Resumo
No presente texto, caracterizado como um ensaio teórico, objetivamos apresentar uma possibilidade de pensar a Educação Financeira sob uma orientação fenomenológica. Para tanto, iniciamos uma revisão de literatura, buscando definições de Educação Financeira que são objetivadas e passadas pela tradição. Ao buscar abrir compreensões sobre o tema, encontramos a necessidade de entender e discutir o neoliberalismo, sistema político-econômico vigente em nosso país. Em seguida, baseamo-nos na fenomenologia, em autores como Husserl (1954/2012; 1929/2013; 1913/2006; 1907/2008), Ales Bello (2006), Merleau-Ponty (1945/1999) e outros teóricos relevantes para discutir sobre a temática. Como exige o rigor fenomenológico, efetuamos a epoché a respeito das definições de Educação Financeira apresentadas, suspendendo os juízos prévios e nos mantemos no puro ver dos dados para explicitar o que se mostra da Educação Financeira no contexto do Brasil. Em relação à escolha de nossa orientação filosófica, levamos em consideração que a fenomenologia põe em destaque questões acerca do sentido que o mundo da vida e sua circunvizinhança têm para o sujeito e a importância da comunidade para ele. Portanto, questões relativas ao seu bem-estar financeiro e ao funcionamento do sistema são abrangidas nessa corrente filosófica. No decorrer de nossas considerações, ressaltamos a necessidade de uma Educação Financeira preocupada com o sujeito, com a comunidade e com o sistema político-econômico. Como conclusão do pensar, propomos uma compreensão de Educação Financeira radicada na fenomenologia.
Palavras-chave
Educação Matemática; Fenomenologia; Filosofia da Educação Matemática; Neoliberalismo