Resumo
O presente artigo investiga uma problemática suscitada pela experiência clínica e essencial à psicanálise com autistas: a alteridade. O objetivo da pesquisa consistiu em estabelecer a especificidade e a variedade das formas de alteridade nesses casos. Partindo da premissa freudiana do complexo do próximo (Nebenmensch) e passando pela distinção entre o próximo e o Outro enquanto lugar da linguagem, a pesquisa percorre as formas de alteridade suscetíveis de se delinearem no autismo, tais como identificadas por J.-C. Maleval: o objeto autístico, o duplo e o Outro de síntese. Para tal, recorre a relatos de vida narrados pelos autistas e a fragmentos clínicos da literatura especializada.
Palavras-chave:
psicanálise; autismo; alteridade; Outro de síntese