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Psicologia e Serviço Social: parcerias possíveis com a Educação

Psychology and Social Work: possible partnerships with Education

Psicología y Servicio Social: asociaciones posibles con la Educación

Partindo da compreensão de que o fenômeno educacional possui várias dimensões e múltiplas determinações (Meira, & Antunes, 2003Meira, M. E. M. & Antunes, M. A. M. (Org.) (2003). Psicologia escolar: práticas críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo.) abre-se campo para construção de interfaces entre a Pedagogia e diversas áreas do conhecimento. Esse artigo tem como objetivo apresentar ações institucionais, preventivas e interventivas realizadas por profissionais da Psicologia e Serviço Social na Secretaria de Educação do município de Taboão da Serra - São Paulo.

Entendemos que o objetivo da atuação do psicólogo e assistente social na Educação é colaborar para que a escola cumpra, da melhor maneira possível, sua principal função social, qual seja, socializar junto aos alunos o conhecimento sócio-historicamente construído pela humanidade (Saviani, 2007Saviani, D. (2007). Escola e democracia: polêmicas do nosso tempo. Campinas/São Paulo: Autores Associados.) e contribuir, por meio disso, para sua formação enquanto sujeitos críticos, reflexivos e conscientes de sua inserção social.

A equipe é composta por três psicólogas e três assistentes sociais que tiveram como desafio inicial construir as diretrizes teórico-metodológicas do trabalho a ser desenvolvido, visto que não havia experiências anteriores de trabalho de profissionais com tais especialidades nesse contexto.

O delineamento da proposta de atuação partiu de algumas provocações iniciais: como construir propostas de atuação que considerem os objetos de conhecimento e as especificidades da Psicologia e Serviço Social no campo educativo? Como construir uma identidade para a equipe levando em consideração a rica diversidade de formação e experiências de suas profissionais? Quais os procedimentos precisariam ser construídos para nortear os trabalhos? Quais ferramentas poderiam ser forjadas para favorecer a atuação da equipe?

Uma primeira questão teórica de referência diz respeito a concepção de que a inserção de psicólogos e assistentes sociais implica em uma visão institucional dos processos de escolarização (Tanamachi, 1997Tanamachi, E. de R. (1997). Visão crítica de Educação e de Psicologia: Elementos para a construção de uma visão crítica de Psicologia Escolar. Tese de Doutorado. UNESP, Marília.). A partir disso, a intervenção se dá de modo a tornar coletivas demandas que se apresentam de forma individual, atuando preventivamente e não de forma remediativa e com base na inserção crítica e participativa desses profissionais nas realidades em que atuam.

Outra diretriz teórica central no trabalho está relacionada à explicitação das especificidades pertinentes ao campo de conhecimento da Psicologia e do Serviço Social (Lima, 2011Lima, C. P. de. (2011). "O caminho se faz ao caminhar": propostas de formação para uma atuação crítica em psicologia escolar e educacional. Dissertação de Mestrado. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo.).

Em nosso trabalho, entendemos que as especificidades da Psicologia encontram-se nos conhecimentos sobre desenvolvimento e aprendizagem humanos, relação sujeito, sociedade e gênero humano, constituição da subjetividade humana, relações institucionais, buscando, a partir disso, favorecer o encontro entre os sujeitos humanos e o pensamento teórico construído historicamente pela humanidade (Meira, & Antunes, 2003Meira, M. E. M. & Antunes, M. A. M. (Org.) (2003). Psicologia escolar: práticas críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo.). Em nossa perspectiva, ao adentrar no espaço escolar a Psicologia busca contribuir para uma formação escolar mais humana que respeite a diversidade, para a constituição de relações interpessoais que promovam equidade e emancipação e para a construção de funcionamentos institucionais mais saudáveis e de uma sociedade democrática, ética e promotora das potencialidades individuais e coletivas.

Já o Serviço Social, como área do conhecimento, tem a realidade social como seu núcleo de ação e atua diretamente junto às diferentes expressões da questão social. No espaço escolar o Serviço Social tem o objetivo de refletir, junto aos demais profissionais da Educação, sobre essas diferentes expressões nesse contexto, tais como atitudes e comportamentos agressivos e violentos, evasão escolar, baixo rendimento, distanciamento da escola com relação à comunidade, entre outros (Conselho Federal do Serviço Social, [CFESS], 2001Conselho Federal do Serviço Social, [CFESS], (2001). Serviço Social na Educação. Grupo de estudos sobre o Serviço Social na Educação. Brasília: CFESS.; 2011Conselho Federal do Serviço Social, [CFESS], (2011). Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação. Grupo de estudos sobre o Serviço Social na Educação. Brasília: CFESS.).

