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A empresa e a estratégia da terceirização

Resumos

Atualmente há um intenso mas pouco coerente debate com relação ao fenômeno da terceirização. Este trabalho pretende apresentar e discutir, em termos gerais, alguns "prós e contras" da escolha e implementação estratégicas. Pretende ainda elaborar uma definição mais consistente para a terceirização, enquanto uma escolha de status estratégico, e relacionar um elenco de vantagens e desvantagens dessa escolha. Tomando como base essa relação, são apresentados finalmente alguns cuidados e dicas que se deve levar em consideração quando se quer "terceirizar".

Terceirização; decisões estratégicas; empresa-origem e empresa-destino


Nowadays, there is an intensive but also a somewhat incoherent debate as to the advantages and the application of "activities sharing" option among firms. This paper intends to discuse, in its general aspects, the problems involving the strategic movements. In this direction, it presents a check list of advantages and problems concerning the implementation of "activities sharing" decisions. As a result, based on the aforesaid checking, it mentions some measures and warnings to be taken into consideration when introducing this strategy.

Activity sharing; strategic choices; suppliers


ARTIGO

A empresa e a estratégia da terceirização

Haroldo Guimarães Brasil

Engenheiro pela PUC/MG, Mestre em Administração pelo CMA/UFMG, Pós-graduado em Engenharia Econômica pela Fundação Dom Cabral, Doutorando em Economia no Instituto de Economia Industrial da UFRJ, Professor Assistente do Departamento de Administração da PUC/MG e Professor da Fundação Dom Cabral

RESUMO

Atualmente há um intenso mas pouco coerente debate com relação ao fenômeno da terceirização. Este trabalho pretende apresentar e discutir, em termos gerais, alguns "prós e contras" da escolha e implementação estratégicas. Pretende ainda elaborar uma definição mais consistente para a terceirização, enquanto uma escolha de status estratégico, e relacionar um elenco de vantagens e desvantagens dessa escolha. Tomando como base essa relação, são apresentados finalmente alguns cuidados e dicas que se deve levar em consideração quando se quer "terceirizar".

Palavras-chave: Terceirização, decisões estratégicas, empresa-origem e empresa-destino.

ABSTRACT

Nowadays, there is an intensive but also a somewhat incoherent debate as to the advantages and the application of "activities sharing" option among firms. This paper intends to discuse, in its general aspects, the problems involving the strategic movements. In this direction, it presents a check list of advantages and problems concerning the implementation of "activities sharing" decisions. As a result, based on the aforesaid checking, it mentions some measures and warnings to be taken into consideration when introducing this strategy.

Key words: Activity sharing, strategic choices, suppliers.

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Artigo recebido pela Redação da RAE em outubro/92, aprovado para publicação em março/93.

1. Essa idéia é muito discutida em RUFFOLO, Giorgio. La gran empresas en la sociedad moderna. Espanha: Editorial Hispano Europeia, 1973.

2. Sobre estrutura industrial ver PORTER, M. Estratégia competitiva; técnicas para análise da indústria e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986; __ . Vantagem competitiva; criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

3. Ver MOTTA, Paulo Roberto. A ciência e a arte de ser dirigente. Rio de Janeiro: Record, 1991.

4. Extraído de TAUILE, José Ricardo. Novos padrões tecnológicos, competitividade industrial e bem-estar social; perspectivas brasileiras. Revista de Economia Política, Rio de Janeiro, vol. 9, nº 3, jul./set. 1989, p. 50.

5. Para uma classificação mais detalhada das sinergias possíveis da empresa, ver ANSOFF, I. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990 cap. 5. Sobre o conceito de base tecnológica e área de comercialização, ver PENROSE, Edith T. The theory of the growth of the firm. Oxford: Blackwell, 1959.

6. Para uma discussão sobre as condições necessárias à implementação do just-in-time, ver ANTUNES JR., José Antônio et alii. Considerações criticas sobre a evolução de administração da produção; do just-in-case ao just-in-time. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, vol. 29, nº 3, p. 49-64, jul./set. 1989.

7. Ver TAUILE, José Ricardo. Op. cit.

8. Para uma discussão competente sobre os condutores de diferenciação ou de singularidade, ver PORTER, M. Estratégia Competitiva, cap. 4. Op. cit.

9. Ver o conceito de "custos de mudança" em PORTER, M. Idem, ibidem, 1986, cap. 1, 6 e 10.

10. THOMPSON, J. D. Dinâmica organizacional. São Paulo: McGraw-Hill, 1976, especialmente cap. 3.

11. ALDRICH, Howard E. Organizations & environments. N.J.: Prentice-Hall, Inc., 1979, p. 267 -268 e 290-291.

12. Sobre o ciclo econômico-financeiro e sua administração, ver BRASIL, H. G. Gestão Financeira das empresas; um modelo dinâmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991, especialmente cap. 4 e 7.

13. PORTER desenvolveu todo um modelo de análise de fontes de vantagem competitiva baseado nas "cadeias de valores" em seu livro Vantagem competitiva; criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

14. PORTER, M. Idem, ibidem., 1989, p. 33.

  • 1. Essa idéia é muito discutida em RUFFOLO, Giorgio. La gran empresas en la sociedad moderna. Espanha: Editorial Hispano Europeia, 1973.
  • 2. Sobre estrutura industrial ver PORTER, M. Estratégia competitiva; técnicas para análise da indústria e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986;
  • __ . Vantagem competitiva; criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
  • 3. Ver MOTTA, Paulo Roberto. A ciência e a arte de ser dirigente. Rio de Janeiro: Record, 1991.
  • 4. Extraído de TAUILE, José Ricardo. Novos padrões tecnológicos, competitividade industrial e bem-estar social; perspectivas brasileiras. Revista de Economia Política, Rio de Janeiro, vol. 9, nş 3, jul./set. 1989, p. 50.
  • 5. Para uma classificação mais detalhada das sinergias possíveis da empresa, ver ANSOFF, I. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990 cap. 5. Sobre o conceito de base tecnológica e área de comercialização, ver PENROSE, Edith T. The theory of the growth of the firm. Oxford: Blackwell, 1959.
  • 6. Para uma discussão sobre as condições necessárias à implementação do just-in-time, ver ANTUNES JR., José Antônio et alii. Considerações criticas sobre a evolução de administração da produção; do just-in-case ao just-in-time. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, vol. 29, nş 3, p. 49-64, jul./set. 1989.
  • 10. THOMPSON, J. D. Dinâmica organizacional. São Paulo: McGraw-Hill, 1976, especialmente cap. 3.
  • 11. ALDRICH, Howard E. Organizations & environments. N.J.: Prentice-Hall, Inc., 1979, p. 267 -268 e 290-291.
  • 12. Sobre o ciclo econômico-financeiro e sua administração, ver BRASIL, H. G. Gestão Financeira das empresas; um modelo dinâmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991, especialmente cap. 4 e 7.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Jun 2013
  • Data do Fascículo
    Abr 1993

Histórico

  • Recebido
    Out 1992
  • Aceito
    Mar 1993
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