Resumo
Este artigo aborda o papel do modelo cooperativo no campo da saúde mental como uma alternativa para a participação laboral, o acesso aos bens econômicos e o exercício da cidadania. Para tanto, analisa as abordagens de cooperativismo, associatividade e autogestão no mundo do trabalho, em contraposição aos valores e práticas dominantes do sistema capitalista. A partir de uma abordagem qualitativa e etnográfica, são descritas as estratégias de inclusão laboral da comunidade de trabalho "Locooperativa", um empreendimento solidário formado por pessoas com experiência de cuidados em saúde mental e profissionais das ciências sociais de Santiago do Chile. Nesta iniciativa, as práticas de autogestão produtiva e os valores presentes em suas formas de associação envolvem uma reafirmação da cidadania contra as coordenadas do mercado de trabalho competitivo, que apagam as diferenças e anulam a diversidade. Por fim, propõe-se que o trabalho cooperativo se constitua como uma aposta criativa que articule capacidades coletivas e e singularidades individuais na sociedade contemporânea.
Palavras-chave:
Saúde mental; Cooperativismo; Mercado laboral; Cidadania