(E1) |
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Foram pesquisadas as perspectivas educacionais dos jovens, quanto a: frequência, expulsão, reprovação.
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95,4% dos alunos frequentam diariamente a escola
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6% apresentam dificuldades para estar na escola
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1,9% já foram expulsos
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43,3% reprovaram, sendo que a maior parte foi reprovada apenas uma vez (57,73%) enquanto que 30,7% foram reprovados duas vezes e 11,54% foram reprovados três ou mais vezes.
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90,7% dos alunos concordam que seus estudos são importantes hoje
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3,1% discordaram da afirmação
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6,2% permaneceram neutros
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Influência dos estudos x futuro: 94% relataram a importância dos estudos
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86,5% responderam que a família incentiva muito os estudos
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Papel do professor = preocupante, poucos alunos declaram poder confiar (37,7%) ou contar (40,5%) com os professores.
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A família e escola são contextos fundamentais e rede de apoio aos jovens
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Há confiança dos participantes nos amigos e nos professores (embora que relativamente contraditórias) e na estrutura escolar
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A maioria dos estudantes gosta da escola, do ambiente e quer continuar na escola
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Importância de investigar o papel dos professores, pois são parte da rede de apoio e proteção mais efetiva no contexto escolar
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Importância das relações afetivas de amizade;
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Escola vista como provedora dessas relações;
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Escola auxilia a diminuir os fatores de risco e a desenvolver habilidades sociais
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O estudo enfatiza o papel da escola enquanto promotora de características positivas.
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(E2) |
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A interpretação dos resultados foi realizada com base na representação da escola, que os pais dos alunos possuem
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“Escola: Visão Geral” (análise do desenho)
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“Escola: Espaço de Socialização (subdividido em análise do título e análise da narrativa) ”
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“Escola: Lutas, Enfrentamento e Conquistas” (análise de respostas a essas questões específicas)
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Escola foi representada como desencadeadora de condições favoráveis à vida pessoal/profissional
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Ênfase nas relações interpessoais (focadas na disciplina e dimensão moral)
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Escola como via de acesso à ascensão profissional, social e econômica
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Os pais têm uma visão mais conservadora em relação a escola.
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Escola representada com um espaço social que permitiu consolidar amizades e valores
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Escola percebida como um local de valor e ‘moralidade” (regras, normas, ordem)
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A escola não é vista somente como espaço de aquisição de conhecimento, mas local que propiciou a construção de elos de amizade significativos
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Representação nuclear de escola como “boa qualidade da escola”
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Escola como alicerce fundamental para o aprendizado de seus filhos, para prosperar socialmente.
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(E3) |
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A análise do episódio ilustrativo demonstra duas dimensões constitutivas dos significados sobre a subjetividade adolescente no contexto escolar
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o papel moralizador exercido pela escola no curso do desenvolvimento: os castigos corporais foram posteriormente abolidos com o surgimento das pedagogias humanistas
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(2) o papel transformador que a própria experiência do adolescente pode desempenhar, ressignificando as normas escolares: contexto escolar x contexto mais amplo da sociedade = contribuição para a construção da subjetividade dos estudantes.
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A escola não pode ser considerada como um espaço neutro
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A lógica adultocêntrica exige que escola empurre a criança na direção da adolescência e juventude
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O currículo e o cotidiano da escola devem enfatizar as experiências singulares dos alunos e de professores
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O professor, figura central desse processo, merece atenção especial uma vez que também se encontra em desenvolvimento, negociando com seus alunos e com o contexto, suas próprias transformações.
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(E4) |
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Constatou-se, no grupo entrevistado, grande número de reprovações (48%), expulsões (19%) e transferências com pulsórias (28%)
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A tendência das pessoas com TDAH é apresentar dificuldades no ajustamento à sistemática escolar
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Os pais eram chamados a escola por: indisciplina, notas baixas, desatenção
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Os alunos eram taxados, principalmente pelos professores, com adjetivos preconceituosos
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Em geral, há uma relação positiva entre a escola e os projetos de vida.
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Escola para o grupo entrevistado foi percebida como bastante difícil, muitas vezes até mesmo hostil
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Metade dos participantes do estudo rela tou sentimentos negativos relacionados à escola
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Alguns deixaram transparecer a mágoa que tinham dela
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A escola apresentou neste estudo, uma baixa efetividade com os alunos “normais” e os “especiais”.
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(E5) |
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A escola é importante, sendo promessa de um futuro digno, mas é vivida cotidianamente com aprendizagens não satisfatórias, aulas sem sentido, aulas vagas, relações interpessoais desrespeitosas, percepção de desinteresse público e sensação de cansaço de alunos e professores.
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A escola é percebida como necessária e feita para o aluno aprender, se promover, conseguir emprego e ser alguém na vida
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Percepção de “escola salvadora”
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Há muitas significações negativas em relação a ela como: “escola que não serve para nada”.
