Open-access Da corporeidade e do movimento próprio: diálogos com Merleau-Ponty e Buytendijk

Resumo

Este ensaio filosófico discute a educação como uma experiência do corpo em movimento, por meio do diálogo entre Maurice Merleau-Ponty e Frederik Buytendijk. A educação é concebida como um processo contínuo e vivencial, expresso por meio do corpo e do movimento, fundamentado nos conceitos de “corpo próprio” e “movimento próprio”. O jogo é abordado como um espaço privilegiado em que o movimento se integra à imaginação e ao aprendizado, funcionando como uma forma de pensamento não verbal. Nesse sentido, o movimento ultrapassa a mera ação física, configurando-se como uma linguagem do corpo que revela nossa relação com o mundo. Essa perspectiva é crucial para a expressão da identidade, da criatividade e da sensibilidade no âmbito educacional e lúdico.

Palavras-chave
Buytendijk; movimento próprio; Merleau-Ponty; corporeidade; fenomenologia

Abstract

This philosophical essay discusses education as an experience of the body in movement, via a dialogue between Maurice Merleau-Ponty and Frederik Buytendijk. Education is conceived as a continuous and experiential process, expressed by the body and movement, based on the concepts of “own body” and “own movement.” Play is approached as a privileged space where movement is integrated with imagination and learning, functioning as a form of non-verbal thought. In this sense, movement goes beyond mere physical action, becoming a language of the body that reveals our relationship with the world. This perspective is crucial for the expression of identity, creativity, and sensitivity in educational and recreational contexts.

Keywords
Buytendijk; own movement; Merleau-Ponty; corporeity; phenomenology

A corporeidade e o movimento expressivo

Com este artigo, desejamos apresentar as ideias do antropólogo, biólogo e psicólogo holandês Frederic J. J. Buytendijk (1887-1974), trazendo a noção de movimento próprio em sua obra Attitudes et Mouvements: étude fonctionnelle du mouvement humain, versão francesa de 1957, cotejando esse pensamento com o do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), notadamente por meio das noções de corporeidade e expressividade. No Brasil, destacam-se alguns estudos sobre este estudioso do movimento, como os diversos artigos que compõem o Dossiê Especial F. J. J. Buytendijk, organizado por Claudinei Aparecido de Freitas da Silva e publicado no ano de 2021.

Buytendijk (1957) afirma que o corpo tem uma certa consistência capaz de expressar tanto a interioridade quanto receber formas advindas do exterior, em sua plasticidade, estática e estrutura própria. A relação ontológica “corpo-espírito” não se trata de uma reflexão aos moldes cartesianos, mas de um relacionamento fenomenológico. A corporeidade tem sido tematizada enquanto condição essencial do sujeito; a matriz a partir da qual as expressões estruturadas pelo homem ao longo da história – os jogos, as danças, os esportes, as lutas estariam fundamentados, no sentido de expressões temporais, históricas, vivas e significantes, portanto mutáveis, o que pode oferecer possibilidades de reagir aos condicionantes da ideologia do mercado e o viés mecanicista de corpo banalizado pela sociedade de consumo. A ação intencional produz uma tensão direcionada a uma meta que, ao ser realizada, provoca um relaxamento de todo o corpo em suas dinâmicas, velocidades e componentes tônicos. O caráter expressivo se mantém a todo instante conectado com a ação, sendo diluído por completo no momento em que a ação é finalizada e alcança seu objetivo. Dessa forma, a expressão estaria fortemente marcada no início da ação, permanece e anima todo o percurso da ação e é eclipsada ao se chegar ao intento.

A capacidade expressiva das ações humanas já é percebida desde nossos primeiros meses de vida: antes mesmo de expressarmos as primeiras palavras, respondemos por meio de atitudes, mímicas e sorrisos; levantamos e giramos a cabeça, estendemos os braços em ações relacionais; gritamos, para depois começarmos a balbuciar. Esse balbucio, ancestral da linguagem, é de uma riqueza extraordinária e tem fonemas que não existem na língua falada ao redor da criança, que, ao se tornar adulta, será incapaz de os reproduzir, e pode ser compreendido enquanto um movimento do corpo participante da motricidade em estado de formação, em direção ao mundo, e uma atividade intelectual, presente e crescente de maneira significativa já nos primeiros dias de vida do neném, como afirma M. Grégoire, citado por Merleau-Ponty (2006a), em sua obra Psicologia e Pedagogia da Criança1.

Outra relação entre a carga expressiva presente ainda nos primeiros momentos da vida diz respeito ao sorriso da criança. A partir de sua experiência com descarga elétrica no nervo facial, Dumas (1937 citado por Buytendik, 1957), em seu Traité de psychologie, que contém uma classificação dos fenômenos expressivos, acreditou que o acontecimento do sorriso se dá porque há predisposição fisiológica do zigomático e dos obiculares para tal função, sem necessariamente coincidir com uma condição significativa, ou uma regulação da qualidade dos sentimentos como alegria, exaltação ou contentamento. O sorriso teria, então, causas físicas, como se existissem músculos que reagem aos mais variados estímulos e das mais variadas formas sem uma relação íntima com os fatos:

É a chance da nossa organização física que nos fez sorrir com nosso zigomático e os orbiculares das nossas pálpebras: nós sorrimos de maneira diferente se nossos músculos faciais foram associados de outra forma no movimento, e se, por acaso, as contrações da dor eram as contrações mais fáceis do rosto, elas são certamente aquelas que seriam o sorriso humano

(Dumas, 1937 citado por Buytendijk, 1957, p. 304).