A partir dessas perspectivas e tendo em vista a construção e consecução do trabalho outro passo importante foi a imersão intensa da equipe no cotidiano das escolas e da secretaria de educação. Participar do cotidiano nos possibilitou conhecer as dinâmicas das escolas, reconhecendo especificidades das unidades escolares e as características partilhadas pela rede de ensino. Experimentar a rotina das escolas ofereceu-nos ainda subsídios para conhecermos as demandas institucionais, as potencialidades, as tensões, mazelas e desafios vivenciados pelos atores escolares com os quais pudemos entrar em contato. Vislumbramos duas decorrências importantes da aproximação entre equipe interdisciplinar e rede de ensino: 1) transformações produzidas na postura dos profissionais das escolas que puderam construir um vínculo de confiança com a equipe que assumiu um posicionamento de parceria e não culpabilização das pessoas envolvidas no processo de escolarização e 2) mudanças na forma de trabalho da equipe que alcançou uma maior apropriação das práticas realizadas pelas escolas, refinando e problematizando a demanda inicialmente apresentada. Outra conquista importante nesse processo foi um maior conhecimento a respeito dos serviços municipais ofertados à população que culminou em uma aproximação e articulação com outros profissionais da rede. Além disso, percebemos que compartilhar o cotidiano escolar favoreceu o trabalho da equipe de empoderamento dos atores escolares, possibilitando que os profissionais da escola pudessem assumir posturas ativas na resolução de seus conflitos, desafios e dificuldades.

A partir desse trabalho inicial de reconhecimento do contexto no qual a equipe iria se inserir foram construídos documentos com o intuito de descrever, embasar e regimentar as ações realizadas pela equipe, destacando-se o regimento interno da equipe interdisciplinar e o formulário de solicitação de intervenção. No regimento interno foram descritas detalhadamente as bases teórico-metodológicas sob as quais o trabalho foi concebido e as primeiras propostas de ação da equipe. O formulário de solicitação de intervenção foi um documento que se constitui em uma forma de comunicação das escolas com a equipe. Por meio do preenchimento desse formulário os profissionais das unidades escolares podem requerer a presença da equipe interdisciplinar. Esse documento é composto por perguntas dissertativas que buscavam oferecer um espaço em que os profissionais da educação possam descrever e apresentar sua avaliação da situação junto a qual percebe a necessidade de intervenção da equipe. O objetivo dessas perguntas é ainda convidar os profissionais da rede a refletirem e problematizarem suas demandas. Assim, a ficha visa não só a descrição e documentação da demanda escolar, mas também favorecer a reflexão, por parte dos envolvidos na situação, de modo que seja possível pensar e analisar a situação a partir de possibilidades não antes notadas. As perguntas desse questionário visam conhecer: a) o histórico da situação junto a qual a escola deseja a atuação da equipe; b) as implicações dessa situação nos processos de ensino-aprendizagem; c) as ações que já foram desenvolvidas pela escola e os efeitos que surtiram; d) as potencialidades da situação; e) os desafios/dificuldades.

A análise das demandas feitas pela rede nos 18 meses iniciais de trabalho apontou para um fato já conhecido na história da Psicologia Escolar e Educacional: as solicitações são geralmente relacionadas à intervenções a serem desenvolvidas junto à trajetória escolar de alguns alunos, ou seja, tratam-se de demandas individuais (Patto, 1990Patto, M. H. S. (1990). A produção do fracasso escolar. São Paulo: T. A. Queiroz.). Diante disso, buscamos ocupar um posicionamento que não culpabiliza os professores por "ainda" entenderam que o problema é/está no aluno (Machado, 2008Machado, A. M. (2008). A produção de desigualdade nas práticas de orientação. Palestra proferida no Projeto Direitos Humanos da Escola. Recuperado: 25 ago. 2011. Disponível: http://www2.fe.usp.br/~cpedh/Desigualdade%20e%20Edu c%20Adriana%20 Marc.pdf.
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). Ao contrário, entendemos que essa demanda é legítima, pois sua constituição histórica está relacionada às intervenções que a própria Psicologia ofereceu/oferece à sociedade. No entanto, nosso trabalho procura problematizar tal demanda. E diante dela, buscamos apresentar questionamentos como: o que essa situação específica diz da dinâmica da escola? Existem outras pessoas que vivenciam experiências semelhantes na unidade escolar? A escola já vivenciou situações que nos ajudam a pensar formas de enfrentamento dessa dificuldade? O que pensam outros profissionais sobre a questão? Quais são os sentidos construídos por outros atores escolares envolvidos (alunos, familiares)? Como podemos enfrentar de forma coletiva esse desafio? Ou seja, o acolhimento das demandas trazidas pelas escolas passa por uma leitura que inclui questões institucionais na tessitura de uma dificuldade que nos chega de forma individual. Desse modo, ao atender as solicitações feitas pelas escolas, a equipe busca construir formas de intervenção articuladas à formação dos profissionais da escola, à promoção de saúde e qualidade de vida no contexto escolar, ao enfrentamento das dificuldades nos processos de escolarização, de modo a favorecer a produção de mudanças na dinâmica da instituição escolar.