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(E6) |
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Primeiro, o estudo expõe como o sistema de ensino opera numa sociedade de classes, onde há uma distribuição desigual
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Segundo, o estudo nos mostra como diferentes classes estabelecem relação com o sistema de ensino
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Quando o sistema de educação trata de forma igual os desiguais, mantem essa distinção de classes
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A apropriação dos conteúdos transmitidos e o êxito na trajetória escolar dependem da herança cultural que cada um carrega;
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As famílias das classes populares, diferente do senso comum, cuidam para que seus filhos tenham um futuro diferente
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Para as famílias de classe média a escola é um meio para que consigam melhores trabalhos e salários mais elevados
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Nas classes superiores o sucesso escolar é relativo (fracassos e aprovação acima da média), mas que dispõe de meios para reverter os resultados negativos.
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A escola e os seus produtos, saberes e títulos, diferentemente do que quase sempre se imagina, não têm o mesmo significado para todas as classes sociais, nem mesmo para grupos no interior delas
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Esse significado depende da posição que ocupam no espaço social, ou seja, das propriedades de que dispõem.
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(E7) |
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Os estudantes narram com os recursos do audiovisual, suas experiências na escola ou sobre seus desejos de ter melhores escolas
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Os três filmes escolhidos derivam de um festival nacional, exibido na internet chamado IMAGENS, do portal Ensino Médio EM Dialogo, que teve como tema no ano de 2014 “Uma escola sem muros”
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1º filme: +30, retrata uma escola onde câmeras de segurança, grades em jane las e corredores, redes de proteção e cadeados são onipresentes, bem como a violência, preconceito e discriminação
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Há uma crítica em relação ao programa Mais educação, do qual. O 2º filme “Meu lar, escolas sem muros”, retrata a escola, aqui ela é percebida como simples porem cheia de cor
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A escola neste filme, representa um lugar ao qual se pertence, um abrigo, uma família que acolhe para que se possa enfrentar um momento difícil da trajetória pessoal de cada aluno, retratando-a como um lugar muito positivo
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No 3º filme “Um sonho de aprendizado”, a representação do bom ensino, que leva ao desempenho superior, se identifica com o que acontece ao ar livre e nos lugares de história, mostrando a importância de interagir com o universo de cada estudante e com o contexto.
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Os três filmes expressam críticas sobre o que a escola parece ser e desejos daquilo que a escola poderia vir a ser
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A escola num primeiro momento foi representada como um local precário, que fica dentro de grades e que interdita a subjetividade dos estudantes num mecanismo de despersonalização
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Num segundo momento a escola foi representada como um lugar de abrigo das tempestades, e suporte para a realização de projetos futuros
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Num terceiro e último momento, a escola foi percebida como um sonho, do qual espera-se que os conhecimentos adquiridos nela dialoguem com o mundo, entendendo que o conhecimento não cabe somente dentro da sala de aula e em trinta questões de prova.
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(E8) |
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A partir das questões e respostas dos estudantes foram criadas categorias
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A escola é representada como um local que prepara para o futuro, para a convivência social
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Prepara para o mercado de trabalho
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As experiências em sala de aula foi o local mais comentado pelos alunos como importante no processo de escolarização
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Alunos relataram o fraco vínculo entre os conteúdos e os projetos de vida
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Dificuldade de estabelecer uma ligação entre o que aprendem na escola com a vida cotidiana
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Os estudantes percebem a escolarização direcionada para o mercado de trabalho
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Não basta apenas aprender política, mas sim, saber conviver no social
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O lugar ocupado pelos estudantes, ainda é prioritariamente, a sala de aula e o que se vivencia ali, são consideradas pelos estudantes importantes aos seus projetos de vida.
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As informações coletadas reafirmam o discurso associado a função da escola em uma perspectiva do vir a ser
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As disciplinas seguem uma ordem lógica que objetiva a promoção do conhecimento, com um fim em si mesmo, ocultando a relação disciplina x vida cotidiana
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A escola percebida com a função formativa, relacionaram cidadania x escola
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Os alunos encontraram na escola experiência de vivências significativas
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Há uma valorização pelos estudantes, que conseguem encontrar sentido naquilo que vivenciam
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As atividades que favorecem o protagonismo dos estudantes (participação em projetos e atividades de animação cultural) são importantes para uma educação que almeja a autonomia, o desenvolvimento da responsabilidade e o comprometimento frente a assuntos que envolvem interesses coletivos.
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(E9) |
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O estudo foi dividido em quatro categorias: 1) Caracterização do contexto de vulnerabilidade; 2) a percepção dos adolescentes com relação à escola; 3) como a escola lida com os adolescentes; 4) as expectativas deles com relação à escola.
