Objetivo:
identificar padrões na distribuição espaço-temporal dos casos de dengue ocorridos no município de Cruzeiro, SP.
Métodos:
foi desenvolvido um estudo ecológico e exploratório utilizando ferramentas de análise espacial e com dados de casos de dengue obtidos do SinanNet. Foi feita uma análise por área, tomando-se como unidade o setor censitário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram analisados os meses de março a junho de 2006 e 2011, que mostraram o avanço da doença. Utilizou-se o programa TerraView 3.3.1; foram calculados os índices de Moran global, mês a mês, e o estimador de Kernel.
Resultados:
no ano de 2006, foram georreferenciados 691 casos de dengue (taxa de 864,2 casos/100 mil hab.); os índices de Moran e p-valores foram significativos nos meses de abril e maio (IM = 0,28, p=0,01; IM = 0,20, p=0,01) com densidades maiores nas regiões central, norte, nordeste e sul. Em 2011, foram geocodificados 654 casos (886,8 casos/100 mil hab.); os índices de Moran e p-valores foram significativos nos meses de março e abril (IM = 0,28, p=0,01; IM = 0,16, p=0,05) com densidades nas mesmas regiões de 2006. O índice de Moran global (IM) é uma medida global de autocorrelação espacial, que indica o grau de associação espacial no conjunto de informações a partir do produto em relação à média. O IM varia entre -1 e +1, e a ele pode ser atribuído um nível de significância (p-valor). O valor positivo aponta para uma autocorrelação espacial positiva ou direta.
Conclusão:
foi possível identificar padrões na distribuição espaço-temporal dos casos de dengue ocorridos no município de Cruzeiro, SP, e localizar os setores censitários onde a epidemia teve início e como evoluiu.
dengue; sistemas de informação geográfica; vigilância epidemiológica; estudo ecológico; distribuição espacial da população