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CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA STRICTO SENSU EM PSICOLOGIA SOBRE JOVENS UNIVERSITÁRIOS (2008-2017)

Caracterización de la producción científica stricto sensu en Psicología sobre jóvenes universitarios (2008-2017)

RESUMO

Este artigo tem como objetivo caracterizar e sistematizar a produção científica da pós-graduação stricto sensu Brasileira em Psicologia sobre jovens no Ensino Superior, elaborada no período de 2008 a 2017Santos, A. de F. L. (2017). O estado do conhecimento dos programas de pós-graduação stricto sensu em Psicologia e Educação da Região Norte brasileira: aproximação e distanciamento com as questões indígenas (Dissertação de Mestrado). Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho-RO. Recuperado de: https://ri.unir.br/jspui/handle/123456789/1720
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. O estado do conhecimento foi realizado por meio de buscas por palavras-chave no catálogo de teses e dissertações da CAPES. Foram selecionados 78 trabalhos, cujas informações, obtidas por meio da leitura dos resumos, foram tabuladas em planilhas Excel e analisadas quantitativamente, considerando-se: a) região, b) instituição, c) ano de defesa, d) perspectiva teórica, e) tipos de pesquisa, f) procedimentos metodológicos e g) temáticas estudadas. Dentre os resultados, destacam-se que: os estudos advêm majoritariamente da região sudeste; há um maior número de produções entre os anos de 2013 e 2017 e de pesquisas qualitativas. No que se refere às temáticas, predominam estudos sobre a saúde dos jovens e sobre significações diante das políticas de acesso e permanência no Ensino Superior.

Palavras-chave:
jovens; estudantes universitários; pesquisa bibliográfica

RESUMEN

En este artículo se tiene como objetivo caracterizar y sistematizar la producción científica del posgrado stricto sensu brasileño en Psicología sobre jóvenes en la enseñanza universitaria, elaborada en el período de 2008 a 2017. En estado del conocimiento se realizó por intermedio de búsquedas por palabras clave en el catálogo de tesis y tesinas de la CAPES. Se seleccionaron 78 estudios, cuyas informaciones, obtenidas por intermedio de la lectura de los resúmenes, se tabularon en planillas Excel y analizadas cuantitativamente, considerándose: a) región, b) institución, c) año de defensa, d) perspectiva teórica, e) tipos de investigación, f) procedimientos metodológicos y g) temáticas estudiadas. Entre los resultados, se pone de relieve que: los estudios vienen mayoritariamente de la región sudeste; hay un mayor número de producciones entre los años de 2013 e 2017 y de investigaciones cualitativas. En lo que se refiere a las temáticas, predominan estudios sobre la salud de los jóvenes y sobre significaciones delante de las políticas de acceso y permanencia en la enseñanza universitaria.

Palabras clave:
jóvenes; estudiantes universitarios; investigación bibliográfica

ABSTRACT

This article aims to characterize and systematize the scientific production by Brazilian stricto sensu postgraduate courses in Psychology regarding young people in Higher Education, developed from 2008 to 2017. The state of knowledge was outlined by means of keyword searches in the CAPES theses and dissertations catalog. In the end of the search, 78 works were selected, and information, obtained by reading the abstracts, was tabulated in Excel spreadsheets and analyzed quantitatively, considering: a) region, b) institution, c) year of defense, d) theoretical perspective, e) types of research, f) methodological procedures and g) themes studied. Among the results, the following stand out: the studies mostly come from the Southeast region; there is a greater number of productions and qualitative research works between the years 2013 and 2017. Concerning young people’s health, themes and studies on the true meaning of policies for access and permanence in Higher Education predominate.

Keywords:
young; college students; bibliographical research

INTRODUÇÃO

O ensino superior é um espaço privilegiado de formação humana na sociedade em que vivemos. Como um dentre os contextos formais de educação e, portanto, de apropriação cultural, interação e desenvolvimento, oferece situações de ensino e aprendizagem que exigem maior autonomia e liberdade de estudo aos educandos, ao mesmo tempo, em que apresenta outros desafios relacionados à apropriação de conhecimentos filosóficos, técnicos e científicos. Essas novas exigências, quando comparadas à educação básica, repercutem subjetivamente na constituição do psiquismo dos estudantes ou aprendizes.