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Na categoria 1) os participantes afirmaram já ter sido reprovados e sofrido repreensão pela direção da es cola ou da equipe técnica
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Possuem pouco acesso a condições de saúde, lazer, e a violência na localidade onde residem é frequente e presente
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Na categoria 2) todos os participantes carac terizam a escola como um lugar para estudar e aprender
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A escola como um espaço para fazer amizades e que os protege da violência
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Os professores bons estabelecem um diálogo e relacionamento com os alunos
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Já os ruins são fechados e não estabelecem um diálogo e interação com os alunos em sala de aula
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Na categoria 3) um estudante relatou que se sente tratado de maneira infantil
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Dois relataram serem tratados como filhos, recebendo conselhos e ajuda
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Uma adolescente relatou ser tratada como uma qualquer, por não poder questionar
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Um outro como bandido, devido as falas dos professores sobre o local aonde mora
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Os alunos gostariam de ser tratados como “cidadãos de bem”, ou seja, com respeito e como “gente”
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Na categoria 4) as expectativas são em ter um bom futuro, com um bom emprego, uma profissão.
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Percebem-se nas falas das participantes evidências de significados e sentidos da escola para eles.
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Quanto ao significado, este é identificado nas respostas em que os adolescentes se reportam à escola como uma instituição importante, capaz de contribuir com sua formação e possibi litar, por meio do estudo, ascensão social futura por meio de empregos dignos e qualificados.
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Os estudantes identificam as falhas da escola na garan tia do direito a uma educação de qualidade, como a dinâmica de algumas aulas como insatisfatória, a postura inadequa da de alguns profissionais, a falta de oportunidades para expressar-se e participar dos processos decisórios, discipli nas cujos conteúdos não conseguem relacionar com suas realidades, professores que não estabelecem uma relação agradável com os estudantes e, por vezes, os desrespeitam.
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Consideramos aqui como evidências do sentido da escola para os alunos o fato de ser a escola o lugar do encontro, da formação de vínculos, de cultivo dos laços afetivos, do lazer.
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Reitera-se o bom relacionamento estabelecido com os outros, as amizades, os momentos de descontra ção e diversão e os espaços da escola que propiciam essas situações são aspectos marcantes e de maior importância indicam esses sentidos construídos pelos alunos.
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(E10) |
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A dificuldade ou falta de acesso de determinada parcela da população à escolarização diz respeito a processos discriminatórios e desiguais provenientes do processo histórico do Brasil
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Um dos motivos apresentados por uma aluna, da sua volta aos estudos foi a de conseguir algum trabalho melhor, o que colabora com a política dominante, da qual só se vale alguma coisa quando se distancia da população iletrada e se toma lugar em um mundo capitalista
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Ideia de que somente via educação que se pode fazer “algo útil”, ressalta a perspectiva da educação como forma de subjetivação e reconhecimento social
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Os alunos da EJA, ao adquirirem conhecimento na escola, sentem-se importantes e reconhecidos como seres humanos e reconhecem-se a si próprios como sujeitos de direitos.
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A escola percebida como um local que há métodos de ensino que são repassados aos alunos que se mostram incompatíveis com o que é vivenciado por este cotidianamente
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Os alunos sentem-se desmotivados, uma vez que a escola lhes oferece algo desinteressante
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Tendência atribuir o fracasso do aluno a ele e à inferioridade cultural do local de onde vem, sem considerar como a escola está ensinando
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Vê-se que há uma lógica escola/trabalho, na qual a relação estabelecida é quanto maior o número de anos estudados maiores possibilidades de trabalho e, por conseguinte, melhores cargos
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A possibilidade de ascensão a um melhor cargo, quando ocorre, é para uma minoria
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Percebe-se que o mesmo mercado de trabalho que tirou as crianças da escola, para cuidarem de sua subsistência e de suas famílias, exige agora um retorno do adulto trabalhador aos bancos escolares.
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(E11) |
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Quando questionados sobre como explicariam para alguém que não sabe nada sobre a escola o que é escola, um dos significados produzidos foram: “Lugar onde a gente estuda, aprende, tem aulas e recebe educação”
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“Lugar onde a gente aprende coisas que vamos precisar no futuro
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“Para conseguir um emprego bom, ter uma vida melhor, ser alguém na vida”
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“A escola é lugar de diversão, de convívio, de fazer amigos”
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Lugar de formação, de aulas, de adquirir conhecimentos, recebem educação além da proporcionada pela famí lia, aprendem a conviver e possibilita que no futuro eles tenham uma vida melhor
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Quando eles se colocaram dentro da escola - falando do que eles mais gostavam, de como era um dia na escola -, o convívio com os amigos, as brincadeiras e a diversão ocuparam um lugar muito mais relevante, do que a aprendizagem dos conteúdos escolares.
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Escola como local onde os alunos recebem educação, conhecimentos, convivem com pessoas diferentes e possibilita que no futuro tenham uma vida melhor - um objeto.
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Quando eles falaram da escola, colocando-se como parte dela, ela tomou outro significado - local de diversão, conversas, encontro com os amigos - tornando-se outro objeto, diferente daquele que os professores constituem quando leem a escola.
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