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Gagaku, de Olivier Messiaen

Messiaen's Gagaku

A tensão entre nostalgia e inovação se manifesta de maneira única em Gagaku, o quarto movimento de Sept Haikai, de Olivier Messiaen. A religiosidade de Messiaen representa uma forma de nostalgia para a vanguarda intelectual francesa. Messiaen considera o senso de ritual e de estase como expressões musicais do sagrado. Através da comparação da estrutura do Gagaku de Messiaen (analisado à luz de seus próprios escritos sobre os seus métodos composicionais) e da estrutura da música tradicional japonesa gagaku, este artigo mostra de que modo o senso de ritual e de estase constitui o elemento estético comum existente independentemente em ambas as formas musicais. A existência de um elemento comum entre a "fonte" não-ocidental e a composição ocidental inspirada por esta fonte provê a condição necessária para a transformação de nostalgia em inovação. O conceito de écriture tem um papel importante na dialética de passado/futuro desta transformação, causando estrutura e estilo a se diferenciarem baseados no princípio da não-imitação, e afirmando-se como o elemento formativo que faz de Gagaku uma peça distintamente francesa.

Olivier Messiaen; vanguarda musical; influência não-ocidental; música japonesa tradicional; religião; estética musical


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