Considerando que os modelos de ciclagens de pH são amplamente usados para estudar a cárie dental, eles deveriam possibilitar a avaliação do efeito do fluoreto nos estágios iniciais do desenvolvimento da cárie. Desse modo, o ataque ácido erosivo na superfície do esmalte deve ser evitado, possibilitando a análise da microdureza de superfície (MDS). No presente estudo, o modelo de ciclagens de pH descrito por Featherstone et al.9 (1986) foi modificado para preservar a superfície do esmalte e para produzir lesões iniciais que pudessem ser avaliadas usando MDS e microdureza do esmalte seccionado longitudinalmente. Para validar esse modelo modificado, uma avaliação dose-resposta a fluoreto foi feita. Blocos de esmalte dental humano de MDS conhecida foram submetidos a tal regime com os seguintes tratamentos: água deionizada (controle) e soluções contendo 70, 140 e 280 ppm F. Os dados de variação de MDS e deltaZ (perda mineral) mostraram correlações negativas e estatisticamente significativas entre as concentrações de F dos tratamentos e a perda de mineral pelo esmalte. Em conclusão, foi possível avaliar as variações de mineral ocorridas nas camadas mais superficiais do esmalte durante o desenvolvimento de cárie, e um efeito dose-resposta do F reduzindo a desmineralização do esmalte foi observado.
Esmalte dentário; Desmineralização; Flúor; Fluoretos
