A videocirurgia vem sendo utilizada em avaliações da cavidade celomática de diferentes peixes, bem como na obtenção de biopsias para análises de órgãos. Esse acesso, minimamente invasivo, pode ainda ser empregado no estudo de impactos ambientais, a partir do uso desses animais como bioindicadores de poluentes. No Brasil, poucos são os estudos envolvendo a realização de celioscopia de peixes. Este trabalho teve como objetivo, desenvolver uma técnica de videocelioscopia, a partir da utilização de dois portais, na obtenção de biopsia hepática em jundiás (Rhamdia quelen). Para o estudo, foram utilizadas seis fêmeas adultas. Após os animais serem anestesiados, realizou-se a inspeção da cavidade celomática com endoscópio de 10mm e 00 para na sequência, realizar a coleta de tecido hepático com pinça de Kelly. Após a recuperação anestésica/cirúrgica, os animais foram liberados em açude que permitia o controle de possíveis óbitos. Todas as amostras de tecido hepático foram encaminhadas a exame histopatológico. Os procedimentos foram realizados sem a ocorrência de complicações trans ou pós-operatórias. Visualizou-se detalhadamente diferentes órgãos e estruturas intracavitárias (fígado, baço, estômago, pâncreas, bexiga natatória, ovários, intestino grosso e septo transverso. Conclui-se que a técnica cirúrgica e o protocolo anestésico proposto são adequadas para a realização de biópsias hepáticas em jundiás e estão associados a diminuta morbidade.
Biópsia hepática; jundiás; Rhamdia quelen; cirurgia; videolaparoscopia; cavidade celomática