Buytendijk (1957, p. 305) afirma ainda que o sorriso é fácil, e o choro, um esforço marcado pelo tremor e abaixamento da boca, num movimento gradual de florescimento da tristeza, sem fazer uma relação com um breve sorriso antes que o choro se instale. O sorriso leva ao riso, que é aprendido, e se expande por todo o corpo num movimento de abertura sensorial, entrega e relaxamento.

A explicação puramente fisiológica do sorriso parece estar excluída. Se, no início, é uma reação definida pela estrutura do organismo, é necessário, no entanto, que essa reação seja definida, ao mesmo tempo, pelas qualidades das impressões sensíveis e pelas suas características dinâmicas. Mas tal reação só é possível na condição que a criança seja capaz de certa atitude de relaxamento em face do mundo. Essa capacidade é a condição de possibilidade de toda interioridade exprimível e, por consequência, de todo sorriso que é um movimento expressivo verdadeiro.

Para Merleau-Ponty (2006b), Dumas (1937 citado por Buytendijk1957) formula o problema em termos psicofísicos, admitindo o postulado do corpo enquanto puro objeto, enquanto lugar de excitações cerebrais advindas de estímulos externos, sem um envolvimento da situação completa: a alegria e o sorriso não estariam relacionados a uma conduta própria da organização do corpo em dada situação vivida, mas seriam uma reação motora. “A corrente não é a causa do gesto; o corpo em sua totalidade funcional é que é capaz de sorrir, e não o nervo facial” (Merleau-Ponty, 2006b, p. 553). A expressão plena está diretamente relacionada a uma conduta geral do corpo, em que as emoções são provocadas por situações que fazem sentido para uma existência.

Outro ponto que destacamos são os efeitos vegetativos das emoções: há uma turgescência e uma explosão interna pronunciada na injeção de adrenalina, na contração ou dilatação dos vasos sanguíneos, nos movimentos peristálticos do intestino, no alargamento ou na diminuição dos olhos, na secreção do suor, na tonificação muscular, na dinâmica do diafragma, no mimetismo de peixes e anfíbios, em situações de ataque, defesa e ameaça.

Como resultado dessas múltiplas inervações, a aparência do animal muda de várias maneiras durante um distúrbio emocional. Alguns órgãos, cheios de sangue (a crista do galo, a colheita do peru), são inflados; pelos e penas se levantam; peixes e anfíbios mudam de cor. Esses signos externos vegetativos unem-se a atitudes e movimentos para formar a imagem total da reação afetiva. Eles acompanham a recuperação da cabeça, o alargamento dos olhos ou da boca, a agitação da juba ou da crista, o enrolamento dos lábios, a ereção das barbatanas

(Buytendijk, 1957, p. 312).

Para Buytendijk (1957), o homem ainda carrega vestígios desses comportamentos, como corar de raiva, de vergonha ou de timidez, ficar pálido de medo. Entretanto, o rubor tem relação com sua cultura, há um componente da experiência significativa em relacionamento com a existência e com a consciência de ser-no-mundo. Situações tais como cometer um erro, receber elogios, falar em público, ser alvo de observação, receber críticas ou realizar um ato passível de causar constrangimento. Em muitas ocasiões, a expressão da vermelhidão é a única forma de percebermos que se passa algo, pois ruborizar não significa agir em termos de se tomar uma atitude ante o fato. Há uma diversidade de possibilidades para que a vermelhidão se pronuncie.

Entre essas possibilidades, o rubor, a vermelhidão, também poderia ser, pensa Buytendijk (1957) em termos da psicanálise de Sigmund Freud, uma expressão das reações libidinosas ou eróticas, situações essas presentes nas relações entre os sexos, entre o despir-se e o desconforto, entre a nudez e a modéstia. Mas, ele afirma que, como caráter comum presente nessa multiplicidade de interpretações acerca do rubor, encontra-se a descoberta, a consciência da indignidade e da insuficiência. “A vermelhidão é a ascensão desse calor em direção ao rosto. Sua origem é o esforço fútil de superar uma incapacidade absurda e inaceitável.... Não há predisposição fisiológica para a vermelhidão” (Buytendijk, 1957, pp. 315-316). A consciência dessa vivência do rubor na corporeidade tem lugar diferenciado em homens e mulheres, de acordo com o modo específico como a sexualidade é vivida.

