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Desempenho das empresas brasileiras: efeitos ano, ramo de negócios e firma individual

Estudos anteriores sobre a heterogeneidade da performance das firmas não têm levado em consideração os efeitos de um ambiente turbulento, no qual firmas devem lidar com um governo fraco e errático, tal como ocorre no contexto brasileiro. Defende-se, neste artigo que, em tais ambientes, o alto valor da componente de variância que é usualmente atribuída aos efeitos das firmas pode ser explicada, não pelos pressupostos das perspectivas teóricas tradicionais, mas por uma visão mais política desses efeitos, mais especificamente, pelas diferenças em criar e manter alianças políticas valiosas. Para modelar essas diferenças, foram construídas medidas multivariadas da performance das firmas e um novo fator, denominado efeitos da política, foi adicionado ao modelo. Doações das empresas para as campanhas políticas serviram como proxy desse fator em uma amostra de 607 observações, de 177 firmas em 15 setores. Os resultados sugerem que a estrutura da variância não é significantemente influenciada pela presença dos efeitos da política. Entretanto, diferentemente de estudos anteriores, os efeitos transientes da indústria apresentam-se com importância maior do que os efeitos estáveis. Os resultados também indicam que o custo de capital deve ser considerado em futuras modelagens para ambientes turbulentos.

heterogeneidade das firmas; decomposição da variância; desempenho das firmas; ambiente turbulento; estratégias políticas


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