O objetivo do presente estudo foi determinar se os caprinos podem desenvolver aversão ao consumo de Mascagnia rigida, uma planta tóxica encontrada na região semi-árida do nordeste brasileiro. Catorze caprinos machos não familiarizados com M. rigida foram separados ao acaso em dois grupos de tratamento: controle (tratados com 5,5mL de água por via oral por meio de uma seringa dosadora) e grupo tratado lítio (tratados com 100mg de LiCl/kg de peso corpóreo por via oral por meio de uma seringa dosadora). Para o condicionamento, os caprinos puderam ingerir folhas de M. rigida por 15 minutos, seguido pela administração de LiCl ou de água. O tempo de ingestão das folhas de M. rigida foi anotado. O condicionamento foi repetido diariamente até que os caprinos tratados com LiCl parassem de ingerir M. rigida. Nos 10º, 17º e 24º dias após o condicionamento, testes de extinção da aversão a M. rigida foram realizados nos caprinos usando provas de única escolha. Não houve diferença entre os dois grupos de tratamento no consumo de M. rigida no primeiro dia do condicionamento aversivo, mas os animais do grupo controle ingeriram quantidades crescentes da planta nos dias seguintes ao condicionamento. No segundo dia, cinco dos sete caprinos do grupo tratado com lítio não ingeriram as folhas, mas no terceiro dia, todos os caprinos tratados com lítio não ingeriram M. rigida. Esta aversão persistiu durante todos os dias avaliados. Isto indica que os caprinos podem ser facilmente condicionados utilizando o cloreto de lítio para produzir aversão à ingestão de M. rigida temporariamente.
Plantas tóxicas; Mascagnia rigida; Malpighiaceae; condicionamento aversivo a alimento; aversão ao sabor; seleção da dieta; intoxicação por plantas; caprinos