Dentre as mudanças que esse momento da escolarização mobiliza no desenvolvimento e na vida do estudante, podemos citar: processos cognitivos, afetivos, ideológicos, morais, sociais e econômicos, tomada de consciência, construção de projetos de futuro, profissionalização, fracasso escolar, entre outros (ver Cunha & Carrilho, 2005Cunha, S. M.; Carilho, D. M. (2005). O processo de adaptação ao ensino superior e o rendimento acadêmico. Psicologia Escolar Educacional, 9(2), 215-224. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-85572005000200004
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; Moura & Facci, 2016Moura, F. R. de; Facci, M. G. D. (2016). A atuação do psicólogo escolar no ensino superior: configurações, desafios e proposições sobre o fracasso escolar. Psicologia Escolar e Educacional, 20(3), 503-514. https://doi.org/10.1590/2175-3539201502031036
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; Serpa & Santos, 2001Serpa, M. N. F.; Santos, A. A. A. (2001). Atuação no ensino superior: um novo campo para o psicólogo escolar.Psicologia Escolar e Educacional, 5(1), 27-35.).

Considerando-se suas especificidades, o público atendido nessa modalidade de ensino é composto, em sua maioria, por jovens com até 30 anos de idade (ver dados das pesquisas da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior [Andifes] & Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assistência Estudantil [Fonaprace], 2019Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assistência Estudantil (Fonaprace). (2019). V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais. Recuperado de: Recuperado de: https://ufla.br/images/arquivos/2019/05-maio/pesquisa-socioeconomica2018.pdf e acesso em 22 de fev. 2022.
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; Instituição Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira [Inep], 2017Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (2017). Sinopse Estatística da Educação Superior 2017, Brasília: INEP. Recuperado de:http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior
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). Público esse que, conforme a demarcação histórica e social da adolescência/juventude em nossa sociedade, supõe-se vivenciar o período de preparação/ingresso na vida adulta e no trabalho (Bock, 2007Bock, A. M. M. (2007). A adolescência como construção social: estudo sobre livros destinados a pais e educadores. Psicologia Escolar e Educacional, 11(1), 63-76. https://doi.org/10.1590/S1413-85572007000100007
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), sob significativas diferenças dadas as diferentes condições objetivas vividas pelos jovens, a partir dos diferentes marcadores sociais de classe social, gênero, expressão da sexualidade, raça/etnia e suas interseccionalidades. Dimensões que apontam para a complexidade das relações tecidas nesse cenário formativo e mostram a relevância do olhar teórico, prático e científico da Psicologia sobre o tema.

De acordo com Vygotski (1932/2006Vygotski, L. S. (2006). El problema de la edad. Em L. S. Vygotski, Obras escogidas. Tomo IV: Psicologia Infantil (pp. 251-273). Madri: A. Machado Libros., p. 264),

A situação social do desenvolvimento é o ponto de partida para todas as mudanças dinâmicas que se produzem no desenvolvimento durante o período de cada idade. [...] uma vez que a realidade social é a verdadeira fonte do desenvolvimento, a possibilidade de que o social se transforme em individual. [tradução nossa].

Na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, o desenvolvimento humano não decorre do amadurecimento de funções e processos psíquicos inatos ou naturalmente determinados, mas das relações sociais e culturais estabelecidas entre indivíduos em um determinado contexto. Ou seja, o desenvolvimento envolve interações cotidianas e relações macrossociais, políticas e econômicas que fazem parte da organização mais ampla da sociedade (Sirgado, 2000Sirgado, A. P. (2000). O social e o cultural na obra de Vigotski.Educação & Sociedade, Campinas, SP,21(71), 45-78. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302000000200003
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).

Nesse sentido, são as situações sociais que promovem a mudança estrutural da consciência de indivíduos sobre si e sobre a realidade social e, consequentemente, de suas personalidades e demais processos psicológicos. São elas também que definem a forma como tais indivíduos se relacionam com a realidade, em uma dinâmica dialética imbricada, que se torna mais complexa a cada nova fase da vida (Vygotski, 1932/2006Vygotski, L. S. (2006). El problema de la edad. Em L. S. Vygotski, Obras escogidas. Tomo IV: Psicologia Infantil (pp. 251-273). Madri: A. Machado Libros.).

