RESUMO
O conhecimento da sorção de herbicidas pelos coloides permite prever a sua movimentação no perfil do solo, além de sua eficiência no controle das plantas daninhas e da intoxicação de culturas, quando aplicado diretamente no solo. Esse conhecimento torna-se ainda mais importante para os herbicidas que apresentam longa persistência no solo. Nesta pesquisa foi estimada, por método biológico, a sorção do clomazone em amostras de solos brasileiros com diferentes características físicas e químicas, cultivados com a cultura da cana-de-açúcar. Como indicador da presença do clomazone no solo foi utilizado Sorghum bicolor. Os dados obtidos referentes às avaliações da intoxicação e ao acúmulo de matéria seca das plantas foram submetidos a análise multivariada de similaridade entre as variáveis. Após isso, foram estimadas as doses do clomazone que causaram 50% de intoxicação nas plantas de sorgo cultivadas (C50) e, também, a relação de sorção (RS) do herbicida nos diferentes tipos de solo. Verificou-se similaridade superior a 80% para os dados referentes a porcentagem de intoxicação e matéria seca acumulada, optando-se por utilizar apenas aqueles relativos à primeira variável. A RS e a C50 foram maiores no Organossolo e menores no Latossolo Vermelho-Amarelo com e sem alteração do pH. Concluiu-se que a dose do clomazone a ser recomendada deve ser diferenciada para solos distintos, pois o valor da sorção do clomazone no solo é dependente de seus atributos, sendo o teor de matéria orgânica o de maior importância.
Palavras-chave:
retenção de herbicidas; comportamento de herbicidas no solo; potencial de contaminação; impacto de herbicidas