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Estigma e discriminação: viva e deixe viver

Diretrizes em foco

Saúde Pública

"ESTIGMA E DISCRIMINAÇÃO: VIVA E DEIXE VIVER"

"Estigma e discriminação" é a diretriz da Campanha Mundial de Aids para o biênio 2002 ¾ 2003. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/AIDS (UNAIDS), o estigma e a discriminação são os maiores obstáculos para efetivas medidas de cuidado e prevenção do HIV/AIDS. O medo da discriminação pode impedir que as pessoas busquem tratamento contra a Aids como também há o temor de que as suas situações sorológicas em relação ao HIV sejam publicamente conhecidas. As pessoas infectadas ou supostamente infectadas pelo HIV podem ser rejeitadas pelos serviços de saúde, privadas de moradia e emprego, evitadas por amigos e colegas, descobertas por seguros de saúde ou recusadas para ter entradas em países estrangeiros. Em alguns casos, podem ser expulsas de casa por seus parentes, seus cônjuges podem divorciar-se delas e podem ser vítimas de violência física ou mesmo de homicídio. O estigma relacionado com o HIV/AIDS pode estender-se para as futuras gerações com a conseqüente carga psicológica para as crianças que possivelmente estejam também tratando de superar a morte de seus pais por decorrência da Aids. Centrando-se no estigma e na discriminação, a campanha se propõe a encorajar as pessoas para romper o silêncio e derrubar os obstáculos que impedem eficazes medidas de atenção e prevenção do HIV/AIDS. Somente enfrentando o estigma e a discriminação, a luta contra o HIV/AIDS será vitoriosa".

Comentário

Diretrizes, campanhas e temas permitem comentários de diversas naturezas tais como discussões sobre seus objetivos, efetividade e limitações em Saúde Pública e até mesmo análises dos seus conteúdos ideológicos. Aqui, são trazidos para reflexão dois outros aspectos. Citando apenas duas doenças, em épocas não tão longínquas, já passamos pela problemática do estigma e da discriminação em relação à tuberculose com os famosos sanatórios e a hanseníase com os seus temerários leprosários, até levando alguns países, como o Brasil, a mudarem o nome da doença. Uma segunda característica, esta bem peculiar à Aids, aqui e alhures chamada de uma epidemia multifacetada, diz respeito ao tratamento dado à questão por inúmeros programas governamentais, por distintos segmentos da sociedade civil e por organismos internacionais. A interdisciplinaridade e os distintos olhares para a epidemia, têm levado a Aids a constar de agendas das mais diversas. Em termos de diretrizes de campanhas do UNAIDS vale lembrar: em 1998, "A força da mudança: com os jovens em campanhas contra a Aids", que por sinal teve o nosso Ronaldo como símbolo; em 1999, "Pais e filhos"; em 2000, "Não leve Aids para casa"; e em 2001, "Não importa com quem você transa, não importa como. Use camisinha".

EUCLIDES AYRES DE CASTILHO

Referência

Stigma and discrimination: "live and let live". World AIDS Campaigen 2002-2003. [cited 2002 Aug ]. Available from: URL: http://www.unaids.org/wac/2002/index.html.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Mar 2006
  • Data do Fascículo
    Set 2002
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