RESUMO A resistência a herbicidas em espécies do gênero Amaranthus ocorre frequentemente no mundo e está se tornando um grande problema em regiões algodoeiras no Brasil. O objetivo deste trabalho foi verificar a resistência cruzada e múltipla de biótipos de caruru-gigante (A. retroflexus) aos herbicidas utilizados em pré-emergência na cultura do algodão no Brasil. Sete experimentos de dose-resposta foram realizados em casa de vegetação com os herbicidas atrazine, prometryn, diuron, S-metolachlor, trifuralin, trifloxysulfuron-sodium e pyrithiobac-sodium, sendo os tratamentos equivalentes a 0, ¼, ½, 1, 2 e 4 vezes a dose recomendada. Foram avaliados oito biótipos de A. retroflexus coletados em três Estados produtores de algodão do Brasil com suspeita de resistência a esses herbicidas. Confirmou-se a resistência em um biótipo de Goiás (GO) para prometryn, assim como um de Mato Grosso (MT), que apresentou resistência cruzada a atrazine e prometryn. Um biótipo do Estado do Mato Grosso do Sul (MS) e quatro de GO apresentaram resistência cruzada a trifloxysulfuron-sodium e pyrithiobac-sodium. Um biótipo de GO foi identificado com resistência múltipla a prometryn e inibidores da ALS, outro para atrazine e inibidores da ALS, enquanto para o bipótipo do MT foi confirmada resistência múltipla para triazinas e pirimiditio-benzoatos (pyrithiobac). Os herbicidas S-metolachlor, diuron e trifuralin foram eficientes no controle de todas as populações e, portanto, enquadram-se como alternativas de manejo nas regiões onde foram constatados os biótipos resistentes.
Palavras-chave:
caruru-gigante; Gossypium hirsutum L.; triazinas; sulfonilureias