Resumo
Este ensaio teve como finalidade apresentar o desenvolvimento inicial de uma noção de corporeidade/subjetividade humana para o campo da psicologia clínica, a partir da noção de sujeito proposta por Edgar Morin em sua obra O método. Entende-se que a inserção desta noção nas discussões epistemológicas desse campo do conhecimento, no que concerne ao problema da fragmentação da noção de subjetividade, pode contribuir com reflexões iniciais para se pensar uma possível alternativa de integração do seu objeto de estudo. Fundamentada no pensamento complexo, é proposta uma primeira definição que aponta para quatro principais dimensões e suas respectivas noções: a do indivíduo-sujeito, constituída por três sistemas complexos (orgânico-sensório-motor, psíquico-afetivo-relacional e mental); a da eco-subjetividade; a sócio-histórico-cultural; e a da espécie. Conclui-se considerando os desafios ontológico e epistemológico inerentes à problemática da fragmentação da subjetividade, relacionando-os ao problema da unidade na Psicologia, e indicando a necessidade dos seus enfrentamentos pela proposta apresentada.
Palavras-chave:
corporeidade; subjetividade; epistemologia; psicologia clínica