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Autopercepção da saúde bucal: expressões físicas, sociais e culturais de um corpo em interação com o mundo

Resumo

Pesquisa qualitativa exploratória que se propôs a analisar a autopercepção da saúde bucal em pessoas adultas e idosas do Sul do Brasil que estavam em tratamento em Hospital Universitário de Ensino Odontológico. Entrevistas individuais semiestruturadas foram realizadas, gravadas em equipamento de áudio e transcritas. O material textual foi interpretado pela análise temática de conteúdo. Amostra foi constituída por 46 pessoas. Expressões de um corpo em desconforto, marcado por limitações nas funções fisiológicas (mastigação, fala, paladar) e socioculturais (convívio social, emprego, aparência, sorriso, hábitos) do cotidiano da vida, estiveram presentes nas narrativas das pessoas que se percebiam negativamente em relação à saúde bucal. Foram relatos associados ao não uso de próteses ou uso de próteses inadequadas, a doenças dentárias, ao mau hálito e à dor, que mobilizaram diferentes sentimentos (desespero, nervosismo, irritação, vergonha, constrangimento, opressão). A oportunidade da recuperação, por meio do acesso e realização do tratamento odontológico, trouxe a possibilidade de uma “reaprendizagem corporal” para que esse corpo pudesse seguir interagindo no mundo. Compreender como as pessoas se percebem em relação a sua saúde bucal tem potencial para um atendimento mais humanizado e resolutivo, permitindo que o “sujeito a ser cuidado” tenha mais autonomia/participação nas decisões sobre seu tratamento.

Palavras-chave:
autopercepção; saúde bucal; qualidade de vida; pesquisa qualitativa

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