Vygotski não elaborou teórica e cientificamente especificamente o tema do desenvolvimento de jovens (entre 18 e 25 anos) e não acreditava que tal desenvolvimento estivesse submetido às mesmas leis do desenvolvimento infantil e sim à cadeia do desenvolvimento das idades maduras (Vygotski, 1932/2006Vygotski, L. S. (2006). El problema de la edad. Em L. S. Vygotski, Obras escogidas. Tomo IV: Psicologia Infantil (pp. 251-273). Madri: A. Machado Libros.). No entanto, os estudos e as teorizações do autor sobre a adolescência se fazem pertinentes. Aqui sucintamente destacamos tratar-se de um momento de desenvolvimento mais complexo das funções psíquicas superiores (caracterizadas pela mediação semiótica), dos interesses, da personalidade e do pensamento, em razão, principalmente, da formação de conceitos científicos promovida pelos processos de ensino e de aprendizagem escolar, dada a função formativa central que a escola detém em nossa sociedade (ver Duarte, 2013Duarte, N. (2013). A individualidade para-si: contribuição a uma teoria histórico-social da formação do indivíduo (3ª ed.). Campinas, SP: Autores Associados.; Leal, 2010Leal, Z. F. de R. G. (2010). Educação escolar e constituição da consciência: um estudo com adolescentes a partir da Psicologia Histórico-Cultural (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. https://doi.org/10.11606/T.47.2010.tde-26072010-145434
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; Sforni, 2004Sforni, M. S. de F. (2004). Aprendizagem conceitual e organização do ensino: contribuições da teoria da atividade. Araraquara: JM Editora.).

A escola enriquecerá o aluno à medida que produza nele necessidades formativas que não surgem espontaneamente na vida cotidiana. A função da escola não é, portanto, a de adaptar o aluno às necessidades da vida cotidiana, mas de produzir nele necessidades referentes a esferas mais elevadas de objetivação do gênero humano. (Duarte, 2013Duarte, N. (2013). A individualidade para-si: contribuição a uma teoria histórico-social da formação do indivíduo (3ª ed.). Campinas, SP: Autores Associados., p. 213).

No caso dos jovens que conseguem o acesso ao Ensino Superior, um privilégio alcançado por apenas 15,7% da população brasileira com idade de 25 anos ou mais (conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE/PNAD], 2017Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Educação 2017. Recuperado de: Recuperado de: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101576_informativo.pdf e acesso em:22 de fevereiro de 2022.
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), é preciso considerar que, dentre as especificidades desse nível de educação, está, além da apropriação de conceitos científicos e da profissionalização, a própria produção e crítica de conhecimentos, por meio da pesquisa (Pimenta, Anastasiou, & Cavallet, 2003Pimenta, S. G.; Anastasiou, L. das G. C.; Cavallet, V. J. (2003). Docência no ensino superior: construindo caminhos. In: R. L. L. Barbosa (Ed.), Formação de educadores: desafios e perspectivas. São Paulo: Editora UNESP.). Nesse sentido, de acordo com os autores, as principais características da formação universitária são o domínio crítico de conhecimentos técnicos e científicos, o que implica a análise histórica, a promoção de habilidades de investigação científica, de reflexão e de busca autônoma por conhecimentos. Assim, as práticas pedagógicas não são centradas exclusivamente na transmissão de conteúdos, mas no pesquisar.

Esses aspectos configuram um ambiente plural de ideias, concepções, teorizações, epistemologias, problemas e objetos de estudo e análises. O ambiente que, no entanto, não pode ser abstraído das características da sociedade mais ampla, capitalista, produtivista, desumanizada, pautada no individualismo, na competição, na meritocracia, na exclusão do diferente. As práticas e relações sociais que necessariamente constituem e formam o psiquismo e a subjetividade humana, podendo até incidir em sofrimentos psicossociais e ético-políticos.

Com base nesses apontamentos e diante da importância do olhar da Psicologia para os jovens no Ensino Superior, realizamos uma pesquisa bibliográfica de estado do conhecimento sobre o tema. O estudo teve por objetivo caracterizar e sistematizar a produção científica da pós-graduação stricto sensu Brasileira em Psicologia sobre jovens no Ensino Superior, elaborado no período de 2008 a 2017.

Sabemos que a Psicologia não é uma, ou seja, são distintas as perspectivas teórico-epistemológicas que foram/são produzidas. Assim como diferentes são os entendimentos sobre os processos de ensinar e aprender, a escolarização, o desenvolvimento humano, os jovens, o psiquismo etc. Disso decorre a importância de investigarmos quais são as efetivas contribuições deste campo do saber e quais avanços têm sido promovidos no sentido da superação das clássicas lógicas individualizantes, psicologizantes e patologizantes, as quais abstraem o psiquismo e os sofrimentos a ele relacionados dos condicionantes históricos, sociais e culturais mais amplos.

Além disso, é importante destacar que parte do período demarcado para a pesquisa envolveu a expansão do Ensino Superior no país, bem como de ampliação de oportunidades para o acesso da população de baixa renda a esse nível. Entre os anos de 2003 à 2010 e 2011 à 2016 (respectivamente nos governos Lula e Dilma Rousseff) foram implementados programas de expansão universitária, assistência estudantil, financiamentos de estudos, cotas e políticas afirmativas etc. (Mancebo, 2017Mancebo, D. (2017). Crise político-econômica no brasil: breve análise da educação superior. Educação & Sociedade, Campinas, SP, 38(141), 875-892.). Fato que buscamos entender, se tais políticas também fazem parte dos estudos científicos da Psicologia e de que forma.

