Resumo
Este texto apresenta os resultados e análises de uma pesquisa sobre a transmissão transgeracional de traumas coletivos, de que participaram netos de vítimas da ditadura chilena. É uma investigação de natureza qualitativa, que teve como objetivo abordar os processos de subjetivação da memória do trauma coletivo pela terceira geração. O material textual, obtido por entrevistas, foi interpretado a partir de uma abordagem de análise crítica do discurso. Conclui-se que a subjetivação da memória do trauma coletivo pela terceira geração ocorre no quadro de uma interpelação ideológica, em que o sujeito adquire um cargo de responsabilidade ético-política quanto ao suporte da memória de seus avós, um processo que implica a organização de representações capazes de cobrir as lacunas que a transmissão transgeracional do trauma acarreta.
Palavras-chave:
trauma coletivo; transgeracionalidade; terceira geração; memória; subjetivação