Resumo
Objetivo: Este artigo visa compreender as experiências de gestores de empresas internacionais com filiais no Brasil, que trabalharam remotamente como medida compulsória durante a pandemia da Covid-19.
Originalidade/valor: A eclosão repentina da pandemia fez com que muitas empresas decretassem o trabalho remoto como medida emergencial, sem a adequada adaptação do ambiente físico ou das dinâmicas familiares. O presente estudo explora as experiências de um grupo de profissionais que teve o privilégio de poder ajustar seu trabalho a fim de equilibrar resultados profissionais com a preservação da própria saúde mental e bem-estar pessoal. Para tanto, a liberdade para empregar princípios condizentes com o Redesenho do Trabalho mostrou-se essencial, razão pela qual deve ser considerada também nos casos dos trabalhadores cuja autonomia é mais restrita.
Design/metodologia/abordagem: Pesquisa qualitativa de natureza fenomenológica. Foram realizados encontros dialógicos com a pergunta norteadora: “como está sendo/como foi desenvolver seu trabalho de maneira remota durante a pandemia?”. Utilizaram-se como estratégia metodológica narrativas compreensivas elaboradas após cada encontro. Ao final, foi elaborada uma narrativa síntese contendo os elementos revelados.
Resultados: Os resultados estão organizados em quatro eixos: 1. os desafios para a adaptação ao desconhecido; 2. o estabelecimento de limites e estruturas para o trabalho e vida pessoal; 3. das interações caóticas à colaboração virtual intencional; e 4. as descobertas no âmbito pessoal e no papel de gestor, indicam que apoio organizacional, autonomia e flexibilidade facilitaram o redesenho das atividades. Conclui-se que organizações que estimulam práticas para Redesenho do Trabalho, fornecendo suporte ao trabalho flexível, podem gerar benefícios ao negócio e bem-estar dos funcionários.
Palavras-chave
trabalho remoto; teletrabalho; redesenho do trabalho; gestores; fenomenologia
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