Por fim, não há como não apontar a relevância desse estudo no contexto político atual de intensas discussões sobre o futuro da educação brasileira, especialmente sobre as limitações a serem enfrentadas pelo ensino superior no que tange às restrições do financiamento público federal anunciadas nos últimos três anos e, mais ostensivamente, em 2019.

METODOLOGIA

Entre as diversas modalidades de pesquisa bibliográfica, encontram-se a do estado da arte e a do estado do conhecimento. Essas permitem, além da sistematização do conhecimento sobre um determinado tema, “[...] reconhecer os principais resultados da investigação, identificar temáticas e abordagens dominantes ou emergentes, bem como lacunas e campos inexplorados abertos à pesquisa futuraE (Sposito, 2009Sposito, M. P. (2009). A pesquisa sobre Jovens na Pós-Graduação: um balanço da produção discente em Educação, Serviço Social e Ciências Sociais (1999-2006). In: M. P. Sposito. (Ed.), Estado da Arte sobre juventude na pós-graduação brasileira: educação, ciências sociais e serviço social (1999-2006)(Vol. 1, pp. 17-56). Belo Horizonte, MG: Argvmentvm., p. 17). Tais aspectos também são discutidos por Ferreira (2002Ferreira, N. S. A. (2002). As pesquisas denominadas “estado da arte”. Revista Educação & Sociedade, Campinas, SP, 79, 257-272. https://doi.org/10.1590/S0101-73302002000300013
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); Santos (2006Santos, R. N. M. (2006). A Ciência e o Novo Estado do Conhecimento: a contribuição da ciência da informação. Revista Eletrônica de Biblioteconomia Ciência da Informação, 11(22), 16-29. https://doi.org/10.5007/1518-2924.2006v11n22p16
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), Romanowski e Ens (2006Romanowski, J.; Ens, R. (2006). As pesquisas denominadas do tipo .Estado da ArteE em Educação. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, PR, 6(19), 37-50.), entre outros.

Embora alguns autores definam as modalidades como sinônimos, amparamo-nos em Romanowski e Ens (2006Romanowski, J.; Ens, R. (2006). As pesquisas denominadas do tipo .Estado da ArteE em Educação. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, PR, 6(19), 37-50.) para identificar nossa pesquisa como estado de conhecimento, considerando a utilização exclusiva de um tipo de publicação científica: concentramo-nos na produção de discentes da pós-graduação que está disponível no banco de dados online da CAPES – Catálogo de teses e dissertações.

As buscas foram realizadas no primeiro semestre do ano de 2018, por meio das palavras-chave: adolescentes OR jovens AND ensino superior; adolescentes OR jovens AND IES; adolescentes OR jovens AND universidade; adolescentes universitários; jovens universitários1 1 Para a inclusão das palavras-chave na plataforma, utilizamos os operadores AND e OR na expressão de busca para adicionar termos e, assim, expandir os resultados, conforme orientação de Katyusha Madureira Loures De Souza para pesquisa no banco da CAPES, encontrada no site: www.arq.ufmg.br/bib/wp-content/uploads/.../Tutorial-Banco-Teses-da-CAPES.docx .

Com tais buscas, encontramos um total de 21.860 trabalhos. Aplicando os filtros de ano (2008-2017) e área do conhecimento: Psicologia, obtivemos 888 trabalhos, que passaram por uma análise preliminar conforme os seguintes critérios de exclusão: a) repetidos; b) não relativos a adolescentes/ jovens universitários2 2 Em alguns casos, essa análise exigiu a leitura de partes da dissertação ou da tese para garantir uma avaliação mais segura para a inclusão ou exclusão dos trabalhos. No entanto, para as demais tabulações, a análise foi baseada exclusivamente nos resumos das produções. ; d) não realizados em programas de pós-graduação brasileiros na área de Psicologia. Assim, foram selecionados 78 trabalhos.

Todos os resumos das produções selecionadas foram lidos e as informações, organizadas e tabuladas em planilhas do Excel, conforme categorias prévias de análise. São elas: ano de publicação, título, autor, tipo de produção (tese ou dissertação); instituição, região, objetivos, tipo de pesquisa, procedimentos metodológicos, perspectiva teórico-epistemológica.

