RESUMO:
Antes de fazer a recomendação de um herbicida, é preciso conhecer suas interações com os atributos do solo que irão influenciar a sua sorção e a meia-vida no solo. Esse conhecimento é condição essencial para serem minimizados os eventuais efeitos negativos que possam resultar de sua aplicação. Todavia, devido à grande diversidade de solo e clima do Brasil, principalmente para os produtos de uso recente no País, como é o caso do herbicida tembotrione, esse conhecimento na maioria das vezes não está disponível. Essa pode ser a principal causa da ocorrência de relatos de intoxicação em cultivos realizados em sucessão a cultura do milho pulverizada com esse herbicida. A fim de reduzir possíveis impactos em culturas sucessoras e a contaminação de águas superficiais e subterrâneas, utilizando a cromatografia líquida de alta eficiência, neste trabalho foi determinada a meia-vida do tembotrione em solos com diferentes atributos. Os solos avaliados foram: Latossolo Vermelho-Amarelo de Viçosa-MG com e sem calagem, Latossolo Vermelho-Amarelo de Rio Paranaíba-MG, Latossolo Amarelo de Sooretama-ES e Latossolo Vermelho-Amarelo de Gurupi-TO com e sem calagem. Conclui-se que a calagem pode favorecer a degradação do tembotrione no solo e que existem relações diretas entre valores da meia-vida do tembotrione e teores de argila e matéria orgânica dos solos. A meia-vida do tembotrione em amostras do Latossolo Vermelho-Amarelo coletadas nos municípios de Viçosa (que não recebeu calagem) e Rio Paranaíba, MG, foi superior a 90 dias, indicando riscos de carryover em cultivos sucessivos ao milho pulverizados com o tembotrione nessas regiões.
Palavras-chave:
herbicida; impacto ambiental; persistência no solo
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