Buscando tematizar as solicitações direcionadas pela rede de ensino à equipe interdisciplinar percebemos como desafios recorrentes: a) a inclusão escolar de crianças com deficiência; b) dificuldades para mediar comportamento dos estudantes no contexto escolar (indisciplina escolar); c) não efetivação da parceria entre escola - família - comunidade; d) a evasão escolar; e) violação de direitos das crianças; f) dificuldade de articulação com a rede de serviços municipais.

A partir das demandas iniciais buscamos desenvolver em cada escola projetos de intervenção que considerassem as demandas específicas das instituições. Ou seja, em cada instituição a equipe buscou elucidar ações que se mostraram pertinentes a cada realidade escolar. Dessa forma, a atuação tem como fio condutor o atendimento às demandas singulares de cada escola, tendo em vista a construção de ações preventivas que colaborem para transformações no funcionamento institucional. Como exemplos, podemos citar o trabalho de formação em serviço com professores (que se efetivou, principalmente, por meio de participação em reuniões de HTPC - horário de trabalho pedagógico coletivo) e articulação com a família-comunidade (que de seu a partir da participação em reuniões de pais e atendimentos individuais de famílias nas unidades escolares).

Além das intervenções no espaço escolar, a equipe discute, planeja e ministra cursos e oficinas oferecidas pela Secretaria de Educação, visando favorecer a formação de professores para uma reflexão crítica e analítica sobre as questões subjetivas e sociais que atravessam as unidades escolares. Foram ministradas oficinas sobre temas que estão em evidência e que necessitam de maior espaço de para aprofundamento e discussão, tais como: a rede socioassistencial, relação família-escola, indisciplina e outras demandas relativas à dificuldades nos processos de escolarização.

No intuito de conseguirmos atuar de maneira mais crítica e criativa foram imprescindíveis espaços como as reuniões semanais da equipe (em que pudemos compartilhar saberes, trocar experiências, partilhar dúvidas, angústias, dificuldades e alinhar as propostas de intervenção desenvolvidas) e a participação no Plantão Institucional do Serviço de Psicologia Escolar da Universidade de São Paulo (oportunidade de distanciamento, reflexão, problematização e vislumbre de novos direcionamentos possíveis para a atuação diante da diversidade e complexidade das demandas do contexto educacional).

Ao término de 18 meses de trabalho a equipe solicitou que a rede de ensino fizesse uma avaliação sobre o trabalho por meio de um questionário enviado para os gestores. As perguntas envolviam a forma como o trabalho da Equipe foi divulgado na escola e para os docentes; as expectativas da comunidade escolar quanto ao trabalho da equipe interdisciplinar; as intervenções executadas e os resultados alcançados. Por meio da avaliação foi possível verificar que a divulgação da Equipe e de seu trabalho ocorreu para os gestores durante as orientações técnicas e reuniões na Secretaria de Educação e que a transmissão dessas informações ao corpo docente nas unidades escolares deu-se, principalmente, durante os horários de HTPC, caracterizados como momentos de discussão, reflexão e formação em serviço (são espaços em que participam quase a totalidade dos professores da unidade de ensino).

Quanto às expectativas em relação ao trabalho da equipe nas escolas notou-se o predomínio de demandas por intervenções individuais em que os problemas estavam instalados há pouco ou muito tempo, os profissionais das escolas demonstraram aguardar por respostas imediatas ou resoluções rápidas. As formas de compreender essas situações, diversas vezes, abstraíram aspectos relativos ao funcionamento institucional. Diante das intervenções executadas (todas elas pautadas em aspectos relacionais, intersubjetivos e sociais), a maioria das escolas relata ter alcançado uma mudança na forma de entender e atender as demandas apresentadas. Além disso, foi relatada certa reverberação dos resultados para outros contextos da unidade de ensino.