Posteriormente, procedemos à análise dos resumos para identificação a posteriori das principais temáticas investigadas sobre jovens no ensino superior. Foram categorizadas sete principais temáticas:

  1. ) Avaliação psicológica com jovens do Ensino Superior - estudos para validação de instrumentos de avaliação psicológica, nos quais os jovens universitários constituem sujeitos das pesquisas e, em alguns casos, amostras por conveniência;

  2. ) Saúde de jovens no Ensino Superior – estudos sobre: a) saúde física; b) saúde mental; c) sexualidade; d) consumo de drogas e comportamento de risco de jovens no Ensino Superior.

  3. ) Jovens e políticas/programas de acesso/ permanência no Ensino Superior - estudos sobre/com: a) jovens com deficiência e inclusão b) jovens negros (pretos e pardos) e indígenas e ações afirmativas; c) jovens pobres e acesso/ permanência;

  4. ) Jovens e formação no Ensino Superior - pesquisas sobre: a) processos de ensinar e aprender; b) significados de ensino superior e educação;

  5. ) Relações sociais e vivências de jovens no Ensino Superior - estudos sobre: a) relações interpessoais no ensino superior; b) representações sobre violência e bullying; c) participação política/organização coletiva de estudantes;

  6. ) Constituição subjetiva e individual de jovens no Ensino Superior - estudos sobre: a) projeto de vida e inserção profissional; b) constituição do psiquismo/ formação de si;

  7. ) Representações de jovens sobre temas variados - investigações sobre representações e significações dos jovens estudantes universitários sobre questões variadas não relacionadas diretamente ao ensino superior, tais como consumo verde, relacionamentos afetivos de intimidade, redes sociais, entre outras.

Os critérios para a distribuição da produção foram definidos com base nos títulos, palavras-chave e informações contidas nos resumos. Nos casos em que os trabalhos se relacionavam a mais de uma categoria, optamos por classificá-los no tema que, com base em indicações dos próprios autores, teria mais relação com o trabalho.

Nosso trabalho se caracteriza pela análise quantitativa de cunho exploratório, por meio da qual buscamos mapear e caracterizar a produção selecionada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na análise dos 78 trabalhos, constatamos que a maior produção tem origem nos programas de mestrado. Foram 63 dissertações e 15 teses sobre jovens no Ensino Superior, o que corresponde, respectivamente, a 81% e 19% do total dos trabalhos. Tais resultados podem estar relacionados à maior concentração em cursos de mestrado do que de doutorados em Psicologia no Brasil: respectivamente, 100 mestrados e 60 doutorados, ainda que a proporção de trabalhos não corresponda à proporção entre os cursos.

Pesquisas a respeito do tema foram produzidas nas cinco regiões geográficas brasileiras, mas a maioria, no Sudeste. Nessa região, localizamos 37 trabalhos (48%), o que parece ter alguma relação com o fato de essa região concentrar o maior número de cursos de pós-graduação em Psicologia do país. Em segundo lugar, figura o Nordeste, com 17 trabalhos (20%); em seguida, o Sul com 13 (16%), o Centro-Oeste com 8 (10%) e o Norte com 5 trabalhos (6%).

Sobre a região Norte do país é preciso considerar a recente emancipação de alguns de seus estados, como o Acre e Roraima, os quais só foram elevados a tal categoria na década de 1980. Esse aspecto, além da densidade demográfica, do desigual financiamento das instituições de ensino e da distribuição/formação de doutores no país, tem relação com o restrito número de cursos de pós-graduação stricto sensu.

Fica evidente, portanto, a importância de as informações serem analisadas com base no conhecimento do processo histórico, político e econômico das diferentes regiões do Brasil, já que esse processo interfere na educação e, consequentemente, na desigual produção cientifica entre as regiões.

Na Figura 1, podemos observar a distribuição das produções analisadas conforme as instituições de ensino: as universidades federais concentram 64% da produção, as instituições privadas 24% e as estaduais 12%, do que decorre que 78% da produção tem origem em instituições públicas. Esse resultado também guarda relação com a quantidade de instituições federais e privadas que oferecem cursos de pós-graduação nas regiões, pois, conforme dados disponíveis na Plataforma Sucupira, na realidade brasileira, a maioria dos programas está concentrada em grandes centros urbanos.

Figura 1
Número De Produções Stricto Sensu Em Psicologia Sobre Jovens No Ensino Superior, Analisadas Conforme As Instituições De Ensino

Sobre a produção de dissertações e teses no Brasil, Gazzola e Fenati (2010Gazzola, A. L. A.; Fenati, R. (2010). Pós-Graduação Brasileira no Horizonte de 2020. In: Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG), 2011-2020. Documentos SetoriaisVolume II. Brasília, DF, CAPES., p. 11) salientam que a organização da pós-graduação se vincula ao próprio desenvolvimento econômico do país: “[...] mantemos ainda uma concentração da qualidade e dos programas mais inovadores nas regiões economicamente mais favorecidas [...]”.

