1.1 Dor física e emocional (23ª) |
“Tu começa a sentir dor, dor, dor, contração, contração, contração, e tu sabe que... não vai ser por um bom motivo” (M12)
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1.2 Solidão e sensação de abandono pelo sistema de saúde (24) |
“Fiquei lá em pânico, né… não sei o que tá acontecendo, não sei como ela tá se sentindo... Aí tu pede uma informação, parece que tu tá… sabe, ofendendo alguém” (H7)
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1.3 Conhecimento versus desconhecimento: Assimetria de poder (20) |
“A gente vai no médico e as informações que eles dão pra gente é tão vaga, a gente fica tão perdida... cada um fala uma coisa” (M10)
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Tema 2: Iatrogenia de jaleco
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Iatrogenia causada pelas relações estabelecidas com profissionais e/ou serviços de saúde no atendimento à PG
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2.1 Falta de qualificação profissional e seu impacto nos pacientes (24) |
“Isso pra mim foi o PIOR. A médica não sabia que ela tinha que dar licença maternidade” (H5)
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2.2 Comunicação e tratamento insensíveis (56) |
“O rapaz ficava usando termos técnicos o tempo todo… ‘feto’... eu tive um bebê, eu não tive um feto, eu tive um bebê!” (M3)
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“Daí ela [médica] disse assim… [a perda] tinha que acontecer com todas, que é pra acostumar o útero” (H9)
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2.3 Violência na maternidade: Rotinas e práticas violadoras de direitos (21) |
“Ela [médica] falou assim… ‘Mas espera aí, a sua bolsa tá rompendo a segunda vez, então você usa droga’... falei ‘Não’, ‘Não, cê deve usar droga… tem que ser!’. Ela queria que eu respondesse pra ela que eu usava droga, por isso que eu tava perdendo o meu bebê” (M1)
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“[A enfermeira] foi muito grosseira comigo... era como se eu tivesse cometido algum crime, como se eu tivesse sendo castigada lá” (M3)
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2.4 Desumanização da atenção (53) |
“Eu falei pra enfermeira: ‘olha eu to sangrando, pelo menos um paninho desses de hospital vocês têm que me dar pra colocar. Não posso ir embora assim, escorrendo sangue’” (M7)
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Tema 3: O (não) espaço da perda e do luto na maternidade
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Entraves para o acolhimento da perda e do luto e para o cuidado em saúde mental
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3.1 O trauma da maternidade: Viver a perda em meio a bebês chorando (25) |
“Os bebês nascendo, chorando... é uma coisa muito torturante, pensa em tortura, é aquilo” (M7)
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“Ficar ouvindo choro de bebê durante três dias naquele hospital… foi um sofrimento IMENSO” (M3)
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3.2 (Não)Cuidado em saúde mental (31) |
“O prontuário médico da época que eu fiquei internada não tem nada escrito que tenha a ver com saúde mental, só físico” (M5)
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“Às vezes a gente fala que não quer as coisas, mas às vezes a gente quer. Eu acho que eles não deveriam nem perguntar se você quer conversar... às vezes, se igual eles perguntam se você quer psicóloga, eu acho que a maioria fala que não, mas na verdade quer, entendeu?” (M10)
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3.3 Contato com o bebê falecido: Ausência de suporte (21) |
“A gente não tirou a foto dela… é uma coisa que me dói até hoje… é o fato de ninguém ter indicado, ter pensado nisso… alguém podia, alguém devia ter pensado… a gente não tinha condições de pensar nisso… e não tinha essa pessoa lá pra pensar por nós naquela hora, entendeu” (M3)
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Tema Transversal: Banalização da PG
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Indicações implícitas ou explícitas de desvalorização da perda ou não reconhecimento do sofrimento dela decorrente
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“Tudo muito normal, muito natural… todo mundo perde… isso acontece (em tom irônico)... Eu achei até que eu não era digna de sofrer um luto, porque acontece com todo mundo… porque é normal, porque… pô… eu achei assim meio PESADO” (M4)
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Tema 4: Um bom atendimento é possível
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Aspectos constituintes de um bom atendimento em saúde, na percepção dos casais
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5.1 Acolhimento e cuidado integral (45) |
“É, essa doutora, ela, tipo, me acolheu... ela me explicou que era super normal, sabe, mas ela ia respeitar minha vontade, porque eu queria fazer [exames] e saber se eu não tinha algum problema” (M9)
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5.2 Comunicação efetiva (33) |
“A pessoa foi assim… SUPER calma, deu a notícia de uma maneira… mais amena possível… a pessoa foi muito humana” (M8)
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5.3 Cuidado centrado no paciente e não no serviço (14) |
“Aí ela [médica] falou: ‘Oh, fiquem aqui um pouco até vocês se recuperarem’, trouxe água para mim. E depois a gente saiu. Quando eu me senti bem, daí a gente saiu” (M6)
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