RESUMO:
O uso da soja transgênica resistente ao glyphosate pode causar impactos diretos ou indiretos nos componentes do agroecossistema. O impacto direto é provocado pela inserção do gene de resistência, e o indireto está relacionado às alterações nas práticas de manejo. Dessa forma, este trabalho objetivou avaliar o impacto da soja resistente ao glyphosate e seu manejo com esse herbicida sobre a comunidade de artrópodes do dossel das plantas. Os tratamentos foram: soja transgênica e não transgênica com capina mecânica das plantas daninhas; e soja transgênica com uma e três aplicações de glyphosate. As populações de artrópodes no dossel das plantas foram amostradas ao longo de dois cultivos. A incorporação do gene de resistência ao glyphosate não afetou a riqueza e a abundância de artrópodes no dossel das plantas. Já a aplicação do glyphosate reduziu a riqueza de predadores e de fitófagos mastigadores e sugadores nos tratamentos com três aplicações desse herbicida. No segundo ano de cultivo a densidade total de artrópodes foi menor na soja transgênica com três aplicações de glyphosate em relação aos demais tratamentos. O mesmo ocorreu com a densidade do fitófago mastigador Cerotoma arcuatus nos dois anos de cultivo. Já as densidades dos fitófagos succionadores Bemisia tabaci, Caliothrips brasiliensis e Tetranychus sp. foram maiores na soja transgênica com três aplicações de glyphosate do que nos demais tratamentos. A aplicação de glyphosate (uma ou três) reduziu densidades do predador Solenopsis sp. e do detritívoro Hypogastrurasp.
Palavras-chave:
Glycine max; transgenia; fitófagos; predadores; parasitoides; detritívoros