No que se refere ao ano de publicação, observamos um incremento significativo da produção a partir do ano de 2013, o qual foi mantido nos anos seguintes. A média da produção no primeiro quinquênio (2008-2012) foi de 4,8 trabalhos por ano, em contraposição à do segundo (2013-2017), que foi de 10,8 trabalhos/ano. Nesse segundo quinquênio estão concentradas 64,23% das obras sobre o tema. O ano de 2016 concentrou o maior número de pesquisas, perfazendo um total de 19,23%, com 11 dissertações e 4 teses (ver Figura 2).

Figura 2
Número De Produções Stricto Sensu Em Psicologia Sobre Jovens No Ensino Superior, Analisadas Conforme Curso E Ano.

O aumento observado no segundo quinquênio diz respeito a todas as temáticas investigadas sobre jovens universitários, as quais serão apresentadas subsequentemente. Inferimos que esse dado é reflexo tanto do aumento no número de programas de pós-graduação em Psicologia, quanto do cenário de expansão das políticas educacionais para o Ensino Superior, tais como: o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) entre os anos de 2007 a 2011; o Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) em 2010; o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em 2012 e a Lei nº 12.711 de 2012 Decreto de Lei nº 12.711/2012. (2012). Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Diário Oficial da União Seção 1 (30-08-2012) , p. 1. que implementa as cotas de ingresso ao ensino superior.

Outro aspecto importante da pesquisa foi a identificação das perspectivas teórico-epistemológicas que embasam os estudos da Psicologia sobre jovens no Ensino Superior. Em 24,38% dos casos, os/as autores/as não as explicitaram, o que pode ser explicado por diferentes razões; por exemplo, uma escolha deliberada ou imposta pela complexidade que o pós-graduando precisa enfrentar para dominar uma dada perspectiva no curto espaço temporal dos cursos de mestrado.

Em outros casos, os autores fizeram referência a áreas de atuação e/ou de produção do conhecimento da Psicologia, mas não às inúmeras perspectivas teóricas nelas envolvidas. Um exemplo é o da Psicologia Social, que imbrica diversas abordagens. Nesse último caso, optamos por apresentar o nome indicado pelo/a autor/a do trabalho.

Conforme as informações apresentadas na Figura 3, dentre os trabalhos que identificam a filiação teórico-epistemológica, a base materialista histórica e dialética é a mais utilizada, representando 19,23% das publicações. Nessas publicações estão presentes: a Psicologia Histórico-cultural, com sete trabalhos; a Psicologia Sócio-histórica e a Pedagogia Histórico-crítica de Saviani, cada uma com três trabalhos; a Filosofia Dialógica da Linguagem do círculo de Bakhtin, com dois trabalhos. A teoria das representações sociais foi a segunda mais citada: 14,10% das publicações.

Figura 3
Número De Produções Stricto Sensu, Analisadas Conforme A Perspectiva Teórica/Área Do Conhecimento Adotada.

No que se refere ao método, observamos que em 46% dos trabalhos não foi especificado o tipo de pesquisa realizada, mesmo que tenham sido especificados a abordagem e os instrumentos/procedimentos metodológicos utilizados. Nos outros 54%, encontramos: pesquisa transversal, estudo exploratório, etnografia, teórica-empírica, empírica, história de vida, pesquisa-intervenção, estudo de caso, delineamento experimental, teórica e pesquisa descritiva.

A pesquisa transversal é indicada em seis trabalhos, compondo 8%. Estudo exploratório, etnografia e teórico-empírica foram mencionados em cinco trabalhos, representando cada abordagem 6%. As pesquisas empíricas, história de vida e pesquisa-intervenção são mencionadas em quatro trabalhos cada (5%). Estudos de caso e pesquisa experimental aparecem em três trabalhos cada (4%). Em dois (3%) trabalhos aparecem pesquisa teórica e um é classificado como descritivo.

Observamos uma importante preocupação entre os pesquisadores com as questões metodológicas de suas pesquisas. Suas explicações sobre as características dos procedimentos e instrumentos utilizados, estão sistematizadas na Figura 4.

Figura 4
Número de Produções Stricto Sensu, analisadas conforme os Procedimentos/Instrumentos Metodológicos de Pesquisa.

