Resumo
Introdução:
Nos anos de 2006 e 2008, dois surtos letais de riquetsiose foram relatados em áreas rurais de Urabá, caracterizados pela falta de atenção imediata para o diagnóstico e tratamento com antibióticos.
Objetivo:
Descrever aspectos socioculturais do conhecimento, atitudes e práticas de síndromes febris e "febre do carrapato" em áreas rurais de Antioquia, Urabá.
Materiais e métodos:
Realizou-se estudo exploratório, através de inquéritos sobre CAP (conhecimentos, atitudes e práticas) e entrevistas semiestruturadas sobre síndromes febris e "febre do carrapato", um nome que se refere às doenças das riquetsioses na área. Foram aplicados 246 inquéritos sobre a CAP foram realizadas aos chefes de agregados familiares e nove pessoas foram entrevistadas.
Resultados:
Observou-se que as pessoas tendem a identificar os sinais e sintomas clínicos característicos da dengue, malária, leptospirose e até riquetsiose. Um grande número de pessoas demonstra baixo conhecimento sobre "febre do carrapato" e indicou que ela é transmitida por mosquitos (32,93%). Os entrevistados indicaram que as causas das diferentes síndromes febris se devem a parasitas intestinais, malária, dengue ou, como crença cultural, ao "mau olhado". A "febre do carrapato" o associa, pelo nome, com a mordida do carrapato. Além disso, o tratamento das síndromes febris referidas pelos entrevistados está intimamente relacionado ao uso comum da medicina ocidental e ao uso de "plantas medicinais".
Conclusões.
É necessário ter programas de educação nessas áreas rurais para que essas entidades potencialmente letais tenham um tratamento efetivo e acessível.
Palavras-chave:
levantamento de CAP; entrevistas; riquetsiose; febre do carrapato