Para finalizar, destacamos alguns desafios que estão postos para o trabalho da equipe: aproximação aos processos de inclusão escolar, estreitamento dos vínculos com os docentes nas unidades de ensino e participação na construção e delineamento das políticas públicas educacionais do município.

Entendemos que a Psicologia Escolar e Educacional e o Serviço Social em sua interface com a Educação têm conseguido avanços no que diz respeito ao delineamento de práticas e intervenções possíveis nesse campo. A nosso ver, compartilhar os caminhos percorridos constitui-se como uma importante ferramenta para contribuir no avanço das discussões nessa seara. Compreendemos também ser necessário o desvelamento das tensões constituintes desse fazer profissional, pois acreditamos ser de central importância mantermos vivo o questionamento a respeito de quais mudanças podem ser operadas no interior do nosso sistema educacional tendo em vista a organização social em que vivemos.

  • Conselho Federal do Serviço Social, [CFESS], (2001). Serviço Social na Educação. Grupo de estudos sobre o Serviço Social na Educação. Brasília: CFESS.
  • Conselho Federal do Serviço Social, [CFESS], (2011). Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação. Grupo de estudos sobre o Serviço Social na Educação. Brasília: CFESS.
  • Collares, C. A. L., & Moysés, M. A. A. (1994). A transformação do espaço pedagógico em espaço clínico (a patologização da educação). Série Ideias, 23. São Paulo: FDE. Recuperado: 01 out. 2011. Disponível: http://www.crmariocovas.sp.gov.br.
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  • Lima, C. P. de. (2011). "O caminho se faz ao caminhar": propostas de formação para uma atuação crítica em psicologia escolar e educacional. Dissertação de Mestrado. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • Machado, A. M., & Souza, M. P. R. (Orgs.). (2004). Psicologia Escolar: em busca de novos rumos. São Paulo: Casa do Psicólogo.
  • Machado, A. M. (2008). A produção de desigualdade nas práticas de orientação. Palestra proferida no Projeto Direitos Humanos da Escola. Recuperado: 25 ago. 2011. Disponível: http://www2.fe.usp.br/~cpedh/Desigualdade%20e%20Edu c%20Adriana%20 Marc.pdf.
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  • Meira, M. E. M. & Antunes, M. A. M. (Org.) (2003). Psicologia escolar: práticas críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo.
  • Patto, M. H. S. (1990). A produção do fracasso escolar. São Paulo: T. A. Queiroz.
  • Saviani, D. (2007). Escola e democracia: polêmicas do nosso tempo. Campinas/São Paulo: Autores Associados.
  • Tanamachi, E. de R. (1997). Visão crítica de Educação e de Psicologia: Elementos para a construção de uma visão crítica de Psicologia Escolar. Tese de Doutorado. UNESP, Marília.
  • Cárita Portilho de Lima (carita.portilho@yahoo.com.br), Doutoranda em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Uberlândia. Docente da Universidade de Mogi das Cruzes.
  • Floritza de Oliveira Garabedian (floritzad@gmail.com), Assistente Social Graduada pela Faculdade Paulista de Serviço Social. Assistente Social da Secretaria Municipal de Higiene e Saúde da Prefeitura de Itapevi.
  • Harumi Okayama (hokayama@gmail.com), Psicóloga pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Psicóloga da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Taboão da Serra. Atende em consultório particular na abordagem psicanalítica.
  • Helena Cristina de Oliveira Paiola (helenacoli@yahoo.com), Especialista em Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especialista em Medicina Comportamental pelo Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Acupuntura pela Escolar de Terapias Orientais de São Paulo. Psicóloga graduada pela Universidade de São Paulo. Psicóloga da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Taboão da Serra. Atende em consultório particular pela técnica Cognitivo Comportamental.
  • Rute Cunha Rodrigues (rutecunharodrigues@hotmail.com), Graduada em Serviço Social pela Universidade Anhanguera. Assistente Social da Secretaria de Educação da Prefeitura de Taboão da Serra.
  • Sueli Aparecida Alves Salles (suelisalles2009@hotmail.com), Especialista em Trabalho Social com Famílias pela Faculdade Paulista de Serviço Social. Assistente Social graduada pela Faculdade Paulista de Serviço Social. Assistente Social da Secretaria Municipal de Assistência Social de Taboão da Serra.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Apr 2015

Histórico

  • Recebido
    05 Mar 2013
  • Revisado
    03 Set 2013
  • Aceito
    11 Set 2013
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