RESUMO
Objetivo:
Explorar o sentido do trabalho, analisando e comparando como ele é vivenciado por trabalhadores submetidos a diferentes vínculos empregatícios.
Originalidade/valor:
A pesquisa é relevante porque avança na discussão sobre a flexibilização das relações de trabalho e aponta o impacto da flexibilização na forma como profissionais vivenciam o trabalho e atribuem sentido a ele. Ademais, detectamos na literatura uma lacuna em pesquisas empíricas que relacionem sentido do trabalho a diferentes tipos de vínculos empregatícios.
Design/metodologia/abordagem:
Conduzimos uma pesquisa qualitativa e exploratória com professores de uma mesma instituição de ensino superior (IES), mas que atuam sob diferentes vínculos de trabalho. Participaram da pesquisa 45 docentes, cujos relatos foram submetidos à análise do discurso.
Resultados:
Inicialmente, os resultados reforçaram as seis categorias propostas por Morin (2001): 1. o trabalho que gera resultado, 2. é intrinsecamente satisfatório, 3. moralmente aceitável, 4. fonte de relações humanas satisfatórias, 5. garante segurança e autonomia e 6. mantém a pessoa ocupada. Além disso, também foram identificadas três novas categorias associadas ao trabalho do professor na atualidade: "trabalho como chamado (calling)", "trabalho como fator identitário" e "trabalho como prática masoquista". Nossos resultados apontaram para a complexidade de manter profissionais trabalhando muitas vezes lado a lado, mas submetidos a diferentes vínculos. Ressentimento, angústia e frustração foram alguns dos sentimentos que consideramos estar associados a essa realidade. Por isso, eles representam um desafio a ser enfrentado pelas organizações.
PALAVRAS-CHAVE
Sentido do trabalho; Vínculos de trabalho; Significado do trabalho; Professor; Ensino superior