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Compostos Fenólicos com Potencial Alelopático de Secale cereale e Raphanus sativus Cultivados em Sistema de Plantio Direto Agroecológico

RESUMO:

A identificação de compostos com potencial alelopático produzidos pelas plantas de cobertura pode auxiliar na seleção de espécies para fins de manejo de plantas daninhas em sistema de plantio direto. O objetivo deste estudo foi identificar os principais compostos fenólicos com potencial alelopático na parte aérea das plantas de cobertura centeio (Secale cereale L.) e nabo forrageiro (Raphanus sativus L.), bem como avaliar se o sistema de cultivo e o estádio fenológico influenciam na produção desses metabólitos secundários e na emergência de plantas daninhas. Foram coletadas amostras da parte aérea das plantas de cobertura aos 60, 80 e 100 dias após a semeadura (DAS) e 15 e 30 dias após o acamamento delas (DAA), em um experimento de campo. Foi avaliada a emergência de plantas daninhas aos 45, 75 e 100 DAA das plantas de cobertura. No centeio, os compostos majoritários foram o 6-metoxi-2-benzoxazolinona (MBOA) e o 2-benzoxazolinona (BOA) em cultivo solteiro e consorciado, e no nabo-forrageiro foi o flavonoide quercetina, em todas as épocas avaliadas. Ao longo do ciclo de cultivo, os maiores conteúdos de compostos fenólicos foram encontrados no estádio de alongamento (60 DAS) para a espécie centeio cultivada solteira e consorciada (9,33 e 8,22 mg g-1 MS) e no estádio de enchimento de grãos (100 DAS) para o nabo forrageiro em sistema de cultivo consorciado com centeio e aveia (3,24 e 3,83 mg g-1 MS). Não houve diferença nos conteúdos dos principais compostos quando a espécie foi cultivada solteira ou consorciada. Após o acamamento, houve redução nos conteúdos de MBOA, BOA e quercetina. A produção de MS de plantas daninhas foi menor aos 45 DAA em todos os tratamentos com resíduos de centeio e nabo, quando comparados com a testemunha. O consórcio do centeio com o nabo forrageiro é uma alternativa de manejo para o controle das plantas daninhas em sistemas agroecológicos, tanto pela barreira física exercida por essas espécies como pela presença de compostos fenólicos com potencial alelopático.

Palavras-chave:
plantas de cobertura; alelopatia; quercetina; BOA; MBOA

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