Assim, a preocupada atitude psicológica da mulher já se expressa na menina a partir dos seus cuidados com o corpo, com as roupas tão bem escolhidas durante a puberdade, sendo nesse momento que ela começa a dar ao vestido uma dupla função: o vestido deve velar e revelar. “Essa dupla função será marcada com um selo pessoal”, afirma Buytendijk (1957, p. 316). Dessa forma, é nesse mesmo período que ela será mais vulnerável, e os olhares serão mais embaraçadores, e, ao menor sinal, o rubor de sua própria nudez, como uma chama, sobe para o rosto, como lugar de relação com o outro: a vermelhidão, nesses termos, expressa a essência de um movimento emocional.

Acerca da puberdade e sua expressão na vida da mulher, Merleau-Ponty (2006a) traz os estudos psicanalíticos de Hélène Deutsch (1884-1982), psicanalista polonesa norte-americana que se tornou uma das primeiras estudiosas sobre a psicologia das mulheres. Ela nos diz que a puberdade tem uma relação direta com o passado psicológico do sujeito. Existe uma retomada de um problema vivido no período edipiano e traz à tona ecos da história psicológica antiga. Ele retorna com todos os elementos vividos no período da latência.

A menina se vê incompreendida. Ela mesma não se compreende e tende a projetar na exterioridade esse sentimento. Tem uma espécie de isolamento e o desenvolvimento de um narcisismo, um gosto pelo exibicionismo. A menstruação pode desencadear fantasias de dilaceração e castração, parece uma predisposição a perceber a menstruação como um drama. Nesse caso, a menstruação não significa puberdade, pois ainda está tudo por fazer quando se menstrua. A puberdade só estará realizada quando a menstruação for aceita pela menina, integrando as transformações corporais que ocorrem:

Existe, portanto, uma relação singular entre o corpo e o sujeito total. O corpo deve ser considerado um espelho, a expressão de psiquismo de todo o sujeito, a expressão de uma história psicológica. O desenvolvimento anônimo do corpo nada é enquanto não estiver integrado na sua história psicológica (Merleau-Ponty, 2006a, p. 503).

Dessa forma, consideramos que não podemos explicar o desenvolvimento físico pelo psíquico e vice-versa. Não existe um desenvolvimento governado pela consciência, nem tampouco um causal, puramente corporal. O desenvolvimento não é um destino, nem uma liberdade incondicional. “É sempre em um certo campo corporal que o indivíduo realiza o ato decisivo do desenvolvimento …. O indivíduo só supera seus primeiros estados quando consente conservá-los”

(Merleau-Ponty, 2006a, p. 504).

Ou seja, não há expressões puramente naturais, nem tampouco puramente sociais, convencionais. Nada é casual na linguagem. Enquanto totalidade, ela tem o significado do signo na relação com outro signo, na relação de uso que um tem com o outro. Não é possível pensarmos o estabelecimento de uma conduta expressiva destituída de um sentido para quem a vive. “Na expressão, o corpo desempenha o papel de símbolo de certa significação, da qual tenta tornar-se o emblema”, como afirma Merleau-Ponty (2006a, p. 554). A corporeidade assume um certo estilo, uma forma de se expressar no mundo, subjetiva, mas que contém o universal, o que está posto no mundo. Nesse estilo, parecemos criar uma maneira de estar no mundo, há uma ordenação que nos é particular, que não somente ressalta os dados do mundo que nos são significativos, mas que tem uma expressão própria.

Do corpo próprio e do movimento próprio

Compreendemos a noção de corpo próprio, a partir dos estudos de Merleau-Ponty (2011), enquanto corpo vivido, um corpo de experiência. Esse corpo, que Merleau-Ponty (2011) apresenta em Fenomenologia da Percepção, parte da compreensão do “eu posso”, tal como se mostra o ser no mundo e a relação com sua vivência. Assim, o meio pelo qual existimos no mundo se dá no trânsito pelo qual o mundo se faz existir para nós. Esse equilíbrio ocorre com a troca constante, considerando o corpo como o veículo que proporciona a abertura para essa comunicação:

… a permanência do corpo próprio, se a psicologia clássica a tivesse analisado, podia conduzi-la ao corpo não mais como objeto do mundo, mas como meio de nossa comunicação com ele, ao mundo não mais como soma de objetos determinados, mas como horizonte latente de nossa experiência, presente sem cessar, ele também, antes de todo pensamento determinante

(Merleau-Ponty, 2011, p. 136-137).

Complementando a reflexão sobre o conceito do corpo próprio e do movimento, a ideia de movimento próprio de Buytendijk (1957, p. 55), na obra Attitudes et Mouvements: etude fonctionnelle du mouvement humain, mostra que o “movimento próprio inclui a própria noção do sujeito”. Dessa forma, entende-se que o movimento é atribuído à sua totalidade, parte do interior e se expressa como um movimento próprio e pode ser percebido como uma manifestação do ser, pois revela “uma forma que, ao se mover, transcende seus limites” (Buytendijk, 1957, p. 55). Da mesma forma, Buytendijk (1957, p. 58) argumenta que “a compreensão fenomenal nos dá o movimento próprio decorrente de um sujeito, ‘subjacente’ às suas próprias determinações, incluído nos limites que implicam a possibilidade de sua própria ultrapassagem”.

