Resumo:
O presente artigo apresenta discussão sobre o fazer psi na época da ditadura civil militar, objetivando responder ao seguinte questionamento: a Psicologia brasileira esteve a serviço da ditadura civil militar ou da sociedade?. Considerando que a regulamentação da profissão de psicólogo em 1962 coincidiu com o período ditatorial vivenciado no Brasil entre os anos de 1964 a 1985, objetivamos discutir sobre o desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão neste contexto turbulento para a sociedade brasileira. Para alcançar esse objetivo, utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica. Nesse sentido, referenciamo-nos na discussão sobre o papel do psicólogo, na perspectiva de Martín-Baró, para discutir o compromisso do profissional com o processo de conscientização das pessoas. Conforme as discussões empreendidas, foi possível descortinar os movimentos de atuação que corroboravam com a manutenção do sistema, ou seja, que compactuavam com práticas repressivas, mas também, os movimentos que buscavam promover a conscientização, ou mesmo dispor a Psicologia a serviço dos menos favorecidos, mesmo que de modo clandestino.
Palavras-chave:
Psicologia; Ditadura Civil Militar; Ignácio Martín-Baró; Atuação do psicólogo