RESUMO
“Ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Ap 2,7). O livro do Apocalipse, surgido no fim do primeiro século da era cristã, manteve as comunidades de pé frente à política devastadora do Império Romano e das acusações das sinagogas (Ap 2,9; 3,9). No caminho da história, e fazendo eco aos nossos dias, se inverteu o teor profético desta narrativa, produzindo medo e apatia social. A pandemia, também, revelou a fragilidade do sistema hegemônico e colocou às claras a necessidade de outro paradigma civilizatório. O planeta já não suporta mais este modelo econômico fixado na produção, no capital e no lucro. A proposta, neste artigo, é confrontar essas duas realidades e fazer uma hermenêutica. Como a literatura apocalíptica vem em socorro de um novo estilo de vida, alicerçado em Jesus, o Cordeiro de Deus, identificado com as vítimas da história? Como a pandemia, sinal claro de uma crise humanitária cósmica, pode ressurgir como oportunidade para uma nova humanidade?
PALAVRAS-CHAVE
Apocalipse; Jesus Cristo; Vítimas; Comunidades cristãs