Para caracterizar o movimento próprio dentro de uma teoria do movimento humano, Buytendijk (1957, p. 55) nos fala do “se mover” como sendo uma forma particular de movimento, este que provém do “interior”, ou seja, é espontâneo, o que em suas palavras “… é visto como a expressão de um sujeito autônomo, independente e individual”. Acrescenta a essa noção a concepção de sujeito, como sendo “o sujeito do movimento próprio é um estado que se manifesta no como um todo dentro dos seus próprios limites. Ele é uma forma que, ao se mover, transcende seus limites …. Ele possui seus próprios limites e os tem. Assim, ele demonstra, estendendo-se e movendo-se” (Buytendijk, 1957, p. 55-56).

Assim, relaciona o conceito de movimento próprio a uma subjetividade que é fonte dos movimentos, não pertencente aos conteúdos da consciência, mas regulada pelo campo sensorial, em que coloca o sujeito que “se movimenta” e é “movido por sensações”, mantendo relações específicas com o ambiente e sua própria corporeidade.

O homem pode se mover, ele pode comunicar o movimento às coisas, ele se percebe e percebe os outros, sem nunca mudar sua subjetividade. O sujeito é o fundamento de todo movimento e mudança

(Buytendijk, 1957, p. 61).

Trata-se aqui da compreensão intencional do movimento, pois, quando nos movemos, o corpo expressivo pode ser percebido em seus gestos, espacialidade e temporalidade, entre outras categorias estudadas por Buytendijk (1957).

Nessa abordagem, há uma ênfase na subjetividade. Para mostrar a necessidade da noção de sujeito, Buytendijk (1957) traz a distinção do movimento reflexo e do movimento espontâneo (relacionado ao movimento próprio), abordando o exemplo do reflexo patelar e do movimento de retirada espontânea e involuntária do pé ao caminharmos. No primeiro exemplo, existe apenas uma contração muscular, enquanto o segundo é uma reação involuntária realizada por nós, nas palavras do autor “como pessoa-viva-obrigada a realizar o movimento” (Buytendijk, 1957, p. 62). Nos exemplos citados, em um, o sujeito não faz nada: é um processo apenas; já no outro, o sujeito “se move necessariamente”.

Ainda nessa perspectiva, Buytendijk (1957, p. 63) apresenta que a noção de sujeito se torna essencial para a distinção do “meu” e o “não-meu” ou “estrangeiro”, contribuindo para a noção de corpo próprio, da corporeidade.

O corpo é o objeto fenomenal que está mais próximo de nós, o que é menos contrário a nós mesmos. O corpo é o que nós percebemos como o nosso, e como o nosso porquê está disponível. Na consciência vivida da subjetividade do movimento próprio, a realidade corpórea é a esfera mediadora entre o “meu” e o mundo ou o “não-meu”

(Buytendijk, 1957, p. 64).

Em Fenomenologia da Percepção, Merleau-Ponty (2011, p. 212) mostra que o corpo deve ser compreendido como:

... um conjunto de significações vividas que caminha para seu equilíbrio. Por vezes, forma-se um novo nó de significações: nossos movimentos antigos integram-se a uma nova entidade motora... repentinamente nossos poderes naturais vão ao encontro de uma significação mais rica que até então estava apenas indicada em nosso campo perceptivo ou prático, só se anunciava em nossa experiência por uma certa falta, e cujo advento reorganiza subitamente nosso equilíbrio e preenche nossa expectativa cega.

Assim, o corpo tangível por Buytendijk é como a margem do “meu” para o “não meu”, da mesma forma que percebemos as unhas (parte sem vida do corpo) como sendo nossa, como uma coisa que também pode nos pertencer, se assim ela participar de nossos movimentos, como as roupas o fazem, porém, em ambos os casos, se nos afastarem o objeto ou a “nossa” parte morta, deixaremos de perceber como sendo “meu” e passaremos a perceber como “não-meu”.

“O que mais me pertence é o meu corpo”, afirma Buytendijk (1957, p. 63). Essa afirmação parte da experiência do corpo que capta sentidos e as sensações através do movimento. Da mesma forma, Merleau-Ponty (2011, p. 212) nos mostra que o movimento e o sentir são os elementos fundamentais da percepção: “A apreensão das significações se faz pelo corpo: aprender a ver as coisas é adquirir um certo estilo de visão, um novo uso do corpo próprio, é enriquecer e reorganizar o esquema corporal”.

Existe uma relação íntima entre o que está dentro e o que está fora, pois tudo se encontra no mesmo tecido do mundo. Dessa forma, o mundo, percebido com seus significados, seus valores, mostra-se ao próprio corpo vivo que se movimenta. Merleau-Ponty (2011, p. 114, 471) apresenta o fator da experiência perceptiva do sujeito a partir de um mundo que é marcado pela presença de outrem. Para ele, essa relação entre um corpo e o corpo do outro é remetida ao próprio corpo, sendo um a contemplação do outro. Assim diz:

... como as partes de meu corpo em conjunto formam um sistema, o corpo de outrem e o meu são um único todo, o verso e o reverso de um único fenômeno, e a existência anônima, da qual o meu corpo é a cada momento o rastro, habita doravante estes dois corpos ao mesmo tempo.... Só posso compreender a função do corpo vivo realizando-a eu mesmo e na medida em que sou um corpo que se levante em direção ao mundo. Assim,... a consciência do corpo invade o corpo, a alma se espalha em todas as suas partes.