Em 32% dos trabalhos analisados foram utilizados procedimentos combinados. Dentre eles: entrevistas, questionários, testes psicológicos e/ou observação; em uma das teses de doutorado analisadas foram utilizadas entrevista compreensiva, descrição etnográfica, observação participante e notas de campo. O uso da entrevista aparece em 26% dos trabalhos; o questionário, em 24%; observação participante, em 9%; e grupo focal, em 4%.

O procedimento que classificamos como atividades interventivas diz respeito a modalidades de pesquisa-intervenção, as quais representam 5% dos trabalhos. Tais atividades foram desenvolvidas por meio de rodas de conversa, oficinas de leitura e escrita, oficinas grupais e mapeamento de desigualdades.

Esses resultados demonstram um equilíbrio no uso de entrevistas semiestruturadas, questionários e procedimentos combinados para distintos objetivos de investigação. Observamos, no entanto, que o uso de questionários aparece mais nas pesquisas que envolvem avaliação psicológica e representações sociais.

No que se referem às temáticas da investigação com/sobre jovens no Ensino Superior, observamos que a saúde e as políticas de acesso e permanência são as mais frequentes, seguidas da avaliação psicológica e da constituição subjetiva e individual. É o que mostra a Tabela 1. Dados completos encontram-se no Quadro 1, ao final do artigo, em Apêndice.

Tabela 1
Número e Percentual de Produções Stricto Sensu, Analisadas Conforme as Temáticas Estudadas.

Dos 17 trabalhos sobre saúde dos jovens estudantes do ensino superior, a) três versam sobre saúde física, como saúde cardiológica e sono; b) cinco, sobre saúde mental e bem-estar psíquico; c) quatro, sobre sexualidade, essencialmente sobre a prevenção de contágio pelo HIV; d) cinco, sobre uso abusivo de drogas e comportamento de risco, como a associação entre o consumo de bebidas alcoólicas e a direção de veículos automotivos. Nos casos a) e b), os estudos relacionam-se à saúde e à qualidade de vida em face das demandas do Ensino Superior; nos casos c) e d) discute-se o fato de os jovens universitários constituírem um grupo de risco por contaminação de HIV, por uso abusivo de álcool e de substâncias químicas.

No caso das políticas de acesso e de permanência no ensino superior, os trabalhos são pautados em relatos de experiência, significações, perspectivas e representações sociais de: a) jovens com deficiência diante das políticas inclusivas (três trabalhos), b) jovens negros diante das políticas afirmativas (cinco produções) e jovens indígenas e processo de escolarização (duas produções); c) jovens em situação de pobreza e ingresso e permanência no ensino superior (sete produções).

Encontramos dez trabalhos sobre a aplicação e/ou validação de instrumentos de avaliação psicológica e medida sobre várias questões. Dentre elas: imagem corporal, memória de reconhecimento facial, posição e status social; preconceito racial; carreira e transição para o mercado de trabalho; funções executivas e uso de álcool. Apenas três desses trabalhos referem-se especificamente à formação no Ensino Superior: um sobre atitudes frente ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE); um sobre processos cognitivos e não cognitivos da adaptação a essa modalidade de ensino e outro sobre estratégias de aprendizagem.

Das dez produções relacionadas à constituição subjetiva e individual, cinco abordam projetos de vida e cinco, a formação de si, do self, a constituição do psiquismo ou a identidade de jovens estudantes. As nomenclaturas utilizadas indicam distintas filiações teórico epistemológicas, como as da Psicologia Cultural, da Psicologia Sócio-Histórica, do interacionismo simbólico; das representações sociais. Uma não foi especificada pelos autores.

Dos nove trabalhos sobre a formação no ensino superior, cinco referem-se aos processos de ensinar e aprender, mais centrados na aprendizagem dos estudantes, um no sentido da reprovação e outro no da relação professor/aluno. Outros quatro trabalhos versam sobre representações sociais, sentidos/significações/ perspectivas de estudantes sobre a formação no ensino superior.

O tema das relações sociais e o das vivências no Ensino Superior foram objeto de análise de nove produções científicas: cinco sobre relações interpessoais e sociabilidade; duas sobre bullying e representações sobre violência; duas sobre organização coletiva de estudantes.

Por fim, seis outros trabalhos são resultantes de investigação sobre as significações, representações sociais de estudantes universitários a respeito de temas variados não relacionados diretamente à formação no ensino superior, mas à sociedade de um modo geral, tais como: consumo verde, relações afetivas de intimidade, adoção homoparental; redes sociais digitais, Brasil e estado do Pará.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste texto, caracterizado como estado do conhecimento, pautado na análise quantitativa de cunho exploratório, abordamos a produção científica stricto sensu na área de Psicologia sobre jovens no Ensino Superior e apresentamos um panorama geral das pesquisas realizadas na área. Salientamos que não tivemos a pretensão de esgotar o assunto, uma vez que reconhecemos a possibilidade de lacunas, mesmo que não intencionais, em nossa pesquisa. Assim como, há a necessidade da análise qualitativa de tal produção.

