Resumo
Este artigo revisita os métodos quantitativos aplicados à Psicologia a partir de três abordagens teóricas críticas que propõem o redirecionamento da pesquisa para o compromisso com a justiça social, o antirracismo e a interseccionalidade. São discutidas: (1) a Teoria Crítica das Raças (Critical Race Theory - QuantCrit), com ênfase na centralidade do racismo estrutural e nas críticas à neutralidade dos dados e dos pesquisadores; (2) o movimento dos Métodos Quantitativos Críticos (Critical Quantitative Methods - CritQuant), que propõe práticas de mensuração sensíveis às desigualdades sociais; e (3) o modelo de validade orientada à justiça e ao antirracismo (Validity for Justice and Antiracism), que reposiciona a validade como uma construção política e situada. Ao final, é apresentado o uso do modelo MIMIC (Multiple Indicators, Multiple Causes) como exemplo de aplicação prática dessas perspectivas críticas, demonstrando como variáveis estruturais, como raça/cor, gênero e classe social podem ser incorporadas na modelagem estatística para evidenciar os efeitos das desigualdades e interseccionalidades na mensuração psicológica e, assim, produzir conhecimento e dar base para ações comprometidas com a transformação social. A proposta busca incentivar uma reflexão crítica sobre a produção de dados quantitativos em Psicologia, promovendo práticas de pesquisa e fundamentos para intervenções mais sensíveis ao contexto, eticamente orientadas e comprometidas com a justiça social.
Palavras-chave:
Justiça Social; Validade; Psicometria; Avaliação Psicológica; Modelo MIMIC
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