Ambos, Buytendijk e Merleau-Ponty, encontram no movimento a configuração que se expressa no corpo através da própria existência, na experiência, em que esse movimento que se coloca diante do sujeito tem uma intenção, que se encontra atada ao mundo e parte do próprio corpo. Assim, existe, por meio da noção de intencionalidade, a compreensão de que nossos movimentos ocorrem no sentido de uma ligação entre nosso corpo e o mundo (Merleau-Ponty, 2011). Buytendijk (1957), em Attitudes et Mouvements: étude fonctionnelle du mouvement humain, critica a visão fisiológica que considera o movimento apenas como fruto de um complexo conjunto de reflexos e nega o movimento próprio como um exclusivo fenômeno psicológico, indo além ao elaborar essas noções de movimento próprio e subjetividade, colocando que “… a teoria dos movimentos deve ser fundada em uma antropologia e, consequentemente, não pode ser um capítulo de fisiologia ou de psicologia” (Buytendijk, 1957, p. 65).

Com essa explicação, Buytendijk (1957, p. 65) não descarta o valor das áreas citadas na explicação da origem de execução dos movimentos e das estruturas específicas dos sentidos, mas agrega as noções de movimento próprio e corporeidade a uma teoria dos movimentos, assumindo que a consideração não parte somente do movimento em si, mas é o sujeito que se move. Sendo assim, “o fundamento envolve a abordagem fenomenológica dos fenômenos, visando tanto a compreensão da essência humana quanto a essência das atitudes e movimentos em questão”.

O espaço e o tempo do movimento próprio em Buytendijk

Buytendijk (1957) apresenta uma perspectiva fenomenológica sobre o movimento, que desafia os modelos tradicionais de explicação do espaço e do tempo. Ele argumenta que o movimento não é algo que acontece no espaço e no tempo, mas que o próprio movimento do sujeito é o que cria e redefine esses dois conceitos. Em suas palavras: “O movimento de um organismo não ocorre no espaço e no tempo; o organismo faz mover de uma só vez o espaço e o tempo” (Buytendijk, 1957, p. 94). Essa afirmação coloca o sujeito como um agente ativo na criação e transformação do espaço e do tempo. Não se trata apenas de um deslocamento físico, mas de uma experiência profunda que envolve a percepção e a ação do corpo no mundo.

Para Buytendijk (1957, p. 89), o movimento humano está imerso em um espaço-tempo vital, no qual o sujeito, ao se mover, não apenas percorre o espaço físico, mas também modifica a sua percepção do mundo. Ele observa que “em nossa relação com o mundo, todo o tempo é tempo de movimento e, portanto, um sinal de mudança no espaço”. Esse entendimento implica que o movimento é a chave para a compreensão da própria noção de tempo e de mudança. Quando um carro passa por nós, ele não apenas se move fisicamente de um ponto a outro, mas gera uma mudança na nossa percepção temporal e espacial, que está intimamente ligada à nossa capacidade de nos mover e perceber o mundo ao nosso redor.

O movimento não é uma abstração matemática ou física; ele é a própria vivência do ser humano em seu ambiente, tornando-se o meio pelo qual o sujeito experimenta e compreende o mundo. Essa perspectiva reflete a visão de Nóbrega (2008), que destaca a importância do corpo em movimento para a formação do conhecimento e da experiência sensível. Segundo a autora, o “ser-no-mundo” é um “corpo em movimento”, cuja capacidade de aprender está ligada diretamente à sua sensibilidade, ou seja, ao modo como o corpo percebe e interage com o mundo. O movimento, para a autora, não é apenas uma resposta física a um estímulo, mas uma experiência que envolve uma síntese entre o biológico, o afetivo e o social.

A relação entre percepção e ação, segundo Buytendijk (1957), é central para entender a natureza do movimento. O autor afirma que as percepções do sujeito no mundo estão intimamente ligadas às suas funções espontâneas, que se revelam no corpo como um “poder de movimento”. O movimento, portanto, é visto como uma expressão dessa espontaneidade, que emerge da interação entre o sujeito e seu ambiente. O autor destaca que “o movimento é em si uma relação com espaço e tempo” (Buytendijk, 1957, p. 93), indicando que a experiência do movimento não pode ser dissociada das percepções que ele gera e das mudanças que ele provoca no espaço e no tempo. Cada movimento do corpo é uma resposta ao ambiente, mas também uma modificação desse ambiente, uma “atualização” do espaço ao redor do sujeito.