De modo geral, os resultados indicam tendências da área já evidentes em estudos sobre outros temas, como o predomínio da produção no Sudeste do país, o número significativo de trabalhos que não identificam a filiação teórico-epistemológica e o predomínio de pesquisas pautadas em procedimentos qualitativos.

Por outro lado, o mapeamento temático dos estudos sobre jovens universitários revela que a Psicologia abrange temáticas mais amplas, diversificadas e não centradas exclusivamente nos processos de aprendizagem e tampouco nos problemas de aprendizagem, os quais classicamente constituem as marcas da produção científica e da atuação de profissionais da área na Educação Básica (ver Moura & Facci, 2016Moura, F. R. de; Facci, M. G. D. (2016). A atuação do psicólogo escolar no ensino superior: configurações, desafios e proposições sobre o fracasso escolar. Psicologia Escolar e Educacional, 20(3), 503-514. https://doi.org/10.1590/2175-3539201502031036
https://doi.org/10.1590/2175-35392015020...
).

A atuação de psicólogos com jovens no Ensino Superior, por exemplo, foi alvo de discussão de apenas dois trabalhos, ambos sobre a constituição subjetiva dos indivíduos em formação. Em um deles, foi apontada a relevância do estudo para o trabalho do psicólogo escolar; o outro consistiu na análise de uma intervenção proposta por um/uma psicólogo/a com estudantes de Medicina. É preciso ponderar que esse número tem relação com a exclusão de trabalhos que não eram pautados exclusivamente no público juvenil. Moura e Facci (2016Moura, F. R. de; Facci, M. G. D. (2016). A atuação do psicólogo escolar no ensino superior: configurações, desafios e proposições sobre o fracasso escolar. Psicologia Escolar e Educacional, 20(3), 503-514. https://doi.org/10.1590/2175-3539201502031036
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) também constatam a insipiente produção sobre a atuação de psicólogas/os escolares no Ensino Superior.

Por outro lado, descobrimos que as propostas mais recorrentes de investigação da Psicologia são a respeito das representações sociais, dos sentidos/significados e das perspectivas e vivências pessoais dos jovens participantes dos estudos.

No entanto, cabe apontar que a visão psicologizada e patologizada tradicional sobre os jovens e os processos de formação predomina nos estudos que analisamos, mais emblematicamente naqueles relativos à avaliação psicológica e à saúde dos estudantes, os quais correspondem a 35% das pesquisas. A noção naturalizada e essencialista da juventude, segundo a qual esta etapa se caracteriza como momento de risco e vulnerabilidade, também predomina, assim como as noções de adaptação e de centralidade do papel da aprendizagem e do estudo.

No entanto, encontramos pesquisas sobre políticas afirmativas, organização coletiva, gênero e sobre a formação para o trabalho. Tais pesquisas, que correspondem a 27% do total, acenam para olhares críticos e não reducionistas da subjetividade, do psiquismo e da juventude e os apresentam como momento do desenvolvimento humano socialmente construído e relacionado aos marcadores sociais de classe, gênero, expressão da sexualidade, etnia/raça e deficiência.

Esperamos que, com base nesse mapeamento das teses e dissertações sobre jovens universitários, outros pesquisadores sejam despertados para a necessidade de se abrirem novas trilhas de descobertas sobre jovens em formação universitária.

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  • 1
    Para a inclusão das palavras-chave na plataforma, utilizamos os operadores AND e OR na expressão de busca para adicionar termos e, assim, expandir os resultados, conforme orientação de Katyusha Madureira Loures De Souza para pesquisa no banco da CAPES, encontrada no site: www.arq.ufmg.br/bib/wp-content/uploads/.../Tutorial-Banco-Teses-da-CAPES.docx
  • 2
    Em alguns casos, essa análise exigiu a leitura de partes da dissertação ou da tese para garantir uma avaliação mais segura para a inclusão ou exclusão dos trabalhos. No entanto, para as demais tabulações, a análise foi baseada exclusivamente nos resumos das produções.

APÊNDICE

Quadro 1
Trabalhos Sobre Jovens No Ensino Superior Conforme Temáticas.


(Continuação)


(Continuação)


(Continuação)

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jun 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    20 Set 2019
  • Aceito
    10 Ago 2021
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