Resumo
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva preconiza a articulação entre serviços de saúde e educação para atendimento a necessidades educacionais especiais. A partir dessa perspectiva, o objetivo deste artigo é refletir sobre problemas relatados por educadores que concretizam esta política, sobretudo no que concerne às inter-relações entre saúde e educação. Para isso, são apresentados resultados de uma pesquisa em que foram entrevistadas oito professoras da rede pública municipal de Santos (SP) que ensinavam alunos com deficiência e/ou transtorno global do desenvolvimento. As entrevistas abordam uma insuficiência de articulação entre as duas áreas, permanecendo a saúde na posição de saber especializado supostamente capaz de sanar as mazelas da educação, o que fortalece processos de patologização e soluções medicalizantes, evitando, assim, o questionamento e rearranjo de práticas educacionais. O artigo aponta para a necessidade de uma efetiva colaboração entre saúde e educação, em que ambas conservem suas especificidades e se enriqueçam reciprocamente.
Palavras-chave: Educação inclusiva; saúde; interdisciplinaridade