Esse poder de movimento que Buytendijk descreve não é algo que possa ser reduzido à simples execução de uma ação física ou à coordenação de músculos. Ele é, antes, uma expressão da vivência do sujeito no mundo, que incorpora a dimensão sensível e afetiva da experiência. A ideia de que o movimento é uma “relação com o espaço e o tempo” sugere que, ao nos movermos, não estamos apenas deslocando o corpo em um espaço tridimensional, mas também estamos moldando e transformando nossa percepção do tempo e do ambiente. Essa interação contínua entre o sujeito e o mundo reflete a visão fenomenológica de Merleau-Ponty (2011, que descreve o corpo como o meio fundamental por meio do qual percebemos e nos relacionamos com o mundo.

Merleau-Ponty (2006a, p. 244) afirma que o “meio se destaca do mundo segundo o ser do organismo”, ou seja, o organismo humano não é um ser passivo que reage a estímulos externos, mas um ser ativo que constrói sua percepção do mundo a partir de sua própria experiência corporal. Para o filósofo francês, o corpo é o centro de nossa experiência, e é por meio dele que nos relacionamos com o espaço, o tempo e os outros seres. Essa visão ressoa com a proposta de Buytendijk (1957), que enfatiza que o movimento não é uma simples ação física, mas uma manifestação existencial do ser-no-mundo.

Outro ponto importante na análise de Buytendijk (1957) sobre o movimento diz respeito à forma como ele é estruturado no espaço. Para o autor, o espaço do movimento é estruturado de maneira esquemática, com uma divisão esquerda-direita que precede o movimento propriamente dito. Este espaço não é algo dado, mas é uma condição existencial que possibilita o próprio movimento. Buytendijk (1957, p. 83) afirma: “Este espaço estruturado não é um conteúdo da consciência, é o fundamento existencial como condição de possibilidade do próprio movimento”. A percepção do espaço, portanto, não é algo fixo, mas uma construção contínua que se dá à medida que o sujeito se move. Essa visão está em consonância com as ideias de Merleau-Ponty (2006a), que também considera o espaço como algo dinâmico e relacionado ao corpo. Para o filósofo francês, o espaço não é uma entidade abstrata ou objetiva, mas é vivido e percebido pelo sujeito a partir de sua corporeidade. O movimento, assim, é o que possibilita ao sujeito experienciar e construir o espaço de forma única. O corpo, ao se mover, torna o espaço não apenas um lugar físico, mas uma extensão de sua própria experiência sensorial e existencial.

A expressão do lúdico

O conceito de lúdico se configura como um elemento central para a compreensão das dinâmicas humanas, especialmente no que se refere ao movimento. O jogo e o lúdico têm sido discutidos amplamente no campo das ciências sociais e humanas, com referências que conectam o corpo, o movimento e a experiência não apenas como práticas físicas, mas como atividades que carregam dimensões culturais, simbólicas e pedagógicas.

A relação entre o corpo e o movimento humano foi abordada por diversos pensadores, entre eles Buytendijk (1957) e Michel Serres (2004), cujas obras ajudam a expandir a nossa compreensão sobre a natureza do movimento e do lúdico. Buytendijk (1957, pp. 67-68), em sua análise fenomenológica, descreve o “vaivém lúdico” como um movimento que não é apenas físico, mas que também envolve a aparência e a realidade do jogo:

O vaivém não seria apenas a manifestação do elemento lúdico, mas caracteriza a essência do jogo humano, contanto que sempre se trate de uma relação dialética entre aparência e realidade... a esfera do jogo é a esfera das imagens e, com isso, a esfera das possibilidades e da fantasia.

O autor sublinha que o jogo está na esfera das imagens, das possibilidades e da fantasia, sendo, portanto, uma expressão criativa do ser humano que vai além da mera repetição de movimentos. Buytendijk (1977, p. 78) recorre a Merleau-Ponty (2006b) para dizer que “quando a criança tenta alguma coisa isso equivale a um pensamento sem palavras”. Isso ocorre quando aprendemos a andar de bicicleta, é um pensamento sem palavras. Há uma transformação do ser no mundo, não é só contingência da inteligência, são experiências educativas que colocam o ser em movimento. Nas reflexões de Buytendijk (1977, p. 80) sobre os jogos das crianças, o que predomina é a alegria de entregar-se à sintonia no modo intencional como é tratado o objeto jogo. Assim, “encontramos o equivalente irrefletido e vivido de uma ironia intencional no jogo das crianças – e este equivalente é reencontrado como felicidade quando o adulto escolhe a existência prática do caráter juvenil”.

A ideia de que o corpo e o movimento são inseparáveis e que o aprendizado envolve uma troca dialética entre o sujeito e o mundo também encontra apoio em Michel Serres (2004). Em sua obra O Corpo Humano, o autor reflete sobre a nossa ancestralidade e a evolução do movimento humano. Ele nos lembra que, desde que o ser humano desceu das árvores, a postura e os movimentos básicos – como caminhar, correr e, mais tarde, pedalar – fazem parte de nossa essência. O movimento, portanto, não é algo externo ao ser humano, mas, sim, uma extensão de nossa identidade, algo que permeia nossa existência. Para Serres (2004), a bicicleta é uma metáfora dessa relação profunda entre o corpo e o movimento, um meio de locomoção que traz à tona as questões fundamentais da nossa existência postural e da nossa conexão com o mundo.

