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Causas de morte em caprinos diagnosticadas no estado do Rio Grande do Sul: análise de 322 casos (2000-2016)

RESUMO:

Foram revisadas as causas de morte de caprinos submetidos ao exame de necropsia no período compreendido entre janeiro de 2000 e dezembro de 2016 pelo Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Avaliaram-se os dados epidemiológicos relacionados à raça, sexo e idade, assim como as alterações macroscópicas e microscópicas observadas. Durante esse período, foram recebidos para necropsia 322 caprinos, nos quais em 290 casos (90%) foi obtido o diagnóstico conclusivo. Caprinos destinados à experimentação animal foram excluídos deste estudo. Do total de 290 casos, 167 (57,6%) corresponderam a enfermidades de origem infecciosa e toxi-infecciosa, enquanto 123 (42,4%) em causas não infecciosas. Entre as doenças infecciosas foram contabilizados 55 casos de origem bacteriana, 59 casos com envolvimento parasitário, 14 casos de origem viral, e 39 casos toxi-infecciosos. As doenças de caráter não infeccioso foram agrupadas em doenças metabólicas (44 casos), intoxicações por plantas ou substâncias tóxicas (36), deficiências minerais e nutricionais (20), neoplasias e distúrbios no desenvolvimento (5). Dezoito casos com diagnóstico conclusivo, mas que não se enquadravam nestas classificações foram agrupadas como “outros”. A faixa etária dos caprinos neste estudo variou de um dia a 10 anos. A maior parte dos animais eram fêmeas (201), enquanto 121 eram machos. As raças dos caprinos necropsiados neste período incluíram Boer, Saanen, Anglo-Nubiano, Toggenburg e sem raça definida (SRD). As enfermidades de origem parasitárias, infecciosas e toxi-infecciosas, especialmente hemoncose, eimeriose, pleuropneumonias e a enterotoxemia acarretaram o maior número de mortes. Das causas não infecciosas, distúrbios metabólicos, como acidose lática ruminal, toxemia da prenhez e urolitíase, estiveram diretamente relacionadas com o manejo empregado nas propriedades. Evidenciou-se também a importância do diagnóstico de intoxicações por plantas relevantes da região, como Sida carpinifolia.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:
Causas de morte; caprinos; Rio Grande do Sul; diagnóstico; patologia; pequenos ruminantes; doenças infecciosas

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