RESUMO
Objetivo:
Refletir as faces da solidão no contexto do trabalho contemporâneo contemplando-a: 1. como afeto da convivência e da interação social; 2. como sintoma do mal-estar no trabalho, resultado da ideologia gerencialista; e 3. como fonte para o desenvolvimento, o revigoramento e a formação do indivíduo.
Originalidade/valor:
O estudo torna-se relevante por possibilitar um novo olhar para a solidão no contexto do trabalho como recurso para emancipação do trabalhador.
Design/metodologia/abordagem:
O trabalho caracteriza-se como um ensaio teórico, fundamentado em uma revisão de literatura, em periódicos que permeiam diferentes campos de conhecimento (sociologia, psicologia, filosofia e administração), fazendo uma reflexão interdisciplinar entre as correntes que discutem as faces da solidão.
Resultados:
Evidenciou-se que a solidão no trabalho contemporâneo pode ser vista como nociva, ante as violências cotidianas no ambiente organizacional, no trabalho que tenha perdido o sentido e na falta de solidariedade entre os trabalhadores ou como virtude necessária para o desenvolvimento e a emancipação do fazer sujeito. Embora vista na maioria dos estudos como um fenômeno negativo, ela não se restringe apenas a um distanciamento físico, muito menos à fuga da vida, mas pode também ser a busca do despertar em relação a si mesmo e de reposicionamento dos valores e da cultura adestradora das organizações.
PALAVRAS-CHAVE
Solidão; Trabalho; Socioclínica; Ideologia gerencialista; Violência