Os objetivos do estudo foram investigar os efeitos da lipodistrofia sobre o bem-estar psicológico e a adesão ao tratamento anti-retroviral, e identificar as estratégias de enfrentamento utilizadas por pessoas soropositivas afetadas pela síndrome. Participaram 21 pessoas, com idades entre 29 e 52 anos, das quais quatorze eram homens. As entrevistas foram analisadas com base na análise de conteúdo categorial. Os resultados apontaram que a descoberta e a vivência da lipodistrofia podem afetar o bem-estar psicológico, ocasionando redução da auto-estima, percepção negativa da imagem corporal e evitação de contatos sociais. Não se observou impacto negativo sobre a conduta de adesão. As estratégias de enfrentamento relatadas com maior freqüência foram: prática de atividade física, uso de roupas que escondam as mudanças corporais, realização de procedimentos estéticos e adoção de novos hábitos alimentares. Conclui-se que a ocorrência da lipodistrofia pode acarretar dificuldades psicológicas, merecendo atenção das equipes de saúde que atuam em HIV/aids.
pessoas vivendo com HIV/aids; lipodistrofia; bem-estar psicológico