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Cautela na prescrição de derivados da soja (ipriflavona) após a menopausa

Panorama Internacional

Ginecologia

CAUTELA NA PRESCRIÇÃO DE DERIVADOS DA SOJA (IPRIFLAVONA) APÓS A MENOPAUSA

Em recente estudo prospectivo randomizado, duplo-cego, controlado com placebo, publicado no JAMA em março de 2001, os autores constataram que usuárias de um preparado de ipriflavona (derivado de soja), na dose de 200mg três vezes ao dia, durante quatro anos, não apresentaram benefícios sobre a densidade mineral óssea. Ademais, observaram que a ipriflavona induz linfocitopenia em significativo número de mulheres.

Comentário

Esses dados nos obrigam a algumas ponderações: 1. Os fitoterápicos, como muitos dizem, são inócuos. Há, até um aforisma que diz: "se não determinam benefícios, certamente não causam riscos". O presente estudo concluiu que nesse caso o aforisma não é verdadeiro. Por isso, os médicos devem se basear obrigatoriamente nas evidências da literatura para prescrever qualquer fármaco. 2. Os fitoterápicos que poderiam ser uma alternativa promissora para as mulheres com intolerância, contra-indicações e não desejo de utilizar hormônios, com esse trabalho têm sua credibilidade abalada por conclusões precipitadas de que são isentos de qualquer efeito colateral. 3. Deveremos aguardar os resultados de estudos em andamento para melhor esclarecer os reais riscos e benefícios da fitoterapia em relação à mulher no climatério. Por isso, é importante e imperioso ter cautela na prescrição desse tipo de derivado da soja em mulheres após a menopausa, objetivando a prevenção da osteoporose.

JOSÉ MENDES ALDRIGHI

ANGELA MAGGIO DA FONSECA

ANA PAULA S. ALDRIGHI

Referência

Alexandersen P, Toussaint A, Christiansen C, Devogelaer JP, Roux C, Fechtenbaun J, et al (IPRIFAVONE Multicenter European Fracture Study) - Ipriflavone in the treatment of pos-menopausal esteoporosis: a randomized controlled trial. JAMA 2001. Mar 21; 285(11).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Jan 2002
  • Data do Fascículo
    Dez 2001
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