Resumo
O artigo trata da experiência do Grupo de Trabalho (GT) Corpo e Finitude. O GT, multidisciplinar e interinstitucional, é sediado na Clínica da Dor do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e ocorre no âmbito do convênio desta instituição com o Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o Instituto Nacional Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Apresentando a experiência do GT, localiza seus objetivos, sua metodologia e os procedimentos usados para desenvolvê-la, e discute os efeitos observados até o momento, com vistas a examinar as condições para sua continuidade. O método do trabalho é dado pelo referencial teórico-clínico da psicanálise. Trata-se de um procedimento que recorre aos textos para delimitar e elaborar os conceitos que servirão de guia para intervenções na prática hospitalar cotidiana. Esta prática é submetida à discussão em grupos semanais que apontam em que o conceito precisa ser ainda mais elaborado, para orientar a clínica desenvolvida nas várias pontas do trabalho. Num procedimento de vaivém da clínica à teoria e desta à prática, vão se estabelecendo rotinas que evitam simples aplicações automáticas de protocolos, dando condições a cada profissional de examinar e fazer uma reflexão crítica sobre sua prática e sua conduta no trabalho hospitalar. Conclui que a experiência tem incidência sobre o próprio ou a própria profissional e sobre os pacientes e colegas de equipe. Dentre os importantes efeitos, encontra-se a possibilidade de dar voz ao sujeito e seu desejo, retirando-o da função de mero distribuidor de serviços.
Palavras-chave:
Câncer; Imagem Corporal; Finitude; Sujeito; Instituição Hospitalar