidades para localizar, avaliar e usar efetivamente a informação. A pesquisa foi realizada na BDTD, na Scientific Electronic Library Online (SciELO) e na Brapci para recuperar os trabalhos publicados até o período de outubro de 2019. Constaram que a CoInfo ainda é um tema pouco explorado na EPT tendo em vista a quantidade de trabalhos científicos encontrados nos bancos de dados pesquisados (Santos; Lima, 2020).

Silva e Teixeira (2021) discorrem que a avaliação da competência em informação é um instrumento essencial e se utiliza de padrões, modelos e indicadores para ser realizada com sucesso. O objetivo do trabalho foi avaliar a aquisição de CoInfo de estudantes concludentes de um curso técnico integrado ao Ensino Médio, utilizando a Matriz Conceitual de Oliveira e Silva (2020). Assim, identificaram que os estudantes acreditam que a informação molda aspectos do cotidiano, do trabalho e da educação, e que possuem habilidades específicas para a identificação das necessidades de informação, para o acesso, a avaliação e o uso da informação, e para a compreensão das questões que cercam a informação. Os autores chegaram à conclusão que os estudantes pesquisados possuem habilidades informacionais desenvolvidas, entretanto, precisam de uma formação mais adequada para entender como a informação é produzida e identificar informações enviesadas e fake news. E apontam a necessidade de criar indicadores para a EPT no Brasil alinhados aos avanços nos estudos sobre CoInfo (Silva; Teixeira, 2021).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A desinformação representa um grande desafio para a sociedade contemporânea, exigindo ações coletivas que promovam a educação para a informação e o pensamento crítico das pessoas. A promoção de estratégias, políticas e mecanismos se torna essencial no combate à disseminação da desinformação.

Nesse cenário, a CoInfo é considerada imprescindível para que as pessoas compreendam o universo informacional e possam, além de encontrar informações, avaliar sua confiabilidade, discernir seus vieses e perspectivas. Sendo essas habilidades cada vez mais importantes na era digital, onde há uma sobrecarga de informações disponíveis, e a capacidade de filtrar e utilizar informações relevantes se torna fundamental para enfrentar a desinformação.

De acordo com os trabalhos inventariados, podemos perceber que CoInfo pode contribuir para que as pessoas sejam autônomas no que diz respeito ao universo informacional.

Nesse sentido, a CoInfo pode fomentar uma visão crítica sobre a realidade, pois envolve habilidades de identificação, avaliação, organização e uso das informações de forma ética e eficaz, contribuindo, assim, para a formação humana integral propagada pela EPT, além de dirimir o efeito da desinformação na sociedade.

Pode-se constatar que a temática sugere que vários estudos ainda sejam desenvolvidos, porque o movimento da CoInfo é um processo, que precisa sempre ser aprimorado, pois é uma área dinâmica que está em constante transformação.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jan 2025
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    12 Set 2023
  • Aceito
    16 Out 2024
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