A mistura de ingredientes ativos de diferentes mecanismos de ação é uma ferramenta essencial para prevenir ou manejar áreas com plantas daninhas resistentes. No entanto é importante que tais associações forneçam adequada seletividade para a cultura. O objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade do glyphosate a soja RR, e verificar também, se existe seletividade a misturas com outros ingredientes ativos, aplicados em pós-emergência, visando novas estratégias de controle que poderão ser empregadas no cultivo da soja RR. Os herbicidas e respectivas doses (g ha-1) avaliadas foram: glyphosate isolado (720, 960, 1.200 e 1.440) e as misturas de glyphosate (960) com cloransulam-methyl (30,24), fomesafen (125), lactofen (72), chlorimuron-ethyl (12,5), flumiclorac-pentyl (30), bentazon (480) e imazethapyr (80). Todos os tratamentos foram aplicados em dose única em pós-emergência quando a soja estava no estádio V2 a V3. Tratamentos com glyphosate isolado ou em mistura com herbicidas pós-emergentes aplicados em dose única promoveram efeitos visuais de fitointoxicação quando aplicados na soja resistente ao glyphosate. Efeitos como redução na altura das plantas, no fechamento da cultura, no número de vagens por planta e na massa de cem grãos puderam ser observados. Entretanto, os efeitos relatados ao desenvolvimento das plantas foram na sua maioria transientes, não persistindo durante todo ciclo da cultura. Dentre os tratamentos estudados, somente a mistura entre glyphosate e lactofen não apresentou seletividade à cultura, promovendo efeitos negativos na maioria das características estudadas e consequentemente reduzindo a produtividade de grãos.
herbicidas; soja resistente ao glyphosate; tolerância; injuria