O lúdico, no entanto, não se limita a uma mera atividade física ou motora, mas também envolve uma dimensão criativa e afetiva. Buytendijk (1977), em suas reflexões sobre os jogos das crianças, enfatiza que o jogo é essencialmente uma experiência de entrega e sintonia. Ele observa que no jogo infantil predomina a alegria e a liberdade, sendo que a criança se entrega ao jogo sem a necessidade de uma reflexão consciente sobre ele. Para Buytendijk (1957), esse processo é uma forma de pensamento sem palavras, uma ação que ocorre em um espaço de possibilidades abertas, em que o sujeito se expressa e se conecta com o outro de maneira autêntica e espontânea.

Essa visão do jogo e do lúdico como um espaço de liberdade e criatividade é corroborada por Santin (2003), que também se debruça sobre o conceito de lúdico em sua análise da educação física. Segundo o autor, para compreender verdadeiramente o lúdico, é necessário abandonar algumas definições rígidas e científicas e permitir-se explorar as atitudes criativas. Ele sugere que é preciso renunciar a uma visão técnica e disciplinada do movimento, muitas vezes associada aos esportes, para dar lugar à sensibilidade, ao irracional, e ao “coração” que emergem no jogo e na relação com o outro. Santin (2003) propõe que, ao nos conectarmos com o lúdico, podemos acessar um nível mais profundo da experiência humana, na qual a criatividade, a intuição e o prazer estão no centro da atividade física.

Buytendijk (1952), ao tratar do futebol em sua obra Le Football, também discute a relação expressiva entre o jogador e a bola. Para ele, o jogo de futebol é uma experiência de “apalpação ótica”, uma forma de identificação com a simplicidade do objeto (a bola) e com a relação entre os jogadores. O movimento do corpo no futebol, especialmente o ato de jogar com os pés, é descrito como um processo de domínio do corpo, em que a habilidade, a ligeireza e a perseverança se tornam elementos essenciais. O jogo, nesse caso, não é apenas uma prática física, mas uma forma de expressão do corpo no mundo, uma experiência estética e simbólica que conecta os jogadores com o ambiente, com os companheiros e adversários.

A dimensão expressiva do movimento humano é algo que pode ser observado desde os primeiros meses de vida. Como afirma Merleau-Ponty (2006b), antes de aprender a falar, a criança já responde ao mundo ao seu redor com atitudes corporais, mímicas e gestos. O balbucio, por exemplo, é uma forma de comunicação pré-linguística que carrega uma riqueza extraordinária, contendo fonemas que não existem na língua falada. Essa capacidade de expressar-se por meio do corpo é um indicativo da motricidade em formação, um processo que envolve a coordenação do corpo e a crescente inteligência sensorial.

O movimento, nesse sentido, não é apenas uma atividade física, mas também uma atividade intelectual, que envolve a percepção do corpo no mundo e sua interação com ele. Como observa Merleau-Ponty (2006b), a criança, ao balbuciar ou ao realizar movimentos, está participando ativamente de um processo de construção do sentido e do conhecimento. A partir desse movimento inicial, o corpo vai se tornando cada vez mais apto a participar de atividades mais complexas, como o jogo e o esporte, que carregam consigo a dimensão lúdica e criativa.

Portanto, o movimento não é apenas uma ação mecânica, mas uma expressão da nossa identidade, da nossa capacidade criativa e afetiva. Ao aprender a pedalar, a jogar futebol ou a realizar qualquer outra atividade física, o corpo não apenas executa uma técnica, mas está em constante transformação, buscando novos sentidos e novas formas de se conectar com o mundo. O jogo, em suas várias formas, oferece um espaço em que essas dimensões do ser humano podem ser exploradas, experimentadas e expressas. Por isso, o lúdico é fundamental não apenas para o aprendizado de habilidades motoras, mas também para a formação de uma identidade corporal e relacional que é essencial para a construção de uma educação mais criativa, sensível e humana.

Considerações Finais

Ao considerar a educação como experiência do corpo em movimento, este estudo se baseia no diálogo entre o filósofo Maurice Merleau-Ponty e o médico Frederik Buytendijk. A experiência educacional é vista como contínua e vivida ao longo da vida, expressa por meio do corpo e do movimento, com base nos conceitos de “corpo próprio”, de Merleau-Ponty, e “movimento próprio”, de Buytendijk.

Merleau-Ponty já explorava a relação entre corpo e movimento no contexto educacional, e Buytendijk trouxe a noção de “movimento próprio”, uma forma de se expressar e de superar limites, em que a subjetividade e a intencionalidade são centrais. A interação entre Merleau-Ponty e Buytendijk mostra um diálogo frutífero entre filosofia e ciência, com ambos reconhecendo o corpo e o movimento como fundamentais para a educação e o desenvolvimento humano.

