Resumo
O artigo surge da inquietação de psicanalistas diante do sucesso ou fracasso dos movimentos sociais como resposta à atual crise institucional, política e social. Destacamos o dilema epistemológico e político presente na indagação que percorreu o movimento de Maio de 1968: as estruturas descem ou não para a rua? O caminho adotado é examinar os efeitos do movimento e cotejá-los com as concepções teóricas de Lacan. O saldo que obtemos desse balanço crítico foi considerar Maio de 1968 como um acontecimento que nos lembra de que é possível estruturar uma nova forma de política. Nomear a vergonha dos excessos nos laços sociais de nosso tempo pode conferir dignidade ao significante e produzir um ponto de basta pela dimensão da ética e da singularidade. Tal posição produz giro discursivo, incitado pela coragem de ter uma idéia e a possibilidade de reinvenção do laço social por sucessivas subversões e revoluções.
Palavras-chave:
acontecimento; laço social; vergonha; política; psicanálise