O objetivo deste trabalho foi estudar o contexto familiar de usuários e não-usuários de maconha. Adotamos a teoria das representações sociais de Moscovici (1961/1976, 1988), além de algumas reflexões de Becker (1971) e Foucault (1977, 1994, 1997). Participaram da pesquisa sessenta universitários do Rio de Janeiro, de ambos os sexos, entre 17 e 30 anos. Utilizamos um questionário com perguntas abertas, no qual eles apresentaram seus familiares. O material obtido foi analisado em termos temáticos e estatísticos. Entre os usuários de maconha, prevaleceu a autoridade e a ênfase nos papéis sociais, sendo a interação familiar marcada pelo acento emocional e pela idealização. Entre os não-usuários a autoridade coexistiu com relações interpessoais de companheirismo e partilha, num contexto familiar em que predominaram não aspectos afetivos mas práticas de proteção e cuidados. Podemos afirmar que o papel da família na prevenção ao uso de drogas está associado à promoção da autonomia, diferenciação e garantia de um espaço próprio para o jovem.
maconha; representações sociais; família; jovens