Examina-se o papel das revistas femininas na constituição da puericultura como área de conhecimento e campo específico de atuação médica nas primeiras décadas do século XX no Brasil, e de um novo papel social feminino: a mãe moderna. A partir da identificação da imprensa periódica como veículo privilegiado de difusão da ciência na sociedade, aponta-se a função de mediação cultural exercida por duas revistas em circulação no período - Vida Doméstica e Revista Feminina - na conformação de um novo modelo de maternidade, de base científica. A maternidade científica mostrou-se como elemento central de um processo de aliança negociada entre médicos e mulheres das camadas média e alta dos principais centros urbanos brasileiros, de consequências transformadoras para ambos.
puericultura; maternidade; revistas femininas