O conceito de lúdico, conforme abordado nas obras de Buytendijk (1957) e Serres (2004), emerge como um domínio privilegiado em que o movimento se articula com a imaginação, a criação e o processo de aprendizagem. No contexto do jogo, o corpo não se limita à execução de uma ação física, mas assume um papel ativo na expressão de significados, emoções e relações interpessoais. O movimento lúdico, nesse sentido, pode ser entendido como uma forma de pensamento não verbal, caracterizado por uma interação espontânea que possibilita a exploração de novas possibilidades, a construção de conexões e a vivência da liberdade. Esse processo lúdico, portanto, desempenha um papel fundamental na constituição da identidade corporal, relacional e afetiva do indivíduo.

Em vista disso, o movimento não pode ser reduzido a uma mera dimensão técnica ou fisiológica. Ele envolve uma troca constante entre o corpo e o ambiente, entre o sujeito e o outro. Ao compreender o movimento como uma relação intrínseca com o espaço e o tempo, e ao considerar o corpo como o mediador essencial dessa experiência, é possível reconhecer que o movimento é um ponto-chave para a compreensão da nossa existência no mundo. O corpo em movimento, seja em contextos de jogo, dança, esporte ou outras atividades, representa uma manifestação do sujeito em um diálogo contínuo com o mundo, no qual significados são continuamente construídos e desconstruídos.

A concepção de corpo e movimento defendida por Buytendijk (1957) e Merleau-Ponty (2011) propõe uma reconfiguração de nossa experiência cotidiana, ressaltando que somos, antes de tudo, corpos em movimento. Não somos apenas seres que habitam o mundo, mas agentes que o experienciam ativamente por meio da percepção e da ação. Essa perspectiva nos oferece uma compreensão mais ampla e rica do ser humano, desafiando a visão do sujeito como algo estático ou passivo e apresentando-o como um ser dinâmico, criativo e em constante transformação.

Em síntese, as reflexões aqui expostas sugerem que o movimento transcende a simples resposta física ou a execução de reações automáticas do corpo. Ele representa uma expressão profunda de nossa relação com o mundo e com os outros. O movimento, portanto, deve ser entendido como uma linguagem do corpo, por meio da qual nossas intenções, sentimentos e nossa posição no mundo se manifestam. Esse entendimento é essencial para a construção da nossa autocompreensão e para o reconhecimento de nosso lugar no mundo. No âmbito educacional e lúdico, o movimento assume uma função formativa crucial, não apenas no desenvolvimento de habilidades motoras, mas também na promoção da criatividade, da sensibilidade e da identidade do sujeito.

A pesquisa também aponta a necessidade de aprofundar os estudos de Buytendijk, especialmente no Brasil, onde o trabalho do autor ainda é pouco explorado. Seu enfoque no movimento humano, na ludicidade e na expressividade abre novos caminhos para a educação física, mas muitos aspectos de sua obra ainda precisam ser mais bem compreendidos. O estudo, apesar das limitações, plantou uma semente para novas pesquisas e reflexões, destacando a importância de ver o corpo e o movimento como parte essencial da educação e do desenvolvimento humano.

  • Apoio e financiamento
    Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico: 315790/2021-0
    Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico: 88887.146388/2025-00
  • Revisão textual
    Normalização bibliográfica (APA 7ª Ed.), preparação e revisão textual em português: Reinaldo Rodrigues <revisao@tikinet.com.br>
    Versão para língua inglesa: Carolina Vanso <traducao@tikinet.com.br>
  • 1
    Esta obra se refere aos resumos de cursos ministrados por Merleau-Ponty na Sorbonne (1949-1952), feitos pelos participantes e aprovados pelo ministrante.

Disponibilidade de dados

Os conteúdos subjacentes ao texto da pesquisa estão contidos no manuscrito.

Referências

    Referências consultadas

    • Buytendijk, F. J. (1952). Le football: une étude psychologique Desclée de Brouwer.
    • Buytendijk, F. J. (1957). Attittudes et mouvements: étude fonctionelle du mouvement humain. Desclée de Brouwer.
    • Buytendijk, F. J. (1977). O jogo humano. In H.-G. Gadamer, & P. Vogler (Orgs.). Nova antropologia: o homem em sua existência biológica, social e cultural (pp. 57-164). EPU.
    • Merleau-Ponty, M. (2011). Fenomenologia da percepção (C. A. R. de Moura, trad., 4a ed.). Martins Fontes.
    • Merleau-Ponty, M. (2006a). Psicologia e pedagogia da criança Martins Fontes.
    • Merleau-Ponty, M. (2006b). A estrutura do comportamento Martins Fontes.
    • Nóbrega, T. P. da. (2008). Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty. Estudos de Psicologia, 13(2).
    • Santin, S. (2003). Educação física: uma abordagem filosófica da corporeidade. (2a. ed.). Unijui.
    • Serres, M. (2004). Variações sobre o corpo Bertrand Brasil.

    Referências consultadas

    • Caminha. I. de O. (2019). Eu, a educação física e Merleau-Ponty. In: Nóbrega, T. P., & Caminha, I. O. (Orgs.). Merleau-Ponty e a Educação Física São Paulo: Liber Ars.

    Editado por

    Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      20 Out 2025
    • Data do Fascículo
      2025

    Histórico

    • Recebido
      16 Dez 2024
    • Revisado
      25 Mar 2025
    • Aceito